terça-feira, 5 de novembro de 2013

Karatê adaptado: inclusão através do esporte

Mais do que lutar, o Karatê tem como intuito desenvolver mente e corpo em estado de equilíbrio e aperfeiçoar o caráter dos praticantes. Há quatro anos, o professor do estilo Shotokan, Teófilo Piau, adaptou o esporte para cadeirantes, nas cidades de Patos de Minas e Presidente Olegário. A iniciativa ganhou espaço e, além de diminuir preconceitos, motivou ainda mais os atletas que não têm deficiência.
“A ideia veio na época em que eu cursava educação física e fiquei interessado pela matéria sobre portadores de necessidades especiais e resolvi adaptar a técnica à realidade deles”, disse Piau.
Apesar dos alunos serem cadeirantes, o professor ministra quase toda a aula em pé. Alguns movimentos ele faz sentado para sentir as limitações dos alunos. “É muito gratificante, pois, a garra que eles têm e a vontade de superar obstáculos é enorme. Eles são um estímulo para os outros atletas de competição, devido a grande vontade e dedicação que têm para aprender”, contou Teófilo.
O técnico da Seleção Mineira de Karatê, de Uberlândia, Roney Vitor, acredita que o esporte traz uma transformação social e educacional com base no poder de superação. A modalidade para cadeirantes ainda é nova no Brasil, porque há poucas academias que atendem pessoas com deficiência. Contudo, uma prova de que a modalidade conquista espaço foi a aceitação da Federação Mineira de Karatê (FMK) em incluir disputas da categoria Portador de Necessidade Especiais (PNE) em seu calendário oficial de competições. A categoria especial e conta pontos para o ranking oficial.
“As principais mudanças foram a adaptação e a integração entre atletas de alto rendimento, pais e amigos junto aos atletas PNE. Eles aprenderam competir e passaram a vivenciar o espírito de equipe e o prazer da competição, seja na vitória ou na derrota. As atividades marciais são uma alavanca no ensinamento de superação de desafios. O ato de vencer está em superar nossas próprias limitações”, disse Roney.
Com a dor veio a oportunidade
Edvaldo Roberto Gonçalves, natural de Patos de Minas, não imaginava que seria carateca quando há quase sete anos caiu do quinto andar de um prédio. Ele trabalhava como pintor e com a queda teve lesões nas pernas e coluna, ficando com paraplegia parcial. Após o trauma, o atleta que hoje tem 32 anos praticou basquete para cadeirantes, mas descobriu no karatê uma verdadeira paixão.
“Eu jogava apenas o basquete sobre rodas em uma universidade da cidade quando o Sensei Teófilo me apresentou a modalidade. Eu gostei, pratico há cerca de quatro anos e estou indo bem melhor do que eu e ele imaginávamos. Não acreditava que cadeirantes podiam praticar o esporte até ser apresentado a ele”, comentou.
Edvaldo ganhou no total, 16 medalhas e dois troféus, sendo que três medalhas e os troféus vieram por sua dedicação e esforço nos exames de faixa. As demais foram conquistadas em campeonatos mineiros, na modalidade kata, que é a execução dos movimentos de luta.
“A união e a confraternização entre os atletas me fizeram ver a vida de outra forma. Eu melhorei a minha autoestima, coordenação motora e adquiri respeito por parte da minha família e da sociedade. Hoje, o meu maior prazer é seguir em frente lutando e correndo atrás do que é melhor para o bem de todos e ajudando aqueles que me cercam”, concluiu.
O colega de Edvaldo, Daniel Silva, é karateca há nove anos. Apesar da experiência, ele disse que aprendeu com as limitações do amigo e que vê nele um atleta inspirador. “É legal porque ele mostra que todos temos dificuldades e que estas podem sim ser superadas. A coragem e dedicação destes atletas refletem no nosso treino e dia a dia, pois, vemos que tudo depende, apenas, da força de vontade”, afirmou Daniel.
A modalidade tem dado tantos resultados que o trabalho do professor Teófilo Piau vai ser contado em um livro. A obra fala sobre pessoas com necessidades especiais que praticam algum esporte, em especial o karatê.
Edvaldo participou da 17ª Copa João Carlos de Godói, ocorrida em Ubá/MG, nos dias 21 e 22 de setembro. Ele participou da modalidade Kata e recebeu medalha de ouro no evento.






Prática de artes marciais durante a infância auxilia no desenvolvimento corporal, cognitivo e social

Inspiradas pelos pais, pelos desenhos animados ou pelos filmes, as crianças se interessam cedo pelos esportes de luta. Os movimentos variados realizados durante a prática do esporte podem favorecer o desenvolvimento dos pequenos, além de trazer benefícios psicológicos, como a possibilidade de enfrentamento e o controle da agressividade. Doutor em ciências do esporte, Alexandre Drigo, acredita que é preciso que os pais se preocupem com a formação dos instrutores para que esses benefícios se concretizem de fato. “Eles devem cobrar uma formação coerente com a proposta oferecida e o comprometimento com a saúde da criança”, afirma o também professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
É comum que o comportamento aprendido com os mestres seja levado para o cotidiano da criança. Por isso a importância de encontrar instrutores que tenham uma boa preparação, saibam ensinar valores positivos e estimular os alunos contra a violência. “A criança aprende pelo exemplo. Se o professor for justo e correto, e os pais, respeitosos, ela também será. A violência atribuída a lutadores sempre esteve atrelada ao ambiente a que são expostos”, afirma Drigo. “A criança absorve o que é dito e traz para casa, por isso é importante procurar um professor que não incentive a violência e esteja comprometido com o desenvolvimento das crianças”, explica Sensei Wagner Gomes, Coordenador do projeto Karatê Cidadão (Ubá/MG), lembrando que o fato de o instrutor ser bem-sucedido no esporte não é garantia de que ele seja um bom instrutor para crianças. “Nem sempre um grande esportista tem a formação pedagógica necessária para trabalhar com a infância”, alerta.
A presença e o acompanhamento dos pais nas atividades dos filhos também são fundamentais para que o aprendizado de um esporte de luta não se torne um problema para a família. “É preciso o acompanhamento para que os pais possam explicar, desde o começo, os motivos de praticar o esporte, que não é para violência, brigas, pois há o risco de a criança se tornar violenta”, pondera Sensei Wagner.
Crianças que não têm o acompanhamento devido podem utilizar o que aprendem nas academias de luta para atividades violentas e inadequadas. “Há uma tendência na nossa sociedade de a educação ser terceirizada, mas os pais precisam entender que têm de estar próximos dos pequenos”, completa Eliza Kozasa, neurocientista do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein e também instrutora de aikidô pela federação paulista do esporte.
A disciplina aprendida dentro do tatame reflete-se ainda no desempenho das crianças no colégio. As artes marciais são, além de tudo, uma maneira de aumentar a proximidade com os filhos e tornar os vínculos mais fortes entre eles.
As crianças tornam-se mais centradas e disciplinadas desde quando passam a se dedicar com afinco às artes marciais. Aprender princípios que fazem parte da filosofia das artes marciais, como respeito, disciplina e autocontrole, é um dos grandes benefícios desse tipo de atividade. “Trabalhar os esportes de luta, também para educação, é muito importante. Transmitir esses valores, o respeito, o conhecimento dos próprios limites pode ser mais importante do que apenas ensinar técnicas”, afirma Wagner Gomes.
O ensino e a prática das artes marciais para crianças precisam sofrer adaptações, que vão desde mudanças nos exercícios e golpes ensinados até técnicas utilizadas pelos professores para prender a atenção dos pequenos. As lutas precisam ser pensadas de acordo com a idade dos alunos a fim de que os riscos de lesões sejam reduzidos ao máximo possível.
As artes marciais não foram criadas pensando no desenvolvimento da criança e, nem sempre, são baseadas em princípios que condizem com os que hoje são vistos como recomendáveis pela sociedade. Por esses motivos, o ensino de artes marciais deve ser repensado didática e pedagogicamente para se adaptar à infância. Só assim podem ser mediadoras de valores éticos de cidadania e de bem-estar para a infância.
Para fazer com que crianças e adolescentes mantenham o interesse pela prática de esportes de luta, os professores recorrem a ferramentas de ensino que vão além do simples aprendizado da técnica. Brincadeiras e conversas específicas são recursos que ajudam a deixar a atividade mais próxima do universo infantil.







