sábado, 28 de julho de 2018

A carência de hoje


O termo carência refere-se à falta ou privação de algo. Trata-se de um conceito que provém da língua latina (carentĭa). O verbo carecer, do latim carescĕre, significa ter falta de algo. Muitas vezes, uma carência física ou mental implica a existência de uma necessidade. Ou seja, as necessidades são aquelas situações nas quais o ser humano sente a falta ou a privação de alguma coisa. Quando o nível de carência é muito intenso, transforma-se em necessidade.
Apesar de estarmos cada vez mais conectados, não é difícil vermos as pessoas se dizerem carentes. Ao passo que as facilidades aumentam, crescem, também, as distâncias. Não, é simples entender o motivo.
A cultura do brasileiro inclui o toque, o abraço, o contato físico. Temos isso implícito e sentimos falta. Com a amplitude dos ambientes virtuais e, consequentemente, deste tipo de relacionamento, estamos nos permitindo a ausência das pessoas e de carinho.
Certamente que este sentimento de ausência é suprido pelos encontros (seja com as pessoas que desejaríamos ter naquele momento ou com outras). Entretanto, passado algum tempo, a carência retorna novamente.
Carência não significa que, necessariamente, é preciso estar em um relacionamento. Até por que estar em um relacionamento não denota a presença de fatores que nos causa carência. É possível estarmos sozinhos em um relacionamento, bem como sozinhos em meio a uma multidão.
Talvez que esteja ao lado, não perceba a necessidade do outro, ou talvez esteja ocupado demais, ou já está com o foco voltado para uma outra coisa. De certa forma, somos egoístas e temos atenção total voltada para as nossas necessidades. Talvez seja este um dos problemas, a falta de um olhar para o outro, seja ele um amigo, um ente, um cônjuge...
A rede mata nossa saudade. Estamos conectados uns aos outros. Nos falamos e observamos. Mas quando a carência chega, dificilmente é a rede que nos abriga. Como faz falta um abraço, um beijo, um aperto de mão, um olhar.
Estar sozinho ou em um relacionamento não garante que consigamos suprir a carência. Estar sozinho em um relacionamento não é incomum, e estar feliz sozinho também é bem normal. O que falta é um olhar com mais atenção. Em algumas vezes, apenas um abraço pode garantir um dia melhor para alguém. Um sorriso pode garantir a confiança necessária. Um beijo pode devolver o sentido.
A felicidade não dura eternamente. Temos momentos felizes. Mas o que custa tornar o dia de alguém mais feliz. Vamos distribuir sorrisos, nos preocupar com aqueles que nos rodeiam e tentar acabar com (um pouco) da carência que assola a todos.
De onde surgiu a ideia do texto? Hoje (27/07/2018), dia da lua de sangue, me deu saudade do fim de semana passado. E olhando a lua, bateu a carência daquele abraço, do toque, enfim.

A diferença está em nós

Eu vim de Aruanda. Esta é minha origem, não tem como negar. O ecoar dos tambores, o entoar dos Ogans, o chamado dos Orixás. Isto preenche meu vazio, arrepia todo o corpo, traz sentido aos mistérios... Não. Este não é um texto religioso, é compartilhamento de experiências.

Não é segredo de que a perda do meu filho (Rocky, meu rotweiller) me fez desanimar e desistir de muita coisa. Natural, afinal ele dava grande sentido à minha humilde encarnação, trazendo-me alento e conforto com seus olhares, lambidas, abraços, mordidas, patadas, rosnadas...

Não há nada mais natural que, após uma grande perda, exista um enorme vazio. Mas já dizia Kardec: “O acaso não existe”. Em anos de prática de Karate, o Zen Budismo me acompanhou e ensinou muito. Mas eu não estava preparado para esta perda. Acho que ninguém está.

Para quem não acompanhou: cresci no catolicismo. Conheci as religiões de matriz Africana e me apaixonei. Pratico o Zen Budismo. Já estive em várias Igrejas evangélicas. Ou seja, não restam dúvidas de que Deus existe. O que existe é a falta de crença mesmo.

