terça-feira, 29 de maio de 2012

Os Samurais


Introdução

Os samurais são os legendários guerreiros de armadura do Japão antigo, conhecidos no Ocidente como uma classe militar e retratados em incontáveis filmes de artes marciais. Embora a arte da guerra fosse o centro da vida de um samurai, eles também eram poetas, políticos, pais e fazendeiros. Os samurais desempenharam um papel essencial nos últimos 1.500 anos da história japonesa. 

Foto cortesia de Japanese-Armor.com
Este capacete de batalha é uma reprodução em tamanho verdadeiro daquele que foi usado pelo famoso daimyo
Date Masamune (1566-1636)
Neste artigo, examinaremos o rígido código de conduta dos guerreiros samurais, o sistema de honra que guiava suas vidas, as armas e armaduras que usavam, e sua longa história desde as obscuras origens no século V até a extinção da classe samurai em 1876.
Os samurais desempenharam muitos papéis no Japão: coletores de impostos, servidores do império, arqueiros, militares. Mas se tornaram mais conhecidos como guerreiros.
O que torna um samurai diferente de outros guerreiros em outras partes do mundo? Vestir uma armadura e usar uma espadanão é suficiente para transformar-se em um. Apesar dos costumes terem mudado ao longo dos séculos, há quatro regras que sempre definiram um samurai:
  1. o samurai é um guerreiro bem treinado e extremamente habilidoso;
  2. o samurai serve seu daimyo, ou senhor, com absoluta lealdade, até a morte. Esse é o próprio significado da palavra samurai: "aquele que serve";
  3. o samurai é um membro de uma classe de elite, considerado superior a cidadãos comuns e soldados ordinários de infantaria;
  4. a vida do samurai é regida pelo bushidô, um rígido código de guerreiro que coloca a honra acima de tudo.

Treinando para a vida e para a guerra

Samurai e Zen
A religião nativa do Japão era oXintoísmo, até que o Budismoo substitui no século V d.C. Uma escola do ensinamento budista, o Zen Budismo, encorajava seus seguidores a obter a iluminação através de intensa meditação e contemplação. Essa disciplina era popular entre os samurais, que entendiam a necessidade de treinar e praticar até que suas habilidades de combate fossem como a respiração - algo que faziam naturalmente, sem ter que pensar a respeito.
O tipo e a freqüência dos treinamentos de um samurai dependiam da riqueza de sua família. Em famílias de classe baixa, os filhos eram geralmente enviados às escolas dos vilarejos para receber instrução básica, mas a maior parte de seu treinamento era dado pelos seus pais, irmãos mais velhos ou tios.
Treinar artes marciais era considerado muito importante e o treinamento, freqüentemente começava muito cedo, por volta dos cinco anos. Filhos de famílias ricas eram enviados a academias especiais, onde eram tutelados em literatura, artes e habilidades militares.
A imagem mais familiar que se tem dos samurais é, provavelmente, a de um mestre espadachim empunhando a sua katana com extrema habilidade. Entretanto, nos primeiros séculos de sua existência, os samurais eram mais conhecidos comoarqueiros a cavalo. Disparar uma flecha ao mesmo tempo que se monta um cavalo é uma tarefa muito difícil e dominá-la requer anos de prática. Alguns arqueiros praticavam em alvos amarrados a um poste, que poderiam ser balançados para criar um alvo móvel. Por um certo tempo, cachorros vivos eram usados como alvos móveis, até que um xogum (tinha poderes de governante e líder militar) aboliu essa prática cruel.
A arte da espada era ensinada de uma maneira igualmente implacável. Conta-se que um certo mestre atingia seus alunos a qualquer momento do dia ou da noite com uma espada de madeira, até que eles aprendessem a nunca relaxar sua guarda.