“Enverga, mas não quebra!” Bambu vence mais uma no JF Figth

O ubaense Éder de Souza, o Bambu, ganhou mais uma batalha no último dia 05 de outubro, no JF Fight. Aos 26 anos, com 12 lutas e 11 vitórias, o jovem lutador vem cravando seu nome no mundo das Artes Marciais Mistas.
Bambu revelou sua preparação para esta luta. “Meu treinamento foi no Rio de Janeiro, com a minha equipe TFT, onde tenho me preparado nos últimos três meses. Busquei aperfeiçoar o Muay Thai com o mestre Phillip lima, o Jiu Jitsu com o Tatá Duarte, o Boxe com Vagner Coelho e o Wrestling com Dado, treinador da seleção brasileira. Também passei um tempo em três rios, com meu mestre André Tadeu, na ATS Team”, disse.
Em entrevista à Revista Samuray, ele contou sobre o início de sua carreira, sua chegada ao MMA e deu alguns conselhos para as pessoas que pretendem começar nas artes marciais.
O início
Comecei a praticar artes marciais aos 14 anos, na Capoeira, com o Mestre Sérgio Sabatini Jr., através do convite de amigos. Fui para conhecer e me impressionei pelos movimentos, flexibilidade, saltos. Quando ele foi para o Rio de Janeiro, passei a integrar o Centro Cultural Senzala de Capoeira, com o Mestre Luiz Claudio.
Transição da Capoeira para o MMA
Comecei a me interessar pelas outras artes porque sempre gostei mais da parte marcial, já que buscava conhecer os meus limites, meu autoconhecimento através de competições. Como não havia campeonatos na Capoeira, comecei a me interessar pelo Muay Thay, pela Luta Livre, pelo Jiu Jitsu, e não parei mais. Hoje integro a ATS Team.
Preparação para as lutas
A expectativa para as lutas é sempre a melhor possível. Buscamos a preparação mais completa. Antes do JF Fight eu estava com 95 Kg e tive que chegar aos 77Kg para a luta. Esta é uma parte bem séria e delicada do lutador. As pessoas observam os lutadores perderem 10, 15 ou 20 quilos para lutar, mas existe uma preparação, um acompanhamento com médico, nutricionista. Tudo isso é fundamental. Mas não é do dia para a noite. Fiquei neste processo de emagrecimento durante três meses. Após a luta, o corpo precisa de repouso e recuperação.
Conselho para os novos lutadores
Antes de procurar academias, procurem se informar sobre os professores. Nossa cidade e região possui ótimas academias. Entretanto, como em toda profissão, existem pessoas que praticam o esporte há pouco tempo e se dizem professores. É importante verificar o registro deste professor junto à entidade da Arte Marcial que à qual ele é graduado. E o mais importante, faça uma avaliação com um médico. Somente ele irá avaliar suas condições físicas.






Benefícios do Karatê para as mulheres

Na história do Karatê, as mulheres sempre estiveram presentes e com grande destaque. A própria esposa de Gichin Funakoshi era uma praticante, mesmo que as referências não apontem seu nome facilmente. Por isso, queremos falar sobre os benefícios que o Karatê oferece para as mulheres:
Defesa pessoal
A questão da defesa pessoal é fundamental para as mulheres. Não importa o quanto os homens tentem imaginar; nunca saberão como é a sensação de estar expostos aos riscos e circunstâncias diárias que uma mulher vive. Quanto a isso, a prática do Karatê traz muitos benefícios, pois estimula o poder físico e mental, ensinando-as a utilizar suas forças e características pessoais de forma prática e eficiente.
Aumenta a autoestima e a autoconfiança
Mais que uma prática física, o Karatê auxilia a pessoa a descobrir e desenvolver seus talentos potenciais. Isso auxilia em sua caminhada enquanto ser humano e, principalmente, enquanto mulher. Os desafios constantes do aprendizado possibilitam que a mulher (re)encontre sua força diariamente. Além disso, enquanto esporte de conquista individual, o Karatê trabalha o valor do esforço e da recompensa que vem dele: a satisfação consigo mesmo.
Trabalha e define o corpo
Devido ao tipo de trabalho físico envolvido, o Karatê é um excelente exercício. As bases fortalecem os membros inferiores e glúteos, os golpes de mão torneiam os braços, dentre muitos outros exemplos. Todas as partes do corpo são trabalhadas nessa arte.
Aumenta a resistência
As atividades do Karatê são consideradas de grande velocidade e explosão, cujas características envolvem o aumento de potência e resistência muscular no corpo. Já é evidenciado que essas são características essenciais à qualidade de vida em qualquer idade, especialmente à medida que o tempo passa.
Melhora a capacidade cardiovascular
Devido às características já citadas, aliadas ao trabalho físico complementar constante das aulas, o rendimento cardíaco aumenta, bem como o fôlego e produção de energia de via aeróbia. Esse é um diferencial muito grande quanto à prevenção de doenças cardiovasculares.
Desinibe os tímidos e acalma os ansiosos
É difícil de imaginar, mas é possível, sim, atingir esses dois objetivos. No dia a dia dos treinos você se depara com situações em que precisa se posicionar, cada uma a seu tempo e orientada pelo professor. Isso auxilia as tímidas a relaxar e estimula o convívio social entre colegas. E, devido aos momentos de reflexão e paciência inerentes às aulas, trabalha a paciência e o autocontrole.
Aumenta a flexibilidade
Os exercícios com os membros superiores e inferiores, bem como o trabalho de quadril constante faz com que o corpo se solte aos poucos. Devido ao trabalho de chutes diário você vai aumentando sua flexibilidade e capacidade de produzir força. Isso mesmo, quanto mais flexível você fica, mais forte vai se tornar, pois o músculo aumenta sua área de seção longitudinal.
Aumenta a coordenação motora
Isso é uma característica bem comum nos iniciantes, ainda mais nos dias atuais, em que vivemos cada vez mais sentados em escritórios, atribulados com as atividades administrativas. O Karatê trabalha ambos os lados do corpo de forma igual, favorecendo seu controle motor e desenvolvendo esses aspectos, também essenciais na vida diária.
Aumenta os reflexos
A esquiva e a defesa são princípios essenciais dessa arte, fazendo com que você trabalhe seus reflexos de forma prática. A cada aula você melhora um pouco mais, até que consiga pegar uma mosca com os Hashi (pauzinhos japoneses que servem de talheres), como o próprio Sr. Miyagi, o mestre de Karate Kid almejava (ele não conseguiu, mas seu aluno, sim).
Ajuda no controle emocional
Assim como em tudo o que fazemos, durante a prática do Karatê encontramos desafios diários que nos testam e exigem autocontrole. Pode ser um movimento novo que não conseguimos dominar, uma apresentação em público que nos paralisa ou até um exame de faixa, tudo isso exige que centremos nossas emoções e pensamentos. E, cada vez mais, nos desenvolvemos como seres humanos através dessas conquistas.







Como a nutrição e as artes marciais aliadas podem beneficiar as mulheres?

O número de mulheres que praticam artes marciais aumenta a cada ano, pondo abaixo aquela antiga crença de que artes marciais é um esporte violento e masculino.
A maioria destas mulheres são levadas para este esporte por procurarem uma forma menos monótona de manter a forma. Outros grandes benefícios podem ser destacados: melhora do reflexo, descarregar a energia, além de fortalecimento muscular, aumento da coordenação motora, autocontrole e disciplina.
A alimentação vem a complementar estes benefícios fornecendo então: a hidratação necessária, além do suporte calórico e também as vitaminas e minerais para manter o corpo em equilíbrio.
Hidratação: consumo de no mínimo três litros de água ao dia. Este consumo aumentado se deve as perdas durante o treino promovidas principalmente pelo suor.
Suporte calórico: Algumas modalidades tem um gasto aumentado de energia, portanto, é necessário complementar a alimentação com uma maior quantidade de alimentos à base de carboidratos (frutas, pães, sucos..), além da quantidade adequada de proteínas (preservação de massa muscular). O cálculo deve ser feito de maneira individualizada e por um profissional nutricionista, que também orientará sobre melhores horários e quantidades adequadas para cada praticante.
Vitaminas e minerais: importantes para manter o equilíbrio do organismo como um todo. Tem ação antioxidante, que combate os radicais livres produzidos durante o treino além de serem essenciais na recuperação pós-treino.
A expectativa é que aumente ainda mais o número de mulheres que praticam esta modalidade esportiva, buscando não somente a manutenção da forma física, mas todos seus benefícios e que a nutrição venha a colaborar cada vez mais na busca por um corpo e mente sã.

* Viviane Costa






As artes marciais, as mulheres e a estética

Podemos abordar este tema de diversas formas. Portanto não vamos falar aqui de atletas de alto nível que competem a nível olímpico. Nossa abordagem será focado na questão estética.
Com a popularização do UFC, campeonato mundial de artes marciais mistas (MMA em inglês), muitos empresários têm investido em aulas de artes marciais e materiais esportivos. Fato que tem motivado também as mulheres a procurarem por estas atividades nas academias. Destaca-se também o marketing através de pessoas famosas como no caso da atriz Carolina Dieckmann que apareceu linda e malhada como a namorada de um lutador em Fina Estampa e contou que praticou o Muay Thai para se preparar para o papel.
Neste sentido o principal motivo que tem levado o público feminino na busca por este esporte é o desejo de perder peso, reduzir aquelas gordurinhas, definição, etc..
Podemos destacar como ponto positivo o fato de muitas mulheres buscarem praticar determinada atividade física e saindo da vida sedentária. Por outro lado temos que ter uma análise bem crítica quanto às promessas milagrosas de mais uma atividade. Isto tem sido um marco na área de Educação Física e mercado de Fitness. Com o passar do tempo surgem diversas atividades com este fim, emagrecer e reduzir medidas. Será que essas atividades realmente têm a capacidade de por si só promover tantos resultados estéticos?
E quando falamos de busca pelo corpo padrão, tão cobrado pela ditadura estética do mundo moderno é essencial a orientação de profissionais responsáveis para que o excesso seja evitado e consequentemente lesões.
Pesquisadores da Universidade de Penn State (Gibbs et al., 2011),  realizaram estudo interessante  com 117 mulheres  e os resultados evidenciaram que mulheres com níveis elevados de motivação pela magreza tendiam à comer menos e se exercitar mais, no entanto, aí vem o ponto interessante: elas não eram mais magras que as demais!!
Entretanto mulheres que visam mudanças em seus corpos, buscando reduzir aquelas gordurinhas localizadas, caso queiram praticar as artes marciais não há nenhum problema, pois é uma excelente atividade e super dinâmica que realmente pode trazer ótimos resultados estéticos. Portanto, procure um Profissional de Educação Física que possa lhe orientar em relação à quantidade correta de exercício que você possa praticar durante a semana. E também profissionais da nutrição e/ou médicos especializados na área que possam orientar quanto ao melhor plano alimentar.