E foi em um convite descompromissado que O reencontrei. Convidado para participar do “Cerco de Jericó”, em uma Igreja Católica, lá fui eu. Afinal, eu só tinha a ganhar. Banho tomado, partiu Igreja.

É estranho para um Umbandista, mesmo tendo crescido no catolicismo, entrar em uma Igreja. Os olhares preconceituosos, as músicas, o sacerdote... tudo muito diferente. Mas não demorou muito para que eu entender o que fazia ali.

Já no início da celebração, a fé de uma Igreja que cantava em alto e bom som todas as músicas, e que vibrava boas energias eram nítidas. Chegou a arrepiar. E quanto mais o padre seguia adiante com o sermão, parecia que falava diretamente a mim.

Lembrei, por diversas vezes, de como me arrepiava em um terreiro, de como as conversas com os guias me acalmam, de como os passes nos deixam leve, de como os pontos e os tambores me arrepiam...

Mas foi naquela Igreja que alcancei a paz que precisava. Depois de um ano complicado, mudança de estado, de trabalho, de sonhos, de vida... Eu estava realmente perdido, e foi ali que me vi novamente. E quando ouvi o convite, ainda brinquei: “Ok, vamos lá cercar o Jericó”.

E no final da semana, o cerco foi vencido, as muralhas foram sendo derrubadas e as batalhas vencidas uma a uma. Claro que existem várias lutas pela frente, muitas batalhas ainda serão enfrentadas. Mas uma de cada vez. O mais importante, foi me reencontrar com Deus. Reafirmar minha fé nos Orixás. Ter certeza dos ensinamentos de Buda. Encontrar com Jesus.

E para os preconceituosos de plantão, é preciso entender que não existe uma verdade absoluta. Cada pessoa é feliz com a sua prática religiosa. Se eu tenho mais de uma, ótimo. É perfeito pra mim. Sinal de que não me canso de ter fé. E como diz Alexandre Pires: “Deixa que digam, que pensem que falem... Já diz o ditado, Quem cala consente... Se Deus é por nós, quem será contra a gente... Tô com sangue nos olhos, transbordando de crença... Eu vim pra fazer a diferença”

segunda-feira, 11 de junho de 2018

O que fazer

O que fazer quando se sente perdido
Que nada faz sentido
Que o mundo não tem cor

Quando você tentar estudar
Acredita que deve trabalhar
Quando pensa que tudo terminou

Você até tenta mudar
Embora não consiga aceitar
Que a dor não acabou

E olha para o lado
Percebe o local esvaziado
Por mais pessoas que estejam ali

Tem gente querendo ajudar
Mas do caos não consegue se salvar
E tudo parece um pesadelo

Tudo o que você tem, é o escrever
E que sabe, alguém, talvez, possa ler
O que não está só no seu olhar

Pois sim, a tristeza está presente
Embora o sorriso da gente
Estampe uma máscara infinita

Aquela que todos acreditam
e faz com que, alguns, até reflitam
O quão vazio a vida pode ser

Estes são só alguns versos
Talvez, de um poeta controverso
Que não consegue se expressar

Linhas vazias de um pensamento
Que pensa a todo momento
Em qual vida levar

Certo é que desta vida não levamos nada
Apenas a memória daquela vitrola quebrada
Que não toca mais os versos da canção

Aquela que já não faz mais sentido
Mas, que em um lacrimejar escondido
Faz alegrar o coração 

Pode ser em Minas ou Vitória
No Espírito Santo, até Juiz de Fora
Já não existe mais este lugar

Em que encontre a paz cobiçada
Por tantas vezes, intensamente desejada
Mas sem nunca ter sido encontrada

Que a gente consiga localizar
O sentimento que todos querem encontrar
Que traz conforto ao coração

E que estes versos façam sentido
E que, por aí, encontrem abrigo
Que possa ser motivo de inspiração