Nos primeiros séculos de sua existência, os samurais eram mais conhecidos como arqueiros a cavalo
Além da habilidade de guerrear, esperava-se que os samurais fossem bem educados em outras áreas, como literatura e história. Durante o período Tokugawa, uma era pacífica, quando os samurais não eram muito necessários como guerreiros, os seus conhecimentos acadêmicos foram especialmente úteis. Entretanto, alguns mestres samurais advertiam seus alunos para não se aterem muito às letras e à pintura, para que não enfraquecessem a mente.
Um samurai é imediatamente reconhecido pela armadura e capacete singulares. Embora as primeiras armaduras fossem feitas com uma placa sólida (séculos V e VI d.C.), é a armadura laminar, posterior a ela, que continua a representar a imagem do samurai até hoje. A armadura laminar é feita unindo-se escamas de metal em uma placa pequena, que é então laqueada para tornar-se à prova d'água. Estas pequenas placas são unidas com tiras de couro, cada uma cobrindo ligeiramente a placa seguinte. Originalmente havia dois tipos básicos de armaduras laminares:
  • yoroi - armadura pesada (incluía um pesado capacete e imponentes protetores para os ombros) muito usada pelos samurais montados;
  • do-maru - armadura mais justa e mais leve usada pelo soldados de infantaria.
Mais tarde, à medida que o combate homem-a-homem se tornou predominante, o estilo de armadura do-maru se tornou mais popular entre todos os samurais. As do-maru foram modificadas para incluir capacetes mais robustos e protetores mais leves para ombros e canelas.
Os capacetes, chamados kabuto, são feitos de placas de metal presas com rebites. Em muitos projetos, os rebites formam linhas de saliências ao longo da parte de fora do capacete, incrementando seu distinto visual. Samurais de escalões mais altos colocavam o símbolo do clã e outros ornamentos em seus capacetes. Alguns capacetes possuíam máscaras de metal portando rostos de demônios, às vezes com bigodes e barbas feitos com crina de cavalo. Durante os tempos de paz, esses capacetes se tornaram bastante elaborados. Hoje são considerados peças de arte.
Antes de vestir a armadura, o samurai usava uma túnica de peça única coberta por um quimono e um par de calças bem largas. Um gorro acolchoado ajudava a aliviar o peso do grande capacete de ferro.
Glossário da armadura
Do - armadura do busto, que pende dos ombros.
Tsurubashiri - cobertura de couro sobre o Do, às vezes com padrões coloridos e elaborados.
Sendan-no-itakyubi-no-ita - pequenas placas de armadura que pendem dos ombros e protegem as tiras que mantém presa o resto da armadura.
Kote - manga da armadura, usada apenas no braço esquerdo, deixando o braço direito livre para usar o arco. Esta prática de deixar o braço direito desguarnecido continuou como forma de tradição muito tempo depois que os samurais não mais dependiam das técnicas do arco e flecha em combate.
A arma mais famosa dos samurais através da história é a katana, a espada curva. A katana nunca foi usada sem sua espada companheira - awakizashi, uma arma mais curta com a lâmina mais larga. De acordo com aWikipedia, as duas espadas juntas são referidas como daisho, significando "grande e pequena". A palavra dai (grande) representa a katana e a palavrasho (pequena) representa a wakizashi.

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Jogo de espadas Paul Chen Tiger: a katana, wakizashi
e a tantô (da esquerda para a direita)
Os ferreiros que criavam katanas para os samurais são considerados os melhores fabricantes de espadas da história. Um dos maiores desafios de se fabricar uma espada é mantê-la afiada. Uma arma feita com um metal duro irá manter o fio, mas é frágil e tem a tendência de se quebrar. Os ferreiros japoneses resolveram o problema fazendo o núcleo da espada com um metal macio, que não se quebra. Esse núcleo era coberto com camadas de metal mais duro que eram repetidamente dobrados e martelados até que fossem literalmente milhões de camadas de metal laminadas juntas. O corte era tão afiado que um um espadachim habilidoso poderia partir um ser humano em dois com um só golpe.