*Sherley Ferreira







CINCO MOTIVOS PARA AS MULHERES COMEÇAREM A PRATICAR ARTES MARCIAIS

1. Tchau, calorias
"Em uma aula de boxe, em que você corre e pula corda para aquecer, salta e movimenta braços e tronco, gasta perto de 800 calorias", fala Fábio Grieco, professor da Reebok Sports Club, em São Paulo. Mas o resultado é ainda mais animador: um estudo da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, revelou que exercícios intensos, que trabalham ao máximo o aproveitamento de oxigênio pelo organismo prolongam a queima de energia até 14 horas depois que você parou de malhar. Alguma dúvida de que as lutas e artes marciais estão nessa categoria?
2. Músculos na Medida!!!
Não desanime achando que vai ganhar braços grandes demais ou ficar com o corpo masculino se começar a lutar. Esse tipo de treino não faz os músculos bombarem, pelo contrário. "Além de ser ótimo para secar gordura, o exercício define o corpo sem aumentar a massa muscular. Neles, o foco não é hipertrofia", explica Mauro Cardaci, coordenador de lutas da Bodytech, em São Paulo. Combinando mais de uma modalidade de aula, você consegue tonificar a musculatura do corpo inteiro por igual. O Boxe, por exemplo, modela braços, ombros e costas, enquanto no Taekwondo, os membros inferiores são mais trabalhados, porque a aula mistura uma variedade de chutes. O Karatê e o Muay Thai são completos: você exercita socos, chutes e joelhadas. Todas têm em comum a malhação para o abdômen, que precisa estar ativado o tempo todo. E mais: para dominar os golpes, você precisa treiná-los à exaustão.
3. Estressou? Vá lutar!
Sabe aquele dia em que você precisa se segurar para não mandar o chefe passear? Ou quando quer sentar e chorar de tanta coisa que tem para fazer? Soltar os bichos no ringue é uma alternativa certeira para segurar a onda nessas horas e tirar de letra as tensões e a ansiedade do dia a dia. Todos os tipos de arte marcial são ótimos para eliminar a energia interna represada e recuperar o equilíbrio e a calma". Ou seja, passar alguns minutos socando um saco de areia é tiro e queda para mandar embora a raiva, a irritação e o nervosismo. Um estudo publicado na revista científica americana Psychology Today comprovou: pessoas que praticam artes marciais com frequência têm níveis mais baixos de stress e mais altos de autoestima e inteligência para enfrentar situações difíceis do dia a dia.
4. Cérebro tinindo!!!
Para uma lutadora, o treino mental é tão importante quanto o condicionamento físico e a força - controlar as emoções e os pensamentos negativos durante o combate é o segredo para a vitória (ou, pelo menos, para não ir ao chão). Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que a prática de artes marciais contribui para melhorar o nível de concentração em crianças e jovens com transtorno de déficit de atenção, de modo que os prejuízos na vida adulta sejam menores. Se você já é grandinha e o que procura é mais foco no trabalho e menos esquecimento (do aniversário dos amigos, de onde colocou as chaves do carro...), tem muito a ganhar indo à luta.
5. Sem dor nas Costas!!!
A barriga retinha e definida de quem pratica alguma modalidade de luta é resultado da malhação pesada que essas aulas são para o core (a musculatura que inclui abdômen, glúteos e parte de baixo das costas), que é o centro de força do corpo. Em outras palavras, é ele que dá sustentação à coluna e garante que você resista em pé aos ataques do oponente durante o treino. De quebra, fortalecer esses músculos é fundamental para estabilizar as costas, acertar a postura e prevenir dores. No entanto, quem já sofre de algum desconforto em alguma região das costas não deve sair lutando sem antes conversar com um médico e o professor da academia para saber a causa do incômodo. É que a agilidade e o impacto dos golpes podem acabar piorando a situação e tirando você do combate.








Bike: transporte e lazer em prol da saúde

Com as facilidades da vida moderna, o sedentarismo ganha cada vez mais espaço no dia a dia, gerando ou agravando problemas de saúde. Manter uma dieta equilibrada e introduzir a atividade física na rotina são premissas básicas para ficar longe das doenças. Exercícios simples, como caminhar ou andar de bicicleta, ajudam a prevenir doenças crônicas como obesidade, colesterol alto e hipertensão.
O que era apenas lazer hoje é utilizado até para ir ao trabalho. Andar de bicicleta deixou de ser algo alternativo para se tornar imprescindível na vida moderna pelos benefícios que traz para o meio ambiente e para a saúde.
Quando você pedala, fortalece a musculatura das pernas por causa da força que ela exerce sobre os pedais, um fato que contribui para deixar você com o físico mais resistente e bonito. De acordo com os médicos, o ciclismo traz benefícios físicos e emocionais, contribuindo muito para a qualidade de vida. Como atividade aeróbica, gera perda de peso, ajuda a equilibrar a pressão e os níveis de triglicérides. Também trabalha equilíbrio e confiança, além de relaxar e combater o estresse. Praticada com bom senso e na medida da forma física de cada um, a atividade quase não tem restrições, andar de bike beneficia o sistema respiratório e funciona na prevenção de problemas cardiovasculares. A prática melhora a função respiratória, reduz a ansiedade, depressão, regulariza os níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides e ainda ajuda a ter um sono melhor e maior equilíbrio emocional.
A prática aumenta a resistência cardiovascular. O que isso significa isso? Aumenta a resistência e a capacidade de captar, extrair e distribuir oxigênio pelo sistema cardiovascular, assim como recolher substâncias resultantes do metabolismo muscular durante atividades repetitivas por períodos prolongados. O que acontece é que o aumento dessa resistência causa queda na pressão arterial, diminui a taxa de mortalidade cardiovascular, aumenta a densidade óssea e mantém valores de consumo de oxigênio.
Até usada como meio de transporte a bicicleta é boa para a saúde. Muita gente busca essa alternativa de locomoção e acaba ganhando fôlego e bem-estar. A bicicleta é um “brinquedo” para a vida inteira. Mais do que momentos de lazer, ela pode proporcionar saúde e boa forma. Para quem não pode, não consegue ou não gosta de correr, por exemplo, pedalar é uma excelente alternativa de exercício aeróbico. Uma pedalada leve queima cerca de 400 calorias por hora. E, por não causar tanto impacto nas articulações, oferece menos riscos de lesões do que a corrida.
Os médicos ainda recomendam que, para não correr riscos na hora de andar de bicicleta, é importante consultar um médico, fazer alguns exames para conhecer o condicionamento e resistência e manter-se sempre hidratado. Andar pelo menos três vezes por semana com duração de 20 a 40 minutos por dia é importante, mas depende da sua condição física e idade.
Não importa se o objetivo é melhorar o condicionamento físico, manter a forma, passear com a família no fim de semana, adotar a bike como meio de transporte ou mesmo treinar parar participar de competições. Antes de começar no esporte é bom consultar um médico, que pode ser o clínico geral ou o cardiologista. Não há grandes restrições para a prática do ciclismo, mas pessoas com problemas nos joelhos devem realizar a atividade em intensidade menor.