*Há muito tempo eu não escrevia em versos... precisamente há 18 anos... espero que alguém goste!

terça-feira, 15 de maio de 2018

Foi em um dia cinza, que eu parei de ver as cores


Ele tinha 32 dias quando nos conhecemos. Foi amor à primeira vista, à primeira lambida, ao primeiro olhar. Empinou o focinho, me olhou nos olhos, rosnou e sorriu. Foi assim. Lembro como se fosse hoje.
Levei ele pra casa e, no caminho, paramos em uma sorveteria. Fizemos muitas fotos (mas se perderam com o Orkut). Ali na praça São Januário (Ubá/MG), caminhando em direção à estátua do Cristo, ele ganhou seu nome: Rocky! Não tinha como ser outro, tinham acabado de lançar o último filme do Rocky Balboa. Altivo, feroz, doce... ele precisava de um nome à altura.
Durante 60 dias dormimos juntos, dividindo um colchão no chão da sala, para nos acostumarmos um com o outro. Brigamos, brincamos... fizemos de tudo neste tempo... Ô saudade dele pequenininho... Entrava no carro e corria para o meu colo. Gostava de dirigir! Colocava as patinhas no volante e me olhava como quem dizia: - Vamos!
Sabe quando você tem a certeza de que algo ou alguém te completa. Sim. Esta é a mais simples tradução do que tínhamos. Ele era meu filho, um pedaço de mim, o melhor pedaço, a minha metade mais perfeita.
Durante 11 anos fomos nós dois contra o mundo. Algumas pessoas chegaram, outras saiam, mas éramos sempre nós dois. Indissolúveis, inseparáveis. Um ao lado do outro. Sorríamos juntos, chorávamos juntos, nos consolávamos. Porto firme, ponto forte um do outro. Sempre nos protegemos, nos cuidamos. Éramos nós dois contra o resto.



E agora ele não está mais aqui. Agora eu não posso mais apertar ele, morder sua orelha, provocar e sair correndo, jogar a bolinha, ter você em meu colo, te dar banho... fiquei incompleto. Perdi minha melhor parte. Aquele que por 11 anos esteve ao meu lado com um amor puro, incondicional, sempre me esperando com aquele olhar dizendo: - qual o motivo da demora?
O dia amanheceu chuvoso. Ele descansou. Sentia muitas dores. Brigamos juntos o quanto pudemos. Não desistimos e enfrentamos juntos todos os momentos. Quando ele se foi, eu estava lá... senti ele indo... e eu ali, fraco, impotente, sem poder ajudar meu melhor e maior amigo... meu Deus... quanta dor...
Meu bebê, meu filhotinho, meu filho, meu cachorro, meu grandão, meu amigo, meu monstrinho, meu amor... A dor, talvez, passe um dia... não ter você pra passear, pra conversar, pra me aconselhar, pra me olhar nos olhos e dizer: se nada der certo, eu estou aqui, com você!
Vai em paz, meu filho. Que Deus permita que eu possa te encontrar de novo. Obrigado por tudo que me proporcionou. Desculpa pelas minhas faltas. E saiba que meu amor por você, é eterno, tanto quanto a saudade que dói em meu peito. Te amo, Rocky!
Talvez um dia o arco íris volte a ser colorido. Talvez um dia o mundo volte a fazer sentido! Talvez um dia eu volte a sorrir. Mas nada disso com o mesmo brilho de antes. Foi assim, em um dia cinza (15/05/2018), que eu parei de ver as cores.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Tchau 2017, foi um prazer...