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Os samurais são tema de muitos filmes
Além de espadas e arcos, o samurai usava vários tipos de armas longas (lâminas presas a longos bastões). Uma das mais comuns era a naginata, que consistia em uma lâmina afiada de 60 a 120 cm de comprimento montada em uma haste de madeira com 1,2 a 1,5 m. O alcance extra proporcionado por estas armas permitia à infantaria conter os atacantes ou desferir o primeiro ataque antes que um oponente com uma espada pudesse alcançá-los. Eram bastante eficientes contra inimigos montados.
No século XVI, mercadores europeus chegaram ao Japão pela primeira vez. Os japoneses pagaram grandes somas pelo seus mosquetes, dominando rapidamente as técnicas de fundição necessárias à produção de armas em massa. Embora a arma de fogo não seja tradicionalmente associada ao samurai, ela foi de uma grande influência na arte da guerra japonesa desde então, permitindo ao daimyos formarem grandes exércitos de homens armados com relativamente pouco treinamento. Muitos samurais adotaram essas armas pouco confiáveis, que eram mais usadas como apoio à tão fiel espada. Alguns chegaram a usar armaduras sólidas com desenho de corpo inteiro, a okegawa-do, com o objetivo de fazê-las à prova de balas.
Os samurais não eram guerreiros mercenários, vagando pelo Japão e lutando por qualquer senhor de guerra que os pagasse. Eles estavam vinculados a um senhor específico, ou daimyo, e também comprometidos com as suas comunidades por dever e honra.
Este código de honra é conhecido como bushidô, e vem das palavrasbushi, que significa "guerreiro", e do que significa "o caminho". Bushidô significa então: "o caminho do guerreiro". Esse código evoluiu de um período anterior, quando os samurais eram arqueiros e cavaleiros. O treino e a devoção para desenvolver essas habilidades e a ligação com o cavalo levou ao kyuba no michi, "o caminho do cavalo e do arco".
Embora refiram-se ao bushidô como um código, ele não era um conjunto formal de regras para todo samurai se guiar. Na verdade, o bushidô mudou muito através da história e mesmo de um clã para outro. Embora os samurais já existissem há muito tempo, o bushidô só foi escrito no século XVII.

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O bushidô é o tema central do filme "Ghost Dog"
O primeiro dever de um samurai era a lealdade a seu senhor. O Japão tinha um sistema feudal no qual o senhor esperava a obediência dos seus vassalos, que em troca recebiam proteção econômica e militar. Se o senhor não pudesse contar com a absoluta lealdade dos seus vassalos, todo o sistema teria desmoronado. Este senso de lealdade e honra era geralmente levado a extremos pelos japoneses, que lutavam até a morte em uma batalha sem esperança para proteger a fortaleza de seu senhor, ou cometiam suicídio se sentissem que o haviam desgraçado.
O samurai também tinha um dever de vingança. Se a honra de seu senhor fosse manchada, ou se este fosse morto, o samurai era obrigado a encontrar e matar os responsáveis. Uma das histórias de samurai mais famosas, "Os 47 Ronin", ou samurais sem senhor, é um conto da tradicional vingança dos samurais. Durante um período de paz, seu senhor foi condenado a cometerseppuku (suicídio) devido a uma desavença com outro senhor. Dois anos depois, todos os 47 samurais invadiram o castelo do algoz de seu mestre e o mataram. Eles foram presos e também forçados a cometer seppuku, não porque cumpriram com seu dever de vingança, pois isso era o esperado, mas porque o fizeram em um ataque secreto, o que era considerado uma desonra.

Seppuku

A honra era tão importante para os samurais que eles freqüentemente tiravam suas próprias vidas em face de um fracasso, ou se tivessem violado o bushidô. Esse suicídio vinculado à honra tornou-se bastante ritualizado, tomando a forma do seppuku. Também conhecido por sua expressão mais vulgar, hara-kiri, o seppuku era a maneira de o samurai restaurar a honra do seu senhor e de sua família e cumprir a sua obrigação de lealdade ainda que tivesse falhado como samurai.
O ritual do seppuku consistia em que o samurai usasse vestimentas apropriadas enquanto lhe era apresentada a faca ritual, embrulhada em papel. O samurai então tomava a faca e, com um corte, abria seu ventre da esquerda para a direita, finalizando com outro corte para cima. O seppuku porém, não era um ato solitário, e poucos samurais eram deixados para morrer a lenta e dolorosa morte por desentranhamento. Outro samurai ficava em pé atrás do suicida e o decapitava logo depois.
Nos anos seguintes, o ato se tornou ainda mais ritualizado, sendo algumas vezes usados leques de papel ao invés de facas. Freqüentemente, okaishaku-nin, ou segundo samurai, executava a decapitação tão logo a faca ritual fosse tocada, bem antes que qualquer dor fosse experimentada.
Em tempos modernos, o ritual do seppuku tem ressurgido no Japão, tanto como uma maneira tradicional de restaurar a honra em face da derrota quanto como uma forma de protesto.