Caminhada: Saúde e bem estar ao alcance de todos

A necessidade de uma atividade física muitas vezes é desconhecida. A caminhada ajuda a evitar ansiedade, depressão, osteoporose, artrose, acidente vascular e câncer de intestino, auxilia no tratamento de diabetes, provoca a oxigenação do cérebro por ser uma atividade aeróbica, e se praticada rotineiramente, libera endorfina que são hormônios capazes de tranquilizar e dar a sensação de bem estar.
Caminhar é uma atividade democrática, excelente para socialização, que pode ser praticada por qualquer pessoa de qualquer idade, desde que alguns cuidados sejam tomados. Caminhar três vezes na semana, em ritmo acelerado por trinta minutos, reduz em 58% o risco de doenças cardiovasculares, que causam morte.
A alimentação, como em qualquer outra atividade física, é importante para um bom resultado. Caminhar sem se alimentar não é adequado, pois o organismo precisa de muitos nutrientes para acionar os músculos, por isso é primordial manter uma alimentação balanceada.
Outro aliado para a caminhada é a ingestão de água. Durante a prática do exercício, a temperatura do corpo eleva, e naturalmente perde-se líquido, sendo assim, é recomendada a ingestão de no mínimo dois litros de água, durante e depois do exercício.
As passadas devem ser curtas para evitar torções e quedas e se desejar mais rapidez, diminua o intervalo entre cada passo, a pisada deve começar pelo calcanhar e depois aterrissar a planta dos pés no chão. A postura é importante, deve-se caminhar com a cabeça na altura dos ombros olhando aproximadamente vinte metros a frente contraindo o abdome, os membros devem ser sincronizados, quando o pé esquerdo vai a frente o braço direito também vai e vice versa.
O alongamento é fundamental tanto antes como depois da prática do exercício. Antes para o aquecimento dos músculos e depois para evitar dores. Roupas e tênis adequados são essenciais. A roupa deve ser confortável, preferencialmente em tecidos de algodão e o tênis deve ter um solado que amorteça os impactos no joelho e tornozelos.
Para uma caminhada saudável, comece com passadas moderadas e um tempo de 45 minutos na primeira semana, na segunda semana, passe para 60 minutos. A frequência deve ser de quatro a cinco vezes na semana no mínimo para melhora de peso e condicionamento físico, sendo o ideal sete vezes na semana.
Caminhada seca-barriga
Estudos realizados em centros de pesquisa do mundo todo comprovam que a mais simples de todas as atividades físicas – andar – é uma forma eficaz, fácil e barata de emagrecer, ganhar fôlego e proteger o coração. A novidade é que especialistas americanos descobriram que caminhar é tiro e queda para acabar com a gordura abdominal. Eles analisaram a relação entre esse tipo de exercício e os excessos que insistem em se alojar na barriga e provaram que uma média de duas horas e meia de caminhada por semana pode exterminar as sobras nessa região e diminuir até 2,5 centímetros em quatro semanas.
Mas por que caminhar funciona tão bem para declarar guerra aos pneuzinhos? Segundo pesquisas da Louisiana State University, nos Estados Unidos, esse tipo de atividade ajuda a reduzir a gordura abdominal profunda, chamada gordura visceral. “Se você se exercitar o suficiente para perder 10% da sua gordura corporal, pode, na verdade, diminuir a gordura visceral em até 30%”, diz o estudo. Porém, é preciso deixar claro que a caminhada só traz esse tipo de resultado se aliada a uma dieta saudável.
Outro fator importante: quando a intensidade é variada durante o exercício, há uma maior metabolização da gordura como fonte de energia.
Mais desafio, menos gordura
Depois de tanta comida gostosa, drinques para brindar a festa e alguns dias sem se exercitar (como é típico acontecer no Natal e no Réveillon, não é mesmo?), já viu: quase todo mundo reclama que engordou um pouquinho. Quer colocar o corpo no eixo outra vez e começar o ano cheia de pique? A ideia é andar em intensidades variadas cinco dias por semana e nos outros dois se exercitar de outro jeito - pedalar no parque, fazer uma aula diferente na academia, nadar... Dessa forma, o corpo precisa se adaptar a estímulos diferentes e acaba gastando mais energia.
Quem acha que a caminhada é o exercício certo para quem não curte malhar não sabe do que essa atividade é capaz. E talvez não imagine que a modalidade pode se transformar em uma aliada poderosa para conquistar um corpo sequinho, porém forte e definido. O segredo para escapar do tédio e fazer a atividade trabalhar a seu favor é variar os tipos de treino no decorrer da semana.







Natação: qualidade de vida

Todos já ouvimos falar que a natação é um dos esportes mais completos. Mas você sabe por quê? A natação ajuda no desenvolvimento físico e mental, melhora o condicionamento através da estimulação dos sistemas cardiovascular e respiratório, além de propiciar uma simetria de movimentos entre braços e pernas. As braçadas frequentes na piscina podem ajudar a capacidade circulatória e cardiorrespiratória, desenvolver os músculos, dar mais flexibilidade e resistência, melhorar o raciocínio e até recuperar movimentos, o equilíbrio e a coordenação motora. Além disso, o exercício ajuda a controlar os níveis de açúcar e colesterol no sangue.
Essa movimentação simultânea de braços e pernas desenvolve a coordenação e a lateralidade. Por ser uma atividade que não oferece impacto, possui mínimo risco de lesão, isso faz com que ela seja indicada para inúmeros casos dentre eles o emagrecimento e a melhora na qualidade de vida. Qualquer pessoa, independentemente da idade, sexo ou profissão, pode fazer natação sem problemas uma vez que a água é um meio muito benéfico para o corpo, relaxante, sem efeitos agressivos e favorece as funções orgânicas.
A natação é um esporte que trabalha todos os grupamentos musculares, ajuda a reduzir a gordura corporal, alivia as tensões do dia-a-dia e ajuda a recuperar lesões. O risco de lesões para quem pratica natação é pequeno porque a água amortece os impactos. E o fato de a água amortecer os impactos torna esse esporte excelente para a recuperação de lesões.
A natação é um esporte relaxante que ajuda, também, na redução da gordura corporal quando praticada na intensidade correta. A natação permite a você ir além, pois é um esporte que amortece o impacto dos exercícios. Assim, você acaba tirando mais proveito de sua capacidade do que em outros esportes e ajuda na redução da gordura corporal.
Com a natação, o pulmão libera oxigênio ao sangue e ao coração e melhora a condição das células. Assim, os sinais da idade demoram mais a aparecer. A diferença na saúde e no condicionamento para quem percorre de 3 a 5 quilômetros por semana pode chegar a 20 anos.
Um estudo da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, com nadadores acima de 25 anos, mostra que eles perdem menos massa muscular com o passar do tempo, têm artérias mais saudáveis, reflexos mais rápidos e melhor memória que a média das pessoas da mesma idade.
A velocidade de transmissão de estímulos nervosos de um nadador de 80 anos, por exemplo, é equivalente à de um indivíduo 30 anos mais jovem. Além disso, a pressão arterial e os batimentos cardíacos ficam mais estáveis.
Todo bom resultado, porém, depende de algumas regras, como a regularidade e a intensidade do exercício. Para muitos, a natação melhora a qualidade de vida, os resultados dos exames de sangue e a capacidade de andar e subir escadas.
De acordo com o Ministério da Saúde, qualquer atividade física fortalece os músculos e a qualidade dos ossos e melhora a frequência dos batimentos cardíacos e a circulação sanguínea. Também evita, controla ou diminui doenças cardiovasculares, ansiedade e depressão, obesidade, diabetes, osteoporose e até alguns tipos de câncer.
Apenas 9,9% das brasileiras jovens (entre 18 e 24 anos) e 10,8% das idosas (65 ou mais) praticam exercícios suficientes no tempo livre, de acordo com dados do ministério. Entre os homens, a frequência é máxima entre os 18 e os 24 anos (27,6%), cai para 13% entre os 45 e 54 anos e aumenta nas faixas seguintes, alcançando 18,1% entre os idosos.
O governo considera atividade física suficiente a prática de pelo menos 30 minutos diários de intensidade leve ou moderada em cinco dias ou mais por semana, ou a prática de pelo menos 20 minutos diários de atividade de intensidade vigorosa em três dias ou mais da semana.
Caminhada, caminhada em esteira, musculação, hidroginástica, ginástica em geral, natação, artes marciais, ciclismo e vôlei são classificados como modalidades de intensidade leve ou moderada. Corrida, corrida em esteira, ginástica aeróbica, futebol, basquete e tênis são considerados práticas de intensidade vigorosa.
Benefícios de praticar a natação
Reduz o risco de episódios cardiovasculares. Braçada após braçada, o coração torna-se mais forte, ganha músculo e perde a gordura que o rodeia, o que faz com que consiga bombear mais sangue para o resto do organismo;
Reduz a frequência cardíaca e estimula a circulação sanguínea;
Melhora o sistema respiratório. Os pulmões são órgãos elásticos, cuja capacidade de contração e expansão depende dos músculos da parede torácica;
Fortalece as articulações. A natação faz com que os músculos aumentem de tamanho e protejam mais eficazmente tendões e ligamentos, para além de exercitar todas as articulações e potenciar a sua flexibilidade;
Alivia dores causadas pela artrose;
Sobe a autoestima. Os desportistas sentem-se mais independentes e seguros. No caso da natação, a estes benefícios acrescenta-se o fato da água permitir uma liberdade de movimentos que o trabalho a seco não proporciona. Reduz a dor e o risco de lesões;
Retarda os efeitos do envelhecimento. Tanto a nível físico como psicológico. São vários os estudos que confirmam que uma pessoa de 65 anos que faz exercício regularmente tem uma maior capacidade física e vital do que uma de 45 que não faz nenhuma atividade desportiva.
Trabalha o sistema cardíaco e respiratório, fazendo com que o condicionamento físico melhore.
Gasto calórico de até 600 Kcal/hora.
Riscos/cuidados na natação
Não há riscos para quem pratica natação, sem extrapolar os limites físicos. A frequência mais alta dos batimentos cardíacos deve ser 75% da máxima permitida;
Caso as aulas não sejam equilibradas, o aluno pode forçar demais uma só parte do corpo. Isso acontece quando, por exemplo, a aula inteira é feita com palmar ou nadadeiras, ou ainda, quando a pessoa nada apenas um estilo;
Dicas para um melhor rendimento físico na natação
A natação pode ser um exercício de longa duração e baixa intensidade ou de curta duração e alta intensidade. Depende dos objetivos que o praticante deseja alcançar;
Para ganhar mais resistência tente nadar com uma camisa. Quando você for nadar sem a camisa, vai encontrar mais facilidade;
Materiais/vestimenta/equipamentos para a natação:
Óculos de natação: fundamental para proteger os olhos do cloro ou do sal; Sunga ou maiô; Filtro solar;
Pranchas: excelente método para aumentar a força nas pernas e melhorar a técnica da pernada e a confiança dentro da água.