Sim. Está terminando 2017. Um ano cheio de vitórias. Não, não estou confundindo as palavras. Este foi, literalmente, um ano de vitórias. Um ano daqueles para que devemos esquecer. Nenhum detalhe. Todos devem e merecem ser lembrados.
Cada momento de 2017 foi um aprendizado. Tanto quanto 2016. Aliás, de uns anos para cá o nível de aprendizado foi aumentando e só agora me dei conta disso. A cada pequena (ou grande) queda, me foram apresentadas várias outras oportunidades. Umas simples e cômodas, outras bem complexas e demoradas. Como bom brasileiro, optei pelas tarefas mais difíceis.
A cada momento deste tempo passado, algumas pessoas foram aparecendo, trazendo outras e outras. Claro que nem todas permaneceram. Umas pouco ficaram. Algumas permaneceram.
Citando exemplos, posso falar do meu velho amigo Zé. O melhor deles. Sempre desconfiado e com seus tic’s. Mas sempre ao meu lado. Paralelamente, apareceram a Luluzinha, o novo Zé e o Henrique, tia paty, tia Gi, pretinha. Sem mencionar a esquisitinha (de JF) que eu mais gosto, a pequena, Gabeats, tia mimi, drink’s... Sim, somente eles serão capazes de saber que estou falando deles.
(Re) Aprendi a confiar nas pessoas. E a vida, que não tinha cores, começou a se mostrar novamente. As dores? Foram muitas. Mas nem por isso conseguiram me derrubar. Tem um ditado que diz que “aquilo que não me mata, me fortalece”. E eu achei a minha força nos amigos e no karate-do.
Mudanças aconteceram. Melhor ou pior? Não sei, foram necessárias. Foi necessário reaprender muita coisa. É como um novo nascimento. Foi necessário aprender a andar, a falar, a correr. Relembrar que a capacidade do discernimento era fundamental.
E quando achei que não tinha mais forças, aprendi que a puxada de rede não traz só o alimento do corpo, também alimenta a alma. Aquela prova cancelada, que foi remarcada. Aquele sonho apagado, reavivado. E aos poucos as forças voltam.
O dia a dia na Gym, o bate papo com a feiosa, os alunos, os treinos em Anchieta, as rodas (de samba e de capoeira), os passeios diários com o Rocky (meu amigo diário nos últimos dez anos – 70 no tempo dos cachorros, e espero que tenha mais 500). Colo de mãe e irmã. Abraços diários das sobrinhas.
Uma mistura de sentimentos tão intensa, que talvez seja difícil explicitar. Principalmente na solidão de um quarto branco, acompanhado de duas katanas e um saidan para Funakoshi. Uma nova medalha, meus gnomos, guias e livros.
Fui acolhido de uma maneira que não esperava, conheci pessoas, lugares, sabores, pôr do sol, ilha. Tudo novo de novo. A cada banho de mar uma experiência nova, seja solitário ou na companhia de tartarugas. Mas nunca deixando de lado aquele bate papo comigo mesmo. Eu falo, eu respondo, eu dou alternativas, eu acho a saída.
Eu achava que meu divã era o tatame. Afinal ele me acompanha desde os 9 anos. Mas descobri que ampliei as possibilidades, e que meu divã é o tatame sim, mas ainda tenho o mar e a roda. Minha análise diária me permite ser quem eu teimava esconder de mim, mas que não me cabia mais. Estava maior que eu.
Então sai de mim, deixando o jornalista, o karateca e o flamenguista incorporar o nadador, o capoeirista, o motociclista, o ciclista... Vários outros de mim, que talvez já existissem, mas que eu teimava em manter longe, sem saber o motivo.
Este texto não é para exaltar ou entristecer. É só um texto. Algo para demonstrar que, mesmo sem a total recuperação, é necessário exaltar a batalha. A valorização dos passos dados, mesmo que pequenos. É um texto para mostrar que sim, é possível acreditar que tem alguém lá em cima que tem planos maiores.
As cores da vida vão além de um arco íris. E quando o mar e o céu se fundem lá na frente, mostram que sempre vai haver um horizonte para quem tem esperança e sonhos. Que venha 2018 e traga um novo rumo repleto de bênçãos, de prosperidade, de vitórias, de conquistas...
Que cada conquista possa ser comemorada e que cada tombo seja respeitado diante do caminho a ser traçado. A vida é assim: feita de altos e baixos. Que sejamos capazes de enquanto estivermos no alto, manter os pés no chão. E caso estejamos em baixa, que possamos nos levantar com dignidade e respeito.
Como disse meu mestre, a candeeiro jogou uma corda e eu a peguei. Agora é hora de escalar. Voltar a acreditar e buscar a minha verdade. Aquela que deixei para trás. Mas que vou reencontrá-la, pode ter certeza. Aos poucos. Mas o importante é o fato de eu querer. E eu quero. Eu quero. Eu posso. Eu vou. Força. Foco. Fé.