A história dos samurais


Foto cortesia de Japanese-Armor.com
Reprodução da armadura de Takeda Shingen
Ninguém sabe com certeza quem foi o primeiro samurai. Historiadores contam que nos séculos V, VI e VII d.C., havia rivalidades entre príncipes e clãs, bem como guerras de sucessão quando um imperador morria. Todavia, a maioria das lutas ocorria contra os nativos das ilhas do Japão, aos quais o Japão Imperial se referia comoemishi, ou bárbaros.
Alguns imperadores perceberam que os emishi eram bons lutadores e os recrutaram para lutar em batalhas contra outros clãs ou ordens religiosas rebeldes. Algumas das táticas militares e tradições dos emishi foram incorporadas pelos soldados japoneses e, mais tarde, usadas pelos samurais.
O status do samurai como uma classe de elite vem da proliferação das famílias poderosas que viviam longe da capital, transferindo suas terras e seu prestígio de uma geração para outra por centenas de anos. Os membros dessas famílias de guerreiros ou clãs alcançaram o status de nobreza.
Tradições militares bárbaras se combinaram com o status de elite e o código do guerreirokyuba no michi para formar o molde do antigo samurai. De acordo com algumas fontes, a palavra samurai apareceu pela primeira vez no século XII. Por um longo tempo, os samurais constituíam a principal força militar usada contra os emishi e outros clãs.
Em 1100, dois poderosos clãs serviam ao Imperador do Japão: o clã Taira e o clã Minamoto. Estas duas famílias se tornaram rivais e, em 1192, Minamoto Yoritomo liderou seu clã à vitória sobre o clã Taira. O imperador, chefe tradicional do governo japonês, declarou Minamoto Yoritomo como xogum, o chefe militar. Mas Yoritomo usou seu novo cargo para tirar do imperador todo o poder político, tornar permanente sua posição de xogum, e montar uma ditadura militar conhecida comobakufu. Assim, os samurais passaram de servos dos daimyos proprietários de terras a regentes do Japão, sob o xogum.
Depois que Yoritomo morreu, sua esposa, Masa-ko, procurou manter o xogunato. Embora não fosse completo, os Hojos, sua família, mantiveram o controle do Japão por mais de 100 anos.
O clã Ashikaga arrancou o controle dos Hojos em 1338. Os Ashikagas falharam ao tentar impor uma autoridade central forte no Japão e os clãs entraram em decadência devido às lutas constantes. Durante esse período, o daimyo construiu castelos impressionantes, com muros, portões e fossos que os tornavam inexpugnáveis.
Este sengoku, ou período de guerra civil, durou até que Tokugawa Ieyasotomou controle do Japão em 1603. Tokugawa aplicou uma rígida política isolacionista e manteve o controle sobre os daimyos ao forçar suas famílias a viverem na capital, enquanto o próprio daimyo vivia na sua propriedade. Cada daimyo era obrigado a visitar a capital pelo menos uma vez ao ano (daimyos que caíam em desaprovação recebiam propriedades longe da capital, tornando a viagem mais cara e demorada). Isso garantia o controle sobre os daimyos porque suas famílias eram mantidas basicamente como reféns, e as caras viagens anuais os impediam de conseguir demasiado poder econômico.
Tokugawa também proibiu o porte de espadas, exceto pelos samurais. Todas as espadas possuídas por aqueles que não eram samurais eram confiscadas e derretidas para fazer estátuas. Isso marcou os samurais como uma classe muito distinta, acima dos cidadãos comuns.
Durante a paz forçada de Tokugawa, os samurais raramente entravam em combate. Foi durante esse período que os samurais assumiram outras funções, acompanhando seus senhores na ida e na volta da capital, trabalhando como burocratas no bakufu e cobrando tributos em arroz dos vassalos do daimyo.

O fim dos samurais

Tokugawa e seus descendentes governaram um Japão pacífico por dois séculos e meio. Nesses tempos de paz, o poder dos samurais declinou gradualmente, mas foram dois fatores específicos que os levaram à ruína definitiva: a urbanização do Japão e o fim do isolacionismo.
À medida que mais japoneses se mudavam para as cidades, havia menos fazendeiros para produzir o arroz necessário para alimentar a crescente população. A vida luxuosa desfrutada pelos xoguns e muitos daimyos começou a se desgastar nesse sistema econômico. Muitos japoneses, inclusive samurais de classes mais baixas, começaram a ficar insatisfeitos com o xogunato devido às difíceis condições econômicas.