O Universo feminino das artes marciais

Já se foi o tempo em que somente os homens utilizavam à prática de artes marciais como um meio de encontrar o equilíbrio necessário para enfrentar os desafios diários que a vida moderna oferece. Engana-se quem ainda pensa que as mulheres são o sexo frágil. As mulheres são fortes, determinadas, guerreiras e sabem lutar pelo que querem. Mulher é assim: Vai lá e faz, tem que dar certo. Uma nova mania tem tomado das academias de todo o país.
As aulas de artes marciais estão, a cada dia, entre as atividades mais procuradas. Motivos não faltam para essa massificação. Além da comprovada eficácia no desenvolvimento do condicionamento físico e queima de gordura, melhoram a concentração, a paciência, o autocontrole e a consciência corporal.
Acredite ou não, a história das mulheres nas artes marciais é mais extensa do que podemos imaginar. As mulheres da China antiga e do Japão tinham razões importantes para aprender as artes marciais, elas tinham que lutar para sobreviver e proteger suas famílias. Elas também tiveram que adaptar as técnicas para o seu tamanho e tipo de corpo.
Nos dias de hoje, a mulher moderna acabou com a visão de que a arte marcial é “coisa de homem” e cada vez mais é notada a presença feminina nas academias. Muitas meninas praticantes de Karatê, Judô, Taekwondo, entre outros tipos de artes marciais, já ouviram essa frase e muitos foram os tabus quebrados, ainda assim existem certos preconceitos quando se fala na presença feminina nos tatames.
Na maioria das vezes o preconceito vem da própria mulher, que desinformada sobre o assunto, acha que, quem luta torna-se menos feminina e com traços masculinos acentuados. As artes marciais, como no caso o karatê, foram criadas para o desenvolvimento não só do corpo como também da mente do praticante.
Também o esporte era domínio exclusivo dos homens, uma vez que crendices e tabus de toda ordem, impediam ou limitavam o acesso das mulheres às práticas esportivas como Artes Marciais e até mesmo ministrarem a Educação Física em escolas.
Acreditava-se, por exemplo, que a mulher que praticasse Artes Marciais, caminhava para a masculinização e poderia até tornar-se estéril. Ideias falsas como estas, foram acumuladas durante séculos até que em vários países, o problema passou a ser focado sob o ponto de vista médico.
Das longas pesquisas, resultou como opinião unânime dos especialistas, a seguinte opinião de que, ainda que se torne uma atleta de Artes Marciais atuante, a mulher psíquica e fisiologicamente normal não perde seus atributos de feminilidade e nem a faculdade da procriação.
Na busca para manter a boa forma, física e mental, cada vez mais mulheres adotam a prática, que fisicamente é o ideal, pelo intenso exercício dos membros inferiores do corpo, como pernas e glúteos, característica importante para o público feminino. O gasto calórico e o ganho muscular são muito intensos, fazendo das artes marciais uma das práticas esportivas mais completas.
Os benefícios são numerosos, mas pode-se destacar o aumento da segurança e melhora da autoestima como os mais facilmente observados. As lutas trabalham também a parte de concentração, disciplina, agilidade, coordenação motora, alongamento, noções de defesa pessoal, autoconfiança e equilíbrio, entre outros. A sensação de segurança somada ao corpo durinho são os fatores que mais contribuem para elevar a autoestima daquelas que praticam algum tipo de luta.
Outra característica essencial é o controle emocional proporcionado por todas as artes marciais. O trabalho disciplinar é sempre muito rigoroso e o combate constante ao estresse. Além de exercitarem e aprenderem a defesa pessoal, as mulheres também têm condições de entrar em forma.
As mulheres da sociedade moderna aprenderam estas técnicas e deram continuidade ao processo evolutivo praticando defesa pessoal, Jiu-Jitsu, Karatê, Taekwondo, Kung Fu e MMA (Mixed Martial Arts). As mulheres de hoje também têm se desenvolvido como líderes nas artes marciais, ensinando, competindo, escrevendo e estrelando em filmes e demonstrações. Enquanto as artes marciais de hoje são bastante diferentes (tecnicamente falando) das artes marciais do passado, elas ainda oferecem grandes desafios para as mulheres.
Algumas mulheres que vêm tomar a sua primeira aula podem nunca ter sido envolvidas em um esporte de contato ou algumas podem ter sido vítimas de violência sexual. Como ainda é uma atividade dominada pelos homens, as mulheres podem sentir-se intimidadas pelos homens em suas aulas. O que elas precisam saber é que muitas mulheres vieram antes delas e tornaram-se líderes e modelos para as futuras gerações. Cada mulher que persevera no estudo de uma arte marcial está prestando uma contribuição valiosa às futuras gerações.
Conforme as artes marciais foram se modificando para atender às necessidades de uma sociedade moderna, as mulheres começaram a participar de várias maneiras. Há muitas mulheres neste século que fizeram contribuições valiosas para as artes marciais modernas. Elas não só contribuíram por espalhar a popularidade do esporte, mas deram um grande passo na criação de igualdade em suas artes individuais, bem como na competição.
As mulheres também inspiraram e serviram de modelos para as mulheres que continuam a juntar-se ao esporte. Originalmente, as mulheres eram excluídas do tatame ou eram completamente separadas dos homens na hora da prática.  Agora, as mulheres estão envolvidas em quase todos os aspectos das artes marciais, incluindo o ensino, administração de suas próprias escolas, e como os principais árbitros em competições de alto nível.
Há certamente, ainda, barreiras para as mulheres nas artes marciais hoje. Quando uma mulher anda em qualquer escola de artes marciais, ela é susceptível de ser intimidada pelo predomínio do sexo masculino nas aulas. Ela também por vezes pode experimentar ser tratada de forma diferente por alguns parceiros ao fazer exercícios ou em treinos livres. Nada disso deve ser motivo para que essas mulheres vitoriosas que já percorreram um longo caminho desistam do treinamento.
Dentre várias artes marciais praticadas por mulheres, podemos destacar algumas e seus respectivos benefícios.
Muay Thai
É conhecida como boxe tailandês e caracteriza-se pelo uso combinado de punhos, cotovelos, joelhos e pés, associado a uma forte preparação física que a torna uma luta de contato total poderosa e eficiente. O Muay Thai ajuda na parte aeróbica, como um excelente meio de exercitar o corpo, como uma maneira de aliviar o stress do dia a dia e ajuda a melhorar a coordenação e a flexibilidade. Além de ser um eficiente meio de defesa pessoal.
Krav Magá
Apesar de não incitarem ao combate, as aulas acabam deixando a mulher mais confiante no dia a dia. A modalidade é reconhecida mundialmente como arte de defesa pessoal. De origem israelense, ela tem feito muito sucesso entre as mulheres, principalmente porque não se baseia na força física para aplicar golpes certeiros, e sim na transferência do próprio peso e velocidade máxima do músculo.
Boxe
Ótimo para queimar calorias, o boxe conta com um intenso programa de exercícios que melhora o condicionamento cardiorrespiratório, como pular corda, proferir golpes em acolchoados e sacos de areia, corrida e exercícios localizados, divididos em períodos de alta, média ou baixa intensidade. O treino pode ser feito em dupla ou individualmente, dependendo do objetivo do atleta. Além do ritmo, da coordenação motora e da resistência muscular, o esporte melhora a flexibilidade e gera intensa perda calórica.
Taekwondô
Do coreano, taekwondô significa, literalmente: saltar, voar, chutar ou quebrar com o pé (tae), socar ou destruir com os punhos (kwon) e arte, caminho, método (do). Voltado para a defesa pessoal, as técnicas da modalidade envolvem o uso de pés, das mãos e dos punhos, em uma combinação de movimentos do judô, caratê e boxe tailandês. Os exercícios são benéficos para a parte cardiorrespiratória e melhoram a coordenação e a flexibilidade.
Jiu-jitsu
Usando técnicas de autodefesa baseadas nos princípios do equilíbrio, o jiu-jitsu, ou "arte suave", era praticado por monges budistas na Índia. A modalidade usa o sistema de articulação do corpo e das alavancas, dispensando o uso de força ou de armas. Chegou ao Japão após passar pelo sudeste asiático e pela China. No Brasil, a modalidade foi rebatizada como jiu-jitsu brasileiro, com regras modificadas.
Judô
Idealizada no ano de 1882, a filosofia da luta procura integrar corpo e mente. As técnicas usam os músculos e a velocidade de raciocínio para vencer o oponente. Segundo o mestre Kano, fundador do judô, a vitória representa um fortalecimento espiritual: não é suficiente apenas aprender como lutar com perfeição. Antes, é necessário tornar-se um grande ser humano.
Aikido
O Aikido é uma Arte Marcial puramente defensiva, no qual se difere das demais por não existir o espírito de combate ou competições, não sendo violento ou tão pouco agressivo. No Aikidô, as mulheres se destacam pela sua facilidade no aprendizado, principalmente devido ao conceito de não utilizar força para dominar o adversário, conceito esse que é mais difícil de ser absorvido pelos homens. Ao estudar esta arte aprende-se a não utilizar a força muscular, mas sim desenvolver e utilizar a força interna. Por este motivo no Japão, Canadá e Europa o Aikido é muito popular entre as mulheres, por suas técnicas não utilizarem a força física para sua eficácia.
Hapkido
Hapkidô ou Hapkido é uma arte marcial coreana especializada em defesa pessoal, e aprendizado de técnicas de socos, chutes, rolamentos, escapes, esquivas e torções, além de englobar técnicas com armas diversas como bastões, espadas, bengalas, facas, leques, e também ensinar seus praticantes a auto defesa com praticamente qualquer objeto. Atualmente as mulheres vêm se tornando uma cena das mais comuns em diversas academias de Hapkido, razão pela qual não é necessário força física para aplicação das suas técnicas, o que torna essa arte ideal também para o sexo feminino. Além da eficaz defesa pessoal, os exercícios do Hapkido, proporcionam uma boa condição física, fortalecendo os seus sentidos, suas articulações e o equilíbrio das funções cardiovasculares, ajudam a evitar o sobrepeso e a obesidade, sem deixar o corpo masculinizado, assegurando a sua beleza e feminilidade.