Feliz 2018

terça-feira, 18 de julho de 2017

Mudou de novo

Mudou de novo. Pois é. Mais uma mudança. Mudança de atitude, mudança de pensamento, mudança de foco... mudança.
Mudou de novo. Mudou a política econômica, mudaram as figuras políticas, mudou as mãos que seguravam o poder, mudou as consequências dos atos de figuras políticas, mudou a crença do povo brasileiro na justiça.
Mudou de novo. Mudaram os jogadores do seu time de futebol, mudaram as pessoas que trabalhavam em sua empresa, mudou o trabalho, mudou o salário, mudou a legislação trabalhista.
Mudou de novo. Mudou quem está sendo preso, mudou quem está usando as tornozeleiras eletrônicas, mudou quem está sendo condenado, mudou quem seria candidato, mudou a opinião de quem acreditava que estava certo e de quem não sabia no que pensar.
Mudou de novo. Mudou a música que faz sucesso, mudou o cantor, mudou a novela, mudaram os atores, mudou o tema, mudaram as discussões, mudaram os valores, mudaram as atitudes da população, mudou o sentimento das pessoas, mudou o comportamento coletivo e individual.
Mudou de novo. Mudaram os comentaristas, mudaram os narradores, mudaram os personagens, mudou o conceito de credibilidade, mudou sua personalidade, mudaram as atitudes.
Mudou de novo. Mudou de casa, mudou de vizinhos, mudou de cidade, mudou de roupa, mudou de sapato, mudou de perfume, mudou de carro, mudou para ser aceito, mudou para acompanhar, mudou para contribuir. Foram muitas as mudanças. Tanto se mudou que as mudanças não param de mudar.

Mudou de novo. Não são poucas consequências de uma mudança, mas é preciso saber absorvê-las. Entender o que vem pela frente, enfrentar novos desafios, criar novos sonhos... nada disso é fácil, embora ninguém tenha dito que seria. E com tantas mudanças, é preciso entender que mudar é preciso. 

domingo, 5 de fevereiro de 2017

O Petista



É o cara que se escandaliza com Bolsonaro, mas não vê problema algum em Graça Foster, em Dilma, em Lula.

É o cidadão que se preocupa com os centavos da passagem de ônibus, mas ignora os milhões da Petrobras.

É a moça que defende o aborto, mas considera a palmada um crime hediondo.

É aquele que odeia os judeus e quer a destruição do Estado de Israel, mas faz campanha contra o racismo e xinga os adversários de nazistas.

É aquele que acusa Bolsonaro de ser apologista do estupro, mas ignora o professor que defendeu o estupro de Rachel Sherazade.

É aquele que chama empresário de sonegador, mas aceita a maquiagem fiscal da Dilma.

É aquele que protesta quando morre um traficante, mas festeja quando morre um policial militar.

É aquele que não se importa em destruir a vida do adversário, se isso for importante para a causa.

É aquele que passa a odiar sua cidade quando a maioria não vota em sua candidata.

É aquele que chama o caso Celso Daniel de "crime comum"

É aquele que usa a expressão "ação penal 470" para se referir ao mensalão.

É aquele que prega a estatização do financiamento eleitoral.

É aquele que usa a palavra "estadunidense".

É aquele que tem uma grande simpatia pelos nanicos da linha auxiliar do PT.