Foto cortesia de Japanese-Armor.com
Reprodução de peças de Takeda Shingen - capacete de batalha e máscara
Em 1853, navios dos EUA entraram na baía de Edo. O comodoro Matthew Perry havia chegado para entregar uma mensagem do presidente Millard Fillmore ao imperador (que ainda existia como uma autoridade simbólica, ainda que, na realidade, fosse o xogum que governasse o país). Fillmore queria abrir relações comerciais com o Japão, desejava que os marinheiros americanos fossem bem tratados pelos japoneses e propunha abrir o Japão como um porto de reabastecimento para navios americanos. Perry entregou a sua mensagem, disse aos japoneses que retornaria em alguns meses e partiu.
Como conseqüência da visita de Perry, o Japão se dividiu. Alguns queriam recusar a oferta americana, manter o isolacionismo e ficar com suas tradições. Mas outros perceberam que o Japão nunca poderia resistir à melhor tecnologia dos ocidentais. Eles propuseram a abertura do Japão para aprender tudo que pudessem sobre os americanos, para que saíssem de seu isolamento e se tornassem uma potência mundial. No final, o bakufu decidiu abrir os portos japoneses para reabastecimento de navios americanos e, posteriormente, para o comércio.
O imperador negou-se a concordar com o tratado, mas como era apenas uma figura simbólica não conseguiu impedir que o bakufu o levasse adiante. Vários grupos de samurais rebeldes, que queriam que o Japão preservasse as tradições, apoiaram o imperador e iniciaram uma guerra civil contra o bakufu. Surpreendentemente, eles depuseram o xogum, terminando o período Tokugawa e restaurando o poder do imperador. Samurais de classes mais baixas tomaram posições de liderança, controlando o governo do novo imperador um jovem garoto que era chamado Imperador Meiji. Este evento foi conhecido como a Restauração Meiji.

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Katana prática Hanwei (direita) e espada japonesa Wakizashi
O poder foi tirado dos daimyos à medida que o governo desapropriava suas terras. Sem ninguém para pagar os muitos samurais, o governo decidiu lhes entregar títulos baseados na sua categoria. Isso afetou os samurais de baixo e alto escalão de formas diferentes, mas teve o mesmo resultado para ambos: eles usaram os títulos para investir em terras ou iniciar um negócio ou então perceberam que não tinham renda suficiente para se sustentar e retornaram para o campo como fazendeiros e para as cidades como trabalhadores. Os samurais não tinham mais função no Japão.
Finalmente, em 1876, o imperador baniu o uso de espadas pelos samurais, levando à criação de um exército de reservistas. Os samurais já não existiam mais. Embora tenha havido algumas rebeliões de samurais em províncias afastadas, aos poucos todos foram adotando novas funções na sociedade japonesa, enquanto seu país entrava na Era Industrial.

O espírito samurai ainda vive

Ainda que os samurais não existam mais, seu espírito de honra e disciplina encontrou um lugar nos tempos modernos. Dos pilotos kamikaze do Japão na Segunda Guerra Mundial às artes marciais, e mesmo em modernos homens de negócios que buscam o bushidô como um guia para uma vida honrada, o samurai continua a influenciar o Japão atual.
Os samurais no cinema

Foto cortesia de Amazon.com
  • Samurai I: Musashi Miyamoto (1954)
  • Sete Samurais (Seven Samurai - 1956)
  • Sete Homens e um Destino - baseado nos Sete Samurais (The magnificient Seven - 1960)
  • Yojimbo (1961)
  • Sanjuro (1963)
  • Chushingura (1963)
  • Harakiri (1964)
  • Sword of Doom (1966)
  • Samurai II - Duel at Ichijoji Temple (1967)
  • Samurai III - Duel at Ganryu Island (1967)
  • Samurai Rebellion (1967)
  • Os 47 Ronin (The 47 Ronin - 1979)
  • Kagemusha (1980)
  • Shogun (1980)
  • Fúria Cega (Blind Fury/Omega Doom - 1990)
  • Heaven and Earth (1992)
  • Ghost Dog - Matador Implacável (Ghost Dog - The Way of the Samurai - 1999)
  • O Último Samurai (The Last Samurai - 2003)
No Brasil, foi aprovada uma lei instituindo o dia 24 de abril como o Dia do Samurai no município de São Paulo. A data está no Calendário Oficial da cidade desde o ano de 2006 e foi escolhida por ser o aniversário do Sensei Jorge Kishika, introdutor do kobudo (a arte marcial dos samurais), no Brasil, e um dos principais difusores da cultura japonesa em São Paulo. Ele foi educado de acordo com as leis do bushidô.







segunda-feira, 28 de maio de 2012

Como termina o espetáculo?