Thayná é bronze no panamericano e Campeã da copa das federações

A primeira atleta de Ubá/MG a disputar um Panamericano, Thayná Malta, com apenas 16 anos, conquistou medalha de bronze lutando no México, defendendo o Brasil no Panamericano Juvenil de Taekwondo. Os adversários mais difíceis foram do México, Canadá e Estados Unidos. Em entrevista recente, ela afirmou sua vontade de trazer uma medalha para o Brasil, mas disse que representar o Brasil em uma competição internacional já é uma grande vitória em sua carreira. Da Seleção Brasileira, Thyaná Malta é a única atleta que treinou 99% de seu tempo sem o técnico oficial, Mestre Lécio Mizael Junior- técnico do Sesi Betim e da Seleção Brasileira juvenil.
Thayná perdeu apenas na semifinal para uma atleta canadense. O nível estava muito alto, a brasileira tentou avançar na disputa pela medalha de prata, mas não conseguiu. Na disputa pelo bronze, ela venceu uma atleta costarriquenha.
Já no fim de outubro, Thayná sagrou-se campeã da Copa das Federações, que aconteceu em Aracajú. “Agradeço ao Mestre Rivanaldo, que foi meu técnico, a todos patrocinadores e parceiros, e em especial a vereadora Rosângela Alfenas e ao Empresário Afonso Magalhães Corbelli. Não posso mudar a direção do vento, mas posso ajustar as minhas velas para chegar sempre ao meu destino”, disse pelo Facebook.





De Ubá para os octogonos do mundo: A trajetória de Antônio Paulo Branjão até virar o “Montanha”

Filho de uma família de classe média, Antônio Paulo Branjão veio de Colinas do Tocantins (TO) para Ubá(MG) com três anos. Até os 18 anos, ao lado de seu irmão, Gustavo Basílio, trabalhou na zona rural, ajudando seus pais sem se descuidar dos estudos.
Entretanto, foi aos 16 anos que Antônio conheceu as artes marciais. Convidados por um amigo, Antônio e seu irmão seguiram para uma academia próxima de sua casa para uma aula experimental de Muay Thay. “Eu não tinha muita facilidade em esportes coletivos. Até porque não gostava de perder. Quando conheci as artes marciais me encontrei. Afinal, o resultado dependia, exclusivamente, de mim. Isso me motivava a buscar o aperfeiçoamento da técnica para sempre conseguir me superar”, disse.
Com os treinamentos de artes marciais, Antônio passou a ser Montanha e foi se destacando. Aluno aplicado, foi se graduando e percebeu que, para crescer anda mais no esporte, era necessário aprender outras artes. Foi assim que começou a treinar Jiu-Jitsu. “Algumas pessoas que treinavam uma determinada arte marcial, falava mal de outra. Eu percebi que era o contrário. As artes marciais se completam. Principalmente para os atletas de MMA”, enfatizou.
A dedicação às duas artes marciais proporcionou ao empreendedor Antônio Montanha a abrir sua própria academia. “Como já estava crescendo muito nas duas artes marciais, e teve a 'explosão' do MMA, comecei a me ligar mais a este estilo, e montei minha própria academia que era a única com o estilo inovador, o que acabou atraindo o publico jovem”, contou.
A dedicação aos treinos de Muay Thay e Jiu-Jitsu não demorou a render frutos ao jovem atleta. “Fui me graduando no Muay Thai e comecei a perceber que o Jiu-Jítsu era um complemento para meu mixer de artes marciais. Quando comecei a treinar as duas artes, comecei a crescer e a obter vários resultados expressivos, o que me abriu várias portas”.
Mas Montanha sentia falta de algo. Eventos como o UFC e o Bellator foram a inspiração que ele precisava para criar um evento em Ubá. “Com o passar do tempo, percebi que faltava algo. Eu precisava fazer algo pelos atletas de Ubá. Foi assim que nasceu o 'Ubá Fight'. Os nossos atletas obtiveram resultados muito positivos. Após o primeiro evento, a região aderiu e outros foram organizados, como em Viçosa, por exemplo”.
Dos tatames da Zona da Mata mineira para o Rio de Janeiro
A chegada ao Team Nogueira foi quase por acaso, não bastasse o talento do jovem lutador ubaense. Ao acompanhar um atleta de sua academia até as seletivas do The Ultimate Fighter Brasil (TUF), Montanha encontrou seu atual empresário que o levou para o Team Nogueira. “Fui acompanhar um atleta, Aschely Haila, até a seletiva do TUF Brasil. Foi neste evento que eu encontrei com o Alex Davis, que hoje é meu empresário. Ele apostou em mim. Agradeço muito a ele por me oferecer esta oportunidade e pela confiança que ele transmite”.
 Um dos momentos cruciais para a permanência de Antônio Branjão foi um treinamento que realizou ao lado do atleta do UFC e ex-campeão do Strikeforce Rafael Feijão. Apesar de ser menos experiente, Montanha fez um sparring de alto nível com o já consagrado meio-pesado, o que agradou os treinadores do Team Nogueira. Outro fator preponderante foi a personalidade humilde do atleta, que cativou a todos na equipe.
"Todo lugar em que chegamos, temos que chegar tranquilos, buscando fazer amizades e realizar bons treinos. Sempre busco me espelhar nos melhores, como Anderson Silva, Minotauro, Minotouro, Rafael Feijão, e assim ir conquistando meu espaço. Depois dessa vitória me sinto mais firme no time", lembrou.
De acordo com Montanha, o início foi difícil. “No começo não foi fácil. Quando chegamos a um time grande, como o Team Nogueira, temos que lutar por uma vaga, por um 'lugar ao sol'”. Hoje, já mais acostumado, ele explica que várias pessoas chegam ao centro de treinamento da Team Nogueira e nem todos ficam. “Vemos o 'corte' acontecer naturalmente: quando chega uma pessoa nova, alguém vai ter que ceder espaço pra que ela fique. O time é completo. Então pra um entrar, um tem que sair”, falou. Mas segundo Montanha, estes acontecimentos fortalecem os atletas. “Este é um processo natural. Isso faz com que todos nos esforcemos diariamente para garantirmos uma vaga em um time que conta com nomes como Minotouro e Minotauro”.
As dificuldades, conta Montanha, são muitas. Mas a determinação é seu principal combustível para que ele possa alcançar seus objetivos. “No início passei muitas dificuldades. Ainda acontecem alguns percalços devido à falta de patrocínios. Mas procuro sempre acreditar em três palavras: foco, força e fé (FFF). Continuo batalhando, sempre, para que quando eu chegar a um evento legal (UFC, Bellator), eu possa representar a minha cidade e o meu país da melhor maneira possível”.
Sobre a falta de incentivo de alguns empresários, ele diz que, para o desenvolvimento do esporte e para que as crianças tenham uma perspectiva de vida melhor, seria fundamental o investimento em esportes. “Ubá possui grandes empresas, conhecidas em todo o território nacional. Estas empresas poderiam valorizar os atletas ou até mesmo apoiar um projeto que envolva as artes marciais. Nossas crianças poderiam estar participando de programas sociais com a contribuição de empresários, mas algumas não têm esta chance. A arte marcial ensina disciplina, humildade e outros valores que estão se perdendo”, explicou.
Montanha falou sobre a falta de incentivos encontrados por atletas de ponta que estão no interior. “No interior, infelizmente, o atleta de artes marciais não é muito valorizado. Nos grandes centros urbanos, os atletas são reconhecidos. No Rio de Janeiro, temos fisioterapeutas, preparadores, treinadores, o nosso fisiologista é do flamengo, temos um corpo clínico completo à nossa disposição. Já no interior as artes marciais não são tão reconhecidas. Não estamos no octógono brigando, mas praticando um esporte. É preciso que todos tenhamos mais incentivos”, completou.
Aproveitando o assunto, Antônio aproveitou para parabenizar a iniciativa do poder público de sua cidade natal por manter um projeto social voltado para as artes marciais. “A prefeitura de Ubá está de parabéns pela iniciativa do projeto Karatê Cidadão. São quase 300 crianças atendidas pelo programa. Quando a criança está no esporte, ela não tem cabeça pra se envolver com coisas que a tirem do caminho correto. Este tipo de iniciativa é fundamental para o desenvolvimento do esporte e de quem o pratica”, afirmou.
Sobre sua adaptação ao Rio de Janeiro, ele conta que teve dificuldades no início, mas os amigos o ajudaram a superar mais um obstáculo. “No inicio foi difícil a adaptação, mas com o tempo fui conhecendo pessoas como Jorge Eduardo Zumbi, Leandro Higor, Itamar Rosa, Rosimar Palhares (Toquinho), Janailson Kelvin (Jubileu), Mauricio Reis, Everaldo Penco, meu preparador físico Claudio Pavanelli, meu empresário Alex Davis, entre outros, que me apoiaram a dar continuidade à minha carreira”.
Ele aproveitou para contar como é treinar com atletas conhecidos mundialmente como Anderson Silva e Minorauto. “Nosso treinamento é muito pesado. Passamos três meses treinando para uma luta que será decidida em três rounds de cinco minutos cada. Tenho treinado muito com o Anderson Silva, contribuído para a luta dele com o Chris Weidman. O Minotauro é um cara sem explicação, um exemplo de superação. Mesmo com uma lesão no braço, e apesar de não poder treinar, ele já está no centro de treinamento, falando, orientando. Isso nos impulsiona, nos motiva”, disse.
“Esses caras são campeões que admiro e me espelho muito neles para crescer no esporte. Eles são exemplos de determinação, persistência e força de vontade para chegar ao topo. Às vezes é difícil de acreditar. Você para e pensa: estou treinando com o Anderson Silva, com o Minotouro, com o Minotauro. É complicado no início. Mas vamos aprendendo com o passar do tempo. Estes caras nos fornecem um leque de opções. Aprendo muito com eles. Não tem como não pensar em grandes eventos como UFC ou Bellator estando envolvido com grandes atletas como Minotouro, Minotauro e, Anderson Silva. Sempre penso que vou chegar ao mesmo lugar onde estão o Anderson e outros lutadores: o topo”, explicou.
No Rio de Janeiro, já integrado ao Team Nogueira, quis o destino que Montanha fizesse sua estreia em sua cidade natal. O evento? O Uba Fight 4. Seu oponente foi Felipe Canty. E, superando as expectativas, ele deu um verdadeiro show para os seus conterrâneos, nocauteando o seu rival aos 2m23s do primeiro round e conquistando a sua segunda vitória no cartel.
"Foi uma grande satisfação poder chegar lá em cima e representar a maior equipe de MMA do mundo. A expectativa era muito grande por se a primeira luta pelo Team Nogueira, mas posso dizer que não senti muita pressão. Treinamos com os melhores todos os dias, então quando subimos (no cage) nem nos assustamos. Mas graças a Deus deu tudo certo e eu consegui trazer essa vitória", disse o atleta à época.
Apesar do contato físico ser essencial ao esporte, Antonio ressalta que as artes marciais não devem ser vistas como violência. Ele diz que, sem o apoio de pessoas próximas, talvez não teria conseguido chegar ao patamar que está. “Nem todos concordam com o estilo de esporte, pelo fato de ter um grande contato físico e muitas vezes é visto como violência, porém pessoas com laços mais próximos à mim viram minha capacidade e me apoiaram à crescer no esporte”, relembrou.
Para os novos atletas, e principalmente para as crianças, Montanha deixa um conselho: “Eu trabalhei e cresci na zona rural. Acreditei no meu potencial e estou em lugar intermediário para a realização do meu sonho. Temos que ter foco. É preciso querer e acreditar que podemos chegar às nossas metas. O mundo nos oferece muitas coisas. Mas é preciso termos discernimento. Quanto mais difícil o caminho, mais merecido é a conquista almejada. As dificuldades nos faz crescer. Espero que acreditem sempre em seus sonhos, sem se desviarem dos objetivos, com fé em Deus. Desta forma farão a diferença na vida, sendo vencedores”.
Ao fim da entrevista, Montanha parabenizou a Revista Samuray. “Parabenizo a todos pela iniciativa da Revista Samuray. É muito importante divulgar as artes marciais e os nossos atletas. É fundamental que os atletas tenham o incentivo e apareçam. Não somente em conquistas. A Samuray será fundamental para o desenvolvimento e valorização dos atletas da nossa região”, finalizou.