É aquele que não vê nada demais no fato de o PIB per capita da Coreia do Sul ser de 32 mil dólares e o da Coreia do Norte, de 1.800 dólares. Afinal, a Coreia comunista é mais igualitária.

É aquele que apoia o movimento gay, mas também apoia o regime cubano, que já fez campos de concentração para homossexuais.

É aquele que acredita em governo grátis, mesmo quando o País trabalha até maio só para pagar impostos.

É aquele que odeia a censura, mas quer o controle social da mídia.

É aquele que faz tudo para acabar com a família e a igreja, pois sabe que elas são os principais focos de resistência ao poder do Estado e dos movimentos sociais.

No fundo ele sabe que o país está sendo saqueado, exaurido, violentado - mas diz que o problema é o Bolsonaro.

É aquele que nunca perdoa.

É aquele que apoiou o impeachment de Collor e acha que foi legitimo, mas falar no impeachment de Dilma é golpismo.

Publicado originalmente no Jornal de Londrina.

Se você não é do PT e concorda com o texto, repasse, compartilhe, para o bem de todos.
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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Entre mortos e feridos, que salvem o Brasil!


O que aconteceu na madrugada de hoje (12/05) foi histórico: vimos o segundo processo de impeachment ser autorizado pelo Senado Federal. Não pretendo discutir o mérito do processo, mas considero fundamental visualizarmos o momento do país.
A economia brasileira está entregue às moscas, temos uma máquina inchada, ministérios inoperantes, políticas públicas estagnadas, e um infindável processo corruptível da classe política a ser investigado.
Não está na hora de chorar pelo leite derramado. Está na hora de  nos unirmos pelo Brasil. Precisamos juntar forças para erguer o que restou de nossa pátria, voltar às ruas e exigir a investigação de todos os políticos envolvidos em corrupção. Caíram Dilma Rousseff, Eduardo Cunha e Delcídio do Amaral. Foi aberto processo de investigação contra Aécio Neves. Que venham todos os processos e que caiam todos os corruptos.
Quero o meu Brasil de volta. Quem tem o coração valente é o povo, que não tem direito a altos salários e verbas de gabinetes para manter suas famílias. Na verdade, há quem o faça com menos de um salário mínimo.
Temos que combater estes privilégios da classe política. Que eles usem o Sistema Único de Saúde  (SUS), que recebam no máximo dois salários, que trabalhem para pagar suas acomodações em Brasília.
Lutemos, todos, pelo nosso país. Este deve ser o nosso maior foco. Políticos vem e vão. E a história nos mostra que seu legado não tem sido tão importante para o nosso povo. Ao lutarmos pelo país, lutamos por aqueles que não possuem mais forças.
Pelos nossos direitos! Salvemos o Brasil!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