Ontem a Prefeitura Municipal de Ubá promoveu um belo espetáculo na praça São Januário. Show com o grupo de dança impacto. O espetáculo chamava-se In sanidade. Ótimo show. Aliás, esta iniciativa do programa Aquarela na Praça é louvável.
O que ficou como ponto negativo, mais uma vez, é a Polícia Militar. Alguns vândalos mostraram que, mesmo com iniciativas do governo, em qualquer instância (municipal, estadual ou federal), não surte efeito a disseminação cultural.
Em pouco mais de uma hora de espetáculo proporcionado pelo grupo de dança, duas brigas atrapalharam e encerraram o evento. O mais assustador? A polícia demorou a agir e somente três policiais chegaram para coibir “a batalha”.
Quando eu cheguei em Ubá, há 12 anos, a situação era pior. A praça era insegura a ponto de ocorrer tiroteios e homicídios. Aos poucos, o Judiciário e a Polícia Militar conseguiram controlar a violência e coibir este triste espetáculo.
Infelizmente, não foi possível vê a conclusão do espetáculo de dança. A apresentação foi encerrada prematuramente e deixou às famílias presentes o “gostinho de quero mais”. Entretanto, foi possível observar que a tristeza pelo ocorrido e pela falta de segurança foi ainda maior.
No momento da apresentação, dezenas de crianças estavam na praça e nas imediações. Esperamos, sinceramente, que a polícia militar cumpra seu papel e proteja os cidadãos de bem da cidade. Não podemos ficar à mercê de pessoas que não conseguem conviver em sociedade. Parabenizo a prefeitura, mais uma vez, pela iniciativa. Mas deixo a crítica à polícia militar que tem deixado muito a desejar, tanto na repreensão aos atos de vandalismo quanto no trânsito.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Agora é Lei!!!


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos








Institui o Dia Nacional da Umbanda.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1oFica instituído o Dia Nacional da Umbanda, que será comemorado, anualmente, em 15 de novembro. 
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília,  16  de  maio  de 2012; 191o da Independência e 124o da República. 
DILMA ROUSSEFF
Anna Maria Buarque de Hollanda
Luiza Helena de Bairros
Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.5.2012
fonte:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12644.htm
 


Visite RBU - Rede Brasileira de Umbanda em: http://www.rbu.com.br/?xg_source=msg_mes_network

quarta-feira, 16 de maio de 2012

30 livros de Comunicação para download grátis


Os livros foram lançados entre 2010 e 2011 e são distribuidos livremente mediante autorização dos autores e editoras



(Crédito: Stock.XCHNG/Divulgação)
(Crédito: Stock.XCHNG/Divulgação)

Universidade da Beira, em Portugal, disponibilizou uma série de livros relacionados com a área de comunicação para download grátis mediante autorização de seus respectivos autores e editoras. A maior parte dos livros foi lançada entre os anos de 2010 e 2011.



Confira quais são os livros disponibilizados pela universidade portuguesa:


Tradição e Reflexões: Contributos para a teoria e estética do documentário

Autor: Manuela Penafria
A obra fala do processo de produção de um documentário e mostra exemplos de histórias colocadas neste formato, como por exemplo o movimento operário brasileiro dos anos 70 ou até mesmo durante a era franquista espanhola.

Pragmática: Comunicação Publicitária e Marketing

Autor: Annamaria Jatobá Palacios e Paulo Serra
A coletânea divulga textos de pesquisadores portugueses, espanhóis e brasileiros com produção acadêmica voltada para a investigação de mecanismos linguístico-discursivos desenvolvidos por diferentes práticas sócio-discursivas, a exemplo da publicidade, comunicação organizacional e marketing.

O admirável Mundo das Notícias: Teorias e Métodos

Autor: João Carlos Correia
O livro pretende ser um manual onde se encontre uma abordagem aprofundada da literatura disponível sobre Estudos Jornalísticos.

Radiojornalismo hipermidiático: tendências e perspectivas do jornalismo de rádio all news brasileiro em um contexto de convergência tecnológica

Autor: Debora Cristina Lopez
A autora analisa emissoras all news brasileiras e se insere no contexto da revolução que afeta o rádio contemporâneo.

