terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Universo feminino das artes marciais

Já se foi o tempo em que somente os homens utilizavam à prática de artes marciais como um meio de encontrar o equilíbrio necessário para enfrentar os desafios diários que a vida moderna oferece. Engana-se quem ainda pensa que as mulheres são o sexo frágil. As mulheres são fortes, determinadas, guerreiras e sabem lutar pelo que querem. Mulher é assim: Vai lá e faz, tem que dar certo. Uma nova mania tem tomado das academias de todo o país.
As aulas de artes marciais estão, a cada dia, entre as atividades mais procuradas. Motivos não faltam para essa massificação. Além da comprovada eficácia no desenvolvimento do condicionamento físico e queima de gordura, melhoram a concentração, a paciência, o autocontrole e a consciência corporal.
Acredite ou não, a história das mulheres nas artes marciais é mais extensa do que podemos imaginar. As mulheres da China antiga e do Japão tinham razões importantes para aprender as artes marciais, elas tinham que lutar para sobreviver e proteger suas famílias. Elas também tiveram que adaptar as técnicas para o seu tamanho e tipo de corpo.
Nos dias de hoje, a mulher moderna acabou com a visão de que a arte marcial é “coisa de homem” e cada vez mais é notada a presença feminina nas academias. Muitas meninas praticantes de Karatê, Judô, Taekwondo, entre outros tipos de artes marciais, já ouviram essa frase e muitos foram os tabus quebrados, ainda assim existem certos preconceitos quando se fala na presença feminina nos tatames.
Na maioria das vezes o preconceito vem da própria mulher, que desinformada sobre o assunto, acha que, quem luta torna-se menos feminina e com traços masculinos acentuados. As artes marciais, como no caso o karatê, foram criadas para o desenvolvimento não só do corpo como também da mente do praticante.
Também o esporte era domínio exclusivo dos homens, uma vez que crendices e tabus de toda ordem, impediam ou limitavam o acesso das mulheres às práticas esportivas como Artes Marciais e até mesmo ministrarem a Educação Física em escolas.
Acreditava-se, por exemplo, que a mulher que praticasse Artes Marciais, caminhava para a masculinização e poderia até tornar-se estéril. Ideias falsas como estas, foram acumuladas durante séculos até que em vários países, o problema passou a ser focado sob o ponto de vista médico.
Das longas pesquisas, resultou como opinião unânime dos especialistas