As graduações no Karatê Shotokan

A história das graduações dentro do Karate Shotokan é muito polêmica e com isso, a equipe do site resolveu escrever um pequeno texto contando um pouco da história de como surgiu o sistema de graduações dentro do Karate Shotokan. Boa leitura!
Orgão
Autoridade máxima responsável pelas A.M japonesas.
Primeiramente vale lembra que Gichin Funakoshi Sensei era considerado um “estrangeiro” e não um japonês de fato, por ter nascido em Okinawa, então ele teria que se colocar em uma posição de inferioridade para registrar o Karate como uma arte japonesa, e para isso ele teve que seguir algumas regras que na época eram impostas por uma instituição que controlava as artes marciais japonesas, a Dai Nippon Butoku Kai.
As exigências impostas pela Dai Nippon Butoku Kai eram:
1- Usar o sufixo “DO ()” como parte do nome;
2- Adaptar-se a metodologia de ensino das artes marciais japonesas;
3- Usar o Dogi (que era o uniforme do Judô e que foi imposto a todas as artes);
4- Adotar o sistema de graduação Kyu/Dan existente na época, que era composto da faixa branca para iniciantes, marrom para intermediários, preta para os avançados. Mais tarde incluiu a faixa branca e vermelha (coral) para quem já tivesse uma proficiência de mestre, a faixa vermelha e por ultimo, conta-se, a branca mais larga para fundador de estilo. Esse sistema de graduação era chamado de sistema Kano (pois fora desenvolvido por Jigoro Kano, fundador do Judô, Ministro da Educação, primeiro japonês membro do Comitê Olímpico Internacional e a maior autoridade das artes marciais japonesas da época).
Funakoshi sensei
Funakoshi sensei  com a máxima graduação da época, o 5º Dan
Gichin Funakoshi Sensei possuía a maior graduação possível na época, de 5º Dan. Foi só no início da década de 1960 que foram incluídos os graus de 6º a 10º Dan no sistema Kano, após a morte de Funakoshi. Concluímos, com isso, que o Pai do Karate Moderno nunca usou a faixa coral (inserida no sistema para diferenciar os possuidores de grau Dan –Yudansha- dos peritos que eram antigos no grau Dan –Kodansha- e que era outorgada a partir do 6º Dan). A Japan Karate Association resistiu até o final da década de 1960 para incluir os outros cinco Dan e a Shotokai nunca os incluiu. Esse é o motivo pelo qual ninguém nunca usou a faixa coral no Shotokan. Nenhum grande mestre gostaria de ofender a memória de Funakoshi sensei usando uma faixa que representa um nível superior ao dele (coral ou vermelha), portanto mesmo aqueles graduados 10º Dan, como Masatoshi Nakayama, Hirokazu Kanazawa ou Tetsuhiko Asai sempre usaram a faixa preta.
E as cores das faixas?
Inicialmente no sistema Kano, também usado no Shotokan, haviam só as faixas branca (para iniciantes) e marrom (para intermediários) precedendo a faixa preta (destinada aos especialistas). Foi muito tempo depois que as faixas verde e roxa foram incluídas para ajudar a diferenciar melhor os estágios de aprendizado dos iniciantes. Há muito pouco tempo vem sendo usadas outras faixas coloridas no Japão (amarela, laranja e azul), principalmente para estimular as crianças. Cada país, porém, criou um sistema próprio de classificação dos iniciantes e adotou diferentes cores para esses estágios.
Um dos primeiros sistemas com outras cores surgiu na Inglaterra, em 1927, elaborado por Gunji Koizumi Sensei, que instituiu em Londres as cores para diferenciar os Kyu. Essa ideia se espalhou pelo mundo.
Sistema de cores de Kyo criado por  Mikinosuke Kawaishi .
Sistema de cores de Kyu criado por Mikinosuke Kawaishi .
As escolas de Karate que funcionavam dentro das YMCA (ACM no Brasil) também criaram e adotaram seu sistema. O sistema que parece ter inspirado a classificação de cores mais usada no Brasil, porém, foi o sistema Kawaishi. Nesse sistema (criado pelo instrutor de Judô e Karate Mikinosuke Kawaishi), as cores usadas eram amarelo, laranja, verde, roxo, marrom e, por fim, a preta. Ninguém sabe ao certo, porém, quem inseriu a faixa vermelha, destinada aos detentores de 9º e 10º Dan das outras escolas, entre os Kyu do Shotokan do Brasil. A hipótese que melhor explica a sequência brasileira de cores vem das artes plásticas: nessa área do conhecimento, é um saber comum e banal que amarelo e vermelho unidos dão origem ao laranja, e que verde e roxo misturados dão origem ao marrom. Alguém provavelmente supôs que assim ficaria agradável ao público, mas não há registros dessa criação, a verdadeira razão segue um mistério…