Jornalismo e convergência: Ensino e práticas profissionais

Autor: Claudia Quadros, Kati Caetano e Álvaro Larangeira
Nesta obra pesquisadores do Brasil, Espanha, Portugal e México discutem novas propostas teórico-metodológicas para o ensino do jornalismo digital. Diversas experiências de ensino também são relatadas, evidenciando problemas, busca de soluçoes, improvisações e criatividade diante de estruturas ainda em desenvolvimento do sistema de ensino.

A Gazeta “da Restauração”

Autor: Jorge Pedro Sousa (Coord.); Maria do Carmo Castelo Branco; Mário Pinto; Sandra Tuna; Gabriel Silva; Eduardo Zilles Borba; Mônica Delicato; Carlos Duarte; Nair Silva; Patrícia Teixeira
O livro procura explicar como foi introduzido o jornalismo em Portugal, quais os fatores que contribuíram para o desenvolvimento dessa atividade de disseminação de informação e conhecimento no país, qual a importância que, nesse contexto, teve a Gazeta apelidada "da Restauração", do que falava essa Gazeta e como falava dos assuntos que abordava.

Retórica e Mediatização: As Indústrias da Persuasão

Autor: Ivone Ferreira & Gisela Gonçalves
A obra mostra de que modo as novas mídias contribuem para a persuasão sobre produtos, marcas ou ideias políticas e até que ponto a retórica mediatizada tem acompanhado a evolução tecnológica e se adaptado às novas ferramentas comunicacionais. Além disso o livro também fala sobre os atores e temáticas que sobressaem dessa análise e de que forma o jornalismo incorpora novas formas retóricas para se tornar mais eficiente.

Ensaios de Comunicação Estratégica

Autor: Eduardo J. M. Camilo
No livro, o autor homenageia alguns amigos e aproveita para dar uma amostra representativa de textos que falam de comunicação estratégica, discursos políticos, teorias de comunicação publicitária e a análise do discurso publicitário (comercial).

Vitrine e vidraça: Crítica de Mídia e Qualidade no Jornalismo

Autor: Rogério Christofoletti
Através da obra, o autor procura discutir a qualidade no jornalismo e tenta refletir sobre democracia e responsabilidade social. O livro está atrelado também ao debate sobre a ética, a formação dos novos jornalistas, a inovação e a busca da excelência técnica.

Cidadania Digital

Autor: Isabel Salema Morgado e António Rosas
Neste livro, os autores vão procurar encontrar respostas para a questão da cidadania digital, apresentando análises de realidades diversas cujo enquadramento comum são os usos que os cidadãos fazem das redes digitais.

Cidadania Digital

Autor: Isabel Salema Morgado e António Rosas
Neste livro, os autores vão procurar encontrar respostas para a questão da cidadania digital, apresentando análises de realidades diversas cujo enquadramento comum são os usos que os cidadãos fazem das redes digitais.

Homo Consumptor: Dimensões Teóricas da Comunicação Publicitária

Autor: Eduardo José Marcos Camilo
O objetivo do autor é responder a uma única questão central: o que é a publicidade enquanto fenômeno de comunicação de massa? Na resposta, o autor reúne uma série de paradigmas teóricos que pretende que sejam alternativos aos que habitualmente estão integrados no domínio das ciências empresariais, com especial destaque para o do marketing.

Conceitos de Comunicação Política

Autor: João Carlos Correia, Gil Baptista Ferreira e Paula do Espírito Santo
Vislumbra-se com este livro um aprofundamento dos estudos nesta área visível da imprensa universitária e especializada e na formação de Grupos de Trabalho nas Sociedades Científicas nacionais e internacionais.

Marketing e comunicación

Autor: José Sixto García
A obra fala das relações existentes entre a comunicação, o jornalismo e o marketing. Também apresenta uma nova categoria do marketing voltada para a comunicação, chamada de Marketing da Comunicação.

O Paradigma Mediológico: Debray depois de Mcluhan

Autor: José António Domingues
O problema geral do livro remete para o exame do poder constitutivo da mediação em seis momentos fundamentais: teológico, filosófico, gramatológico, representacional, técnico-científico e digital.

Direitos do Homem, Imprensa e Poder

Autor: Isabel Salema Morgado
Entendida por muitos como marco civilizacional, coube-me procurar compreender como é percepcionada a Declaração Universal dos Direitos do Homem, na sua dupla projeção: como representação social objetivada no discurso e como enquadramento de uma certa prática política enquanto proposta de exercício do poder para todos os Estados.