A Princesa Thayná e os tatames

O esporte entrou na vida de Thayná F. Malta (16) aos quatro anos de idade por prescrição médica, devido problemas respiratórios e hiperatividade. Durante quatro anos praticou natação, jazz, ballet e sapateado. Aos oito anos de idade, ela conheceu a arte marcial que seria sua paixão: o Taekwondo.
A pouca idade não foi obstáculo para a jovem ubaense no esporte. Com ótima coordenação motora, seu talento foi percebido por seu professor, Sandro Ferreira, que apostou no talento da garota ubaense, e os resultados não demoraram a aparecer.
Aos nove anos começou sua trajetória competitiva, sagrando-se Campeã Mineira (2006). Em 2007 começou a percorrer todo o Brasil em eventos chancelados pela Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), conquistando uma medalha de bronze em seu primeiro Campeonato Brasileiro. Dois anos mais tarde, tornou-se campeã brasileira, me sua categoria.
Mesmo com a dificuldade de conciliar os estudos com os treinamentos (devido à distância), Thayná integra a equipe Sesi Esportes, Thayná treina em Ubá acompanhada do seu pai e preparador físico, Victor Malta, e de sua mãe e empresária Glênia F. Malta.
Mesmo com pequenos entraves, a jovem taekwondista integra a Seleção Brasileira Juvenil de Taekwondo há três anos, sendo a atleta ubaense mais nova a conquistar vaga na Copa do Brasil e a única na categoria Juvenil medalhista da Copa, sendo vice-campeã da competição e líder do ranking nacional por três anos consecutivos.
Aos 15 anos, foi a atleta Brasileira mais nova a representar o Brasil no WTF World Poomsae Championship realizado em Tunja - Colômbia (Dez/ 2012). O talento da ubaense fez com que ela fosse a única brasileira a integrar o ranking dos 100 melhores atletas de Mundo e participar do Winter Training Camping Madri (Camping de Treinamento referência Internacional coordenado pelo Técnico Olímpico da Seleção da Finlândia Jésus Hamal e Suvi Mikkonen – Atleta da Seleção da Finlândia).
Thayná irá disputar, ainda este ano, o Pan-Americano Poomsae (Dupla e Individual) e está convocada para lutar no Pan-Americano na categoria até 42kg, que acontecerá no Querétaro (México) em setembro, estando, ainda, classificada para o Mundial que acontecerá em novembro em Bali - Indonésia.
Interesse pelas artes marciais
Eu já praticava vários esportes por indicação médica. Mas comecei a praticar o Taekwondo porque, como eu treinava Futsal e o horário mudou, ficou incompatível com o horário do Colégio, então meus pais substituíram pelo Taekwondo. Mas meu interesse começou no primeiro dia de aula. Eu era muito indisciplinada. Eu descarregava minhas energias nas aulas. Lá podia chutar e, aos poucos, fui me tornando disciplinada fora dos tatames. Eu tinha disciplina quando praticava esporte, mas deixava a desejar em casa e no colégio, por exemplo. Mas o taekwondo mudou minha visão e forma de agir. Nos tatames, na hora da competição, toda vez o Técnico pedia para parar, para segurar o ritmo, eu não parava, não por que era desobediente com o técnico, mas por que era explosiva, não conseguia me conter nos tatames. Era muita adrenalina. Hoje, consigo me conter um pouco.
Importância do Taekwondo
O taekwondo já está há oito anos na minha vida. Tudo gira em torno dele. Me dediquei ao longo destes anos e obtive frutos, como a confiança de renomados Técnicos do Brasil. Isso me trouxe mais confiança. Aprendi através das artes marciais a ultrapassar meus próprios limites, a ser guerreira, a vencer barreiras. Provei a mim mesma, que sou capaz. Mesmo diante de as todas dificuldades que encontrei pelo caminho. Através do Taekwondo pude mostrar meu trabalho, e conquistar a confiança de todos, seja da mídia, de patrocinadores e outros atletas.
Importância do treinamento
O treinamento traz inúmeros benefícios para saúde, como a melhora do auto controle. Através dele fiz inúmeras amizades, conheci outros países, outras culturas. Adquiri muito aprendizado como pessoa. Consegui agregar pessoas que me ajudam e torcem por mim. Tudo isso é fruto do treinamento. Não consigo imaginar minha vida sem o Taekowndo.
Os atrativos das Artes Marciais para as mulheres
Nunca sofri preconceito por ser mulher. Nunca percebi esta diferença. Certamente o tradicional é meninos praticarem artes marciais e meninas dançarem balé. Antes do Taekwondo, pratiquei o Ballet por quatro anos. Entretanto, no meu pensamento, não existe esta diferença de modalidades masculinas e femininas. Nunca parei para pensar o que mais me atrai no taekwondo, eu gosto dele no geral. Mas toda competição é um desafio, cada luta é uma luta. E isso me instiga. Gosto desse desafio.
Objetivo com as artes marciais
Continuar sempre treinando e representar minha cidade, meu estado, meu país. Preciso treinar. Meu próximo passo é investir nos treinos principalmente na parte técnica. Por mais que eu tenha obtido excelentes resultados, treinando esses anos sozinha, apenas com a ajuda do meu pai (Preparador Físico), sinto essa necessidade. Se o esporte, de maneira geral, tivesse mais incentivo, eu poderia estar treinando com meu técnico e atletas de alto nível diariamente. Quero buscar conhecimento, aperfeiçoamento e evoluir cada vez mais, para sempre poder representar bem a minha cidade.
Filosofia das artes marciais
O praticante de artes marciais se torna disciplinado. O esporte educa, nos torna mais humanos, mais companheiros. Sou uma pessoa do bem. Tenho personalidade forte, mas procuro respeitar as pessoas, sou verdadeira. Procuro levar sempre uma vida saudável. Enquanto as meninas da minha idade saem, se divertem com os amigos, eu estou treinando. Passei muitas datas especiais, como aniversário, no tatame. No dia do meu aniversário de 15 anos, eu estava disputando vaga para Seleção Brasileira em Aracajú. Até tentei passar algumas horas deste dia tão importante com alguns familiares, mas infelizmente não deu. Vejo que o esporte me amadureceu de certa forma. O Taekwondo contribuiu para o fortalecimento de princípios em minha vida. Mas tenho certeza que a educação e, principalmente, o incentivo que minha família me deu foi essencial junto a filosofia do esporte.
Conselho para meninas que entram nas artes marciais
Procure um profissional qualificado. Isso é fundamental para formação, não só como atleta, mas como ser humano. Procure conhecer o esporte e faça por gosto e por se sentir bem. Esteja ciente que dificuldades vão aparecer.
Resultados obtidos em competições
Estou há três anos consecutivos na Seleção Brasileira de Taekwondo, através das Seletivas que acontecem uma vez por ano e para participar tem alguns critérios que você tem que ser: os três primeiros do ranking nacional, Campeã e Vice Campeã da Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Participei do 7º WTF World Poomsae Championship em Tunja /Colômbia e conquistei a vaga para o Pan-Americano em três modalidades que acontecerá em setembro no México e Mundial em Bali-Indonésia em novembro.