E as faixas com fitas?
Antiga graduação feminina
Antiga graduação feminina no judo
As faixas com uma linha branca bem no meio que alguns estilos usam servem para diferenciar um Kyu pro outro. Originalmente, no Judô, as faixas dos homens eram da cor cheia e a das mulheres era da mesma cor, porém com a fita no meio, pois elas eram menos exigidas em exames de graduação, nos treinamentos e por um tempo não puderam competir. Isso foi uma herança da mentalidade higienista do início do século XX. Com a revolução feminista muitas coisas mudaram e uma das coisas a ser abandonadas no Judô foi a fita no meio da faixa, pois passou a ser vista como uma forma de evidenciar que a mulher era inferior ao homem na arte marcial. Recentemente, com os sistemas incluindo cada vez mais Kyu e a escala de cores das fábricas restritas, vem se usando ou a fita no meio ou faixas com duas cores para a diferenciação das classes.
Outros utilizam fitas para marcar o seu Dan na faixa, mas isso tecnicamente não existe no Karate Shotokan.
Faixas com fitas para identificar o grau do faixa preta
Faixas com fitas para identificar o grau do faixa preta.  NÃO EXISTE ISSO NO SHOTOKAN!
No Judô, usava-se linhas brancas até o 5º Dan para diferenciar os graus. No 6º Dan as cinco linhas eram substituídas por um retângulo com mais uma linha em cima. No Karate de Okinawa e no estilo Kyokushinkai é comum ver o uso dessas fitas. Nesses estilos as fitas ou linhas bordadas brancas simbolizam do 1º ao 5º Dan. Depois de uma 1 a 5 linhas douradas (sem as linhas brancas), simbolizam do 6º ao 10º Dan. Mesmo assim, alguns estilos de Okinawa, como o Shorin, adotaram as faixas coral e vermelha. Isso tudo porém, nunca será observado em um mestre do estilo Shotokan possuidor de graduação 6º a 10 Dan. Nem as fitas, nem as faixas de outras cores, nem faixas de duas cores, nem com linhas no meio, nem camufladas, rosa, etc…
E as graduações ofertadas?
Sim, existem no Karate as graduações ofertadas, que são graduações dadas para alguém por mérito, falecimento ou outro motivo.
Abaixo estão as graduações ofertadas conhecidas pela equipe do site:
1- Meiyo-Dan (名誉段): Um faixa preta honorário, um título que é oferecido à pessoa que contribui para a divulgação do Karate, em sua maioria não são praticantes de karate, neste caso sua graduação não permite examinar ou lecionar;
2- Suisen-Dan (推薦段): Grau por antiguidade do praticante, em que ele treina regularmente, mas não possuindo nível técnico para receber uma faixa preta, mas recebe a faixa preta como reconhecimento ao seu empenho.
Quando um karateca é aprovado oficialmente para a faixa preta, se dá o nome de Jitsuryoku-Dan (実力段). Nas escolas tradicionais apenas um Jitsuryoku Yudansha (有段者)/Kodansha (高段者) pode examinar alunos para novos graus Kyu e Dan, ser instrutor pago para dar aulas e árbitro em competições oficiais.
E os uniformes pretos, coloridos e os apelidos???
O ridículo karategi de Elvis Presley, copiado por muitos picaretas das artes marciais...
O ridículo karategi de Elvis Presley, copiado por muitos picaretas das artes marciais…
Pessoal, essa é a pior parte. Se você encontrar alguém ensinando com um uniforme que não seja branco ou que estiver chamando os alunos Kyu por apelidos conquistados em seu exame de faixas CORRA COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ! O Karate Shotokan, assim como os demais estilos de Karate (sim, isso vale para todos) nunca adotou um uniforme que não seja da cor branca. Karate veste Dogi branco e ponto final, não há discussão para isso. Infelizmente, pelo Brasil, está assim. Você atinge tal Kyu, pode usar calça preta, depois casaco preto, depois (ou antes) ganha um apelido, um nome de guerra, na mais descarada cópia da Capoeira e ferindo horrivelmente a tradição do Budô. Diferenciação no uniforme é usada em algumas escolas de arte marcial coreana, nunca nos estilos e escolas japonesas. Uniformes vermelhos, multicolor, feitos pelo próprio atleta pra uma apresentação… Tudo isso são distorções absurdas do Karate. Fique ligado!
Osu.'.