Redefinindo os gêneros jornalísticos: Proposta de novos critérios de classificação

Autor: Lia Seixas
Com as novas mídias, surgem novos formatos, se hibridizam, se embaralham os gêneros. A noção de gênero entra, mais uma vez, em cheque. Por isso mesmo passa a ser vista com mais atenção. Alguns gêneros podem acabar, outros podem aparecer. Alguns se transformam, outros se mantêm.

Informação e Persuasão na web: Relatório de um projecto

Autor: Paulo Serra e João Canavilhas
O projeto procura estudar os princípios a que terá de obedecer a construção das páginas Web das instituições de ensino superior públicas portuguesas. Delineou-se, para a execução de tal objetivo, uma investigação focada nos utilizadores, e que confrontasse estes com as diversas possibilidades de organização da informação, de modo a apurar as que se revelariam, de facto, quer como as mais persuasivas, quer como as mais satisfatórias das necessidades e interesses desses mesmos utilizadores.

Webnoticia: Proposta de Modelo Jornalístico Para a Internet

Autor: João Canavilhas
O livro é parte da tese de doutorado "Webnoticia: Proposta de Modelo Jornalístico Para a Internet" e pretende ser uma pequena contribuição para a identificação de uma linguagem convergente para o webjornalismo.

Manual da Teoria da Comunicação

Autor: Joaquim Paulo Serra
A obra mostra como a comunicação assumiu um lugar tão central na nossa sociedade.

Jornalismo Digital de Terceira Geração

Autor: Suzana Barbosa
O livro Jornalismo digital de terceira geração reúne os artigos apresentados durante as “Jornadas Jornalismo On-line.2005: Aspectos e Tendências”, durante os dias 25 e 26 de Novembro, na Universidade da Beira Interior, Covilhã (Portugal). O livro agrega mais duas importantes contribuições produzidas pelos autores brasileiros Elias Machado, Marcos Palacios e Paulo Munhoz.

Sociedade e Comunicação: Estudos Sobre Jornalismo e Identidades

Autor: João Carlos Correia
A obra cita, no plano da indústria mediática, a tentativa de pensar formas alternativas de comunicação que privilegiem uma relação dinâmica com os públicos, aberta à crítica e à partilha de saberes, ao confronto de opiniões e de argumentos, à pluralidade de discursos, por oposição ao paradigma constituído pela comunicação de massa.

Comunicação e Política

Autor: João Carlos Correia
Este livro tem as qualidades e fraquezas do pioneirismo. Reflete um certo ponto da investigação portuguesa nos domínios da Comunicação e Política.

Comunicação e Poder

Autor: João Carlos Correia
A obra fala da comunicação e do poder como dois conceitos englobantes, alegadamente monumentais, dotados de uma vastidão conceitual suficientemente abrangente.

A Persuasão

Autor: Américo de Sousa
O estudo da persuasão pressupõe uma viagem pelos territórios teóricos que a sustentam: a retórica, a argumentação e a sedução.

A Informação como Utopia

Autor: Joaquim Paulo Serra
O libro mostra como a “sociedade da informação” tem as suas raízes no ideal iluminista de uma sociedade constituída por cidadãos que, partilhando o saber, podem decidir democraticamente, partilhando o poder.

Manual de Jornalismo

Autor: Anabela Gradim
É um manual extremamente conservador, tanto na forma de encarar a imprensa e o seu papel, como na ideologia e propostas implícitas e explícitas ao longo do texto.

A Letra: Comunicação e Expressão

Autor: Jorge Bacelar
O autor fala de como o homem descobre maneiras de estabelecer registros que duram por muito tempo e como foi a evolução formal dos símbolos tipográficos ao longo das últimas décadas.

Jornalismo e Espaço Público

Autor: João Carlos Correia
O objetivo deste trabalho é, com recurso a uma perspectiva interdisciplinar, indagar sobre a natureza da relação entre a indústria jornalística e os seus públicos no contexto de uma sociedade de massa.

Semiótica: A Lógica da Comunicação

Autor: António Fidalgo
O livro discute a semiótica através de dois fatores que, de acordo com o autor, demarcam os estudos semióticos contemporâneos em comparação com os antigos e, simultaneamente, instituem a semiótica como ciência.