quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Tchau 2017, foi um prazer...

Sim. Está terminando 2017. Um ano cheio de vitórias. Não, não estou confundindo as palavras. Este foi, literalmente, um ano de vitórias. Um ano daqueles para que devemos esquecer. Nenhum detalhe. Todos devem e merecem ser lembrados.
Cada momento de 2017 foi um aprendizado. Tanto quanto 2016. Aliás, de uns anos para cá o nível de aprendizado foi aumentando e só agora me dei conta disso. A cada pequena (ou grande) queda, me foram apresentadas várias outras oportunidades. Umas simples e cômodas, outras bem complexas e demoradas. Como bom brasileiro, optei pelas tarefas mais difíceis.
A cada momento deste tempo passado, algumas pessoas foram aparecendo, trazendo outras e outras. Claro que nem todas permaneceram. Umas pouco ficaram. Algumas permaneceram.
Citando exemplos, posso falar do meu velho amigo Zé. O melhor deles. Sempre desconfiado e com seus tic’s. Mas sempre ao meu lado. Paralelamente, apareceram a Luluzinha, o novo Zé e o Henrique, tia paty, tia Gi, pretinha. Sem mencionar a esquisitinha (de JF) que eu mais gosto, a pequena, Gabeats, tia mimi, drink’s... Sim, somente eles serão capazes de saber que estou falando deles.
(Re) Aprendi a confiar nas pessoas. E a vida, que não tinha cores, começou a se mostrar novamente. As dores? Foram muitas. Mas nem por isso conseguiram me derrubar. Tem um ditado que diz que “aquilo que não me mata, me fortalece”. E eu achei a minha força nos amigos e no karate-do.
Mudanças aconteceram. Melhor ou pior? Não sei, foram necessárias. Foi necessário reaprender muita coisa. É como um novo nascimento. Foi necessário aprender a andar, a falar, a correr. Relembrar que a capacidade do discernimento era fundamental.
E quando achei que não tinha mais forças, aprendi que a puxada de rede não traz só o alimento do corpo, também alimenta a alma. Aquela prova cancelada, que foi remarcada. Aquele sonho apagado, reavivado. E aos poucos as forças voltam.
O dia a dia na Gym, o bate papo com a feiosa, os alunos, os treinos em Anchieta, as rodas (de samba e de capoeira), os passeios diários com o Rocky (meu amigo diário nos últimos dez anos – 70 no tempo dos cachorros, e espero que tenha mais 500). Colo de mãe e irmã. Abraços diários das sobrinhas.
Uma mistura de sentimentos tão intensa, que talvez seja difícil explicitar. Principalmente na solidão de um quarto branco, acompanhado de duas katanas e um saidan para Funakoshi. Uma nova medalha, meus gnomos, guias e livros.
Fui acolhido de uma maneira que não esperava, conheci pessoas, lugares, sabores, pôr do sol, ilha. Tudo novo de novo. A cada banho de mar uma experiência nova, seja solitário ou na companhia de tartarugas. Mas nunca deixando de lado aquele bate papo comigo mesmo. Eu falo, eu respondo, eu dou alternativas, eu acho a saída.
Eu achava que meu divã era o tatame. Afinal ele me acompanha desde os 9 anos. Mas descobri que ampliei as possibilidades, e que meu divã é o tatame sim, mas ainda tenho o mar e a roda. Minha análise diária me permite ser quem eu teimava esconder de mim, mas que não me cabia mais. Estava maior que eu.
Então sai de mim, deixando o jornalista, o karateca e o flamenguista incorporar o nadador, o capoeirista, o motociclista, o ciclista... Vários outros de mim, que talvez já existissem, mas que eu teimava em manter longe, sem saber o motivo.
Este texto não é para exaltar ou entristecer. É só um texto. Algo para demonstrar que, mesmo sem a total recuperação, é necessário exaltar a batalha. A valorização dos passos dados, mesmo que pequenos. É um texto para mostrar que sim, é possível acreditar que tem alguém lá em cima que tem planos maiores.
As cores da vida vão além de um arco íris. E quando o mar e o céu se fundem lá na frente, mostram que sempre vai haver um horizonte para quem tem esperança e sonhos. Que venha 2018 e traga um novo rumo repleto de bênçãos, de prosperidade, de vitórias, de conquistas...
Que cada conquista possa ser comemorada e que cada tombo seja respeitado diante do caminho a ser traçado. A vida é assim: feita de altos e baixos. Que sejamos capazes de enquanto estivermos no alto, manter os pés no chão. E caso estejamos em baixa, que possamos nos levantar com dignidade e respeito.
Como disse meu mestre, a candeeiro jogou uma corda e eu a peguei. Agora é hora de escalar. Voltar a acreditar e buscar a minha verdade. Aquela que deixei para trás. Mas que vou reencontrá-la, pode ter certeza. Aos poucos. Mas o importante é o fato de eu querer. E eu quero. Eu quero. Eu posso. Eu vou. Força. Foco. Fé.

Feliz 2018