Tae Kwon Do: Da coreia para o mundo

Originário da Coreia o Taekwondo não só ajuda a manter a forma física como também ajuda a atingir a paz de espírito e a serenidade. O Taekwondo teria surgido há milhares de anos. Na sua primeira forma, talvez tenha sido usado como meio de defesa dos ataques de animais selvagens. Foram desenvolvidos vários movimentos de defesa pessoal e contra-ataque, em que estas defesas se baseavam em sistemas de blocagens e os ataques em pontapés e socos, que é agora o significado de Taekwondo.
O surgimento do Taekwondo na sua forma mais recente deu-se em 1960, o Taekwondo foi considerado como membro oficial da Associação Amadora Desportiva da Korea em 1961, e foi admitido como um acontecimento oficial pela primeira vez nos 43º Jogos Nacionais Koreanos de 1962.
Neste mesmo ano deu-se o primeiro Campeonato Mundial de Taekwondo, em que mais de 200 campeões de sete nações competiram entre si neste grande acontecimento, daqui resultou que o Taekwondo foi reconhecido internacionalmente. O Taekwondo foi introduzido no Comitê Olímpico Internacional (COI) em Julho de 1980. Em 1982 o COI determinou uma demonstração oficial de Taekwondo nos Jogos Olímpicos de 1988, em Seoul, Coreia. Demonstração repetida posteriormente em Barcelona 92.
No dia quatro de setembro de 1994 o Taekwondo foi admitido como modalidade olímpica oficial para o ano 2000, nas Olimpíadas de Sidney. A sua inclusão no programa Oficial dos jogos olímpicos foi votada na 103ª Reunião do comitê olímpico internacional.
Historia
No século VII, a Coréia era dividida em três reinos: Koguryo, Paekche e Silla. Descobertas arqueológicas de pinturas nas paredes de Muyong-Chong, uma tumba real que remonta à época da dinastia Koguryo, nos permite evidenciar a prática de Tae-Kyon (a mais antiga forma de Taekwondo) num período anterior ao ano de 50 a.C.
As pinturas não deixam dúvidas sobre se realmente representam uma manifestação da antiga arte do Tae-Kyon: mostram homens desarmados praticando um combate e se utilizando de técnicas bastante características da arte, como a "faca da mão", o punho cerrado e a posição de luta clássica.
Nesta época, destes três reinos que viviam em constantes conflitos, Silla (o menor e menos desenvolvido deles) estava sempre sendo invadido pelo outros, bem como por piratas japoneses, que se aproveitavam de sua fraqueza e incompetência militar para saqueá-los. Ignorando suas diferenças com seu vizinho mais próximo, e preocupado com a segurança de seu próprio reino, o rei de Koguryu amedronta-se frente aos ataques dos piratas japoneses e resolve enviar forças militares para prestar treinamento a alguns guerreiros da nobreza de Silla e ajudá-los a combaterem e livrarem-se, e à própria península, dos ataques inimigos. Esta foi a primeira vez que o Taekwondo (naquela época conhecido como Tae-Kyon) foi introduzido no reino de Silla, que seria, a partir de então, seu maior propagador.
Uma vez contando com o apoio militar de Koguryo, o rei de Silla convocou a nobreza do reino para que formassem um grupo de elite, que se responsabilizaria pela defesa e proteção da nação. Esses nobres criaram um grupo que ficou conhecido como os Hwarang. Os Hwarang foram então treinados em diversas modalidades: arco e flecha, marcha, espada, bastão, lança, táticas militares e Tae-Kyon. Tornaram-se conhecidos em todo o reino. Seu rei, porém, acreditava que ainda lhes faltava uma ideologia, pois do contrário seriam nada mais que um grupo de assassinos bem treinados.
Estudaram, então, história, filosofia confuciana, ética e moral budista. Daí formularam seu código de honra: fidelidade ao rei; lealdade aos amigos; respeito aos pais; nunca recuar ante o inimigo; só matar quando não houver alternativa. Com a formulação deste código de honra, o movimento passou a denominar-se Hwarang-Do (Do significa "o caminho" em todas as artes marciais orientais).
A partir da formação do grupo dos Hwarang, Silla tornou-se tão poderosa frente a seus inimigos vizinhos que, no ano de 670 d.C., consegue unificar os três reinos da península sob a sua bandeira. É por isso que algumas fontes de pesquisa indicam este ano como o ano de surgimento oficial do Taekwondo, na cidade de Surabul da Silla; mas na verdade, a prática desta arte é bem anterior a este período, como nos provam as pinturas encontradas na tumba Muyong-Chong, e que remontam ao século I a.C.
A partir daí, os Hwarang viajam pelo interior da península para conhecer mais sobre a região e a população, e desta forma vão espalhando o Taekwondo por todo o reino durante toda a dinastia Silla, que se estende de 668 d.C. até 935 d.C. Durante esta época, o Tae-Kyon se torna popular como uma atividade de recreação ou um sistema de desenvolvimento físico, ainda que fosse também uma excelente forma de defesa pessoal. Somente durante a dinastia Koryo (935 d.C. - 1392 d.C.) esse foco começa a mudar. Nessa época o Tae-Kyon passa a ser conhecido como Subak e deixa de ser visto como um sistema de desenvolvimento físico, passando a ser encarado como uma arte marcial.
O taekwondo nasceu oficialmente nesse período, na cidade de Surabul, com o nome de Taekyon que significa chute pulando. A prática do Taekyon foi proibida durante 36 anos, período em que os japoneses ocuparam a Coréia. Após a segunda guerra mundial, o Japão foi derrotado e os coreanos voltaram a treinar até conseguir a união de diversas escolas e estilos, adotando então o nome de Taekwondo.
Porém, ainda em 1948, o Taekwondo foi novamente afetado com a divisão da Coréia em sul e norte, situação que até hoje permanece. Devido à divisão, surgiram duas linhas dessa arte marcial, destacando como a principal diferença entre elas, a proibição do soco no rosto, pelos praticantes do sul.
A Coreia do Norte obedece ao ITF (International Taekwondo Federation). Já na Coreia do Sul foram fundadas em 1965 a Korea Taekwondo Association (KTA), e em 1973, a World Taekwondo Federation (WTF). Em coreano a palavra taekwondo possui o seguinte significado: caminho dos pés e das mãos através da mente. Apesar de ser uma luta, possui, assim como quase todas as artes marciais, uma filosofia que consiste na valorização da perseverança, integridade, auto-controle, cortesia, respeito e lealdade.