quarta-feira, 22 de abril de 2015

O que é isso, seu juiz!?

Foi nos dias 18 e 19 de abril que aconteceu a 10ª edição do Campeonato Brasileiro Militar e Copa Ary Barroso de Karatê. O evento, que aconteceu no ginásio do Sesi/Ubá(MG), contou com a presença de atletas de São Paulo, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

No sábado (primeiro dia), o evento foi exclusivamente dedicado aos militares. Marinha, Exército, Aeronáutica e Polícia Militar enviaram seus representantes. Dividido em suas modalidades (Kata e Kumite), os atletas desfilaram um karatê de auto nível, demonstrando toda sua técnica ao público presente. Já no domingo coube aos atletas civis mostrar sua performance. Mais de 200 atletas mostraram todo seu conhecimento e seu espírito guerreiro (Zanshin).

Único fator destoante foi a arbitragem. À cargo de árbitros do Rio de Janeiro, muitos resultados foram contestados. Reclamações até mesmo dos árbitros laterais.
Que o assunto arbitragem é alvo de polêmica, isso é fato. Independente da modalidade esportiva praticada. Nas Artes Marciais não é diferente. Mas vamos entender:
No Karatê, são cinco árbitros, sendo quatro laterais (um em cada “ponta” do koto/tatame) e um central. Como no futebol que possui auxiliares (bandeirinhas), a decisão majoritária é sempre do árbitro central (ou do “juiz”). Não é permitido interferência em momento algum na decisão do árbitro, correto?
Infelizmente, não foi o que se viu. Vimos árbitros centrais invertendo pontuação e permitindo interferência externa, sem mencionar consultas a menos graduados. Eu fui um dos árbitros laterais que se ausentaram do koto por não concordar com a conduta de uma árbitra central.
Sabemos que o karatê exige contato, mas fico preocupado quando crianças (categoria 9 e 10 anos) se machucam por excesso de força e quando é possível observar a irresponsabilidade de uma arbitragem que não permite que os professores/técnicos orientem seus alunos/atletas para que não tenham este comportamento.
Sob a bandeira da Federação de Karatê Interestilos do Rio de Janeiro, esta árbitra desrespeitou todo o ensinamento do Shihan Ginchin Funakoshi (Esforçar-se para formação do caráter! Criar o intuito de esforço! Respeito acima de tudo! Conter o espírito de agressão! Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão!).

Temos a certeza de que a ação de uma única pessoa não vai apagar todo o brilhantismo do evento. Esperamos que, em 2016, a organização tenha critérios quanto aos árbitros e sua conduta dentro e fora dos kotos. Que venha o próximo Campeonato Brasileiro Militar e Copa Ary Barroso de Karatê.
Só mais uma pergunta? Qual é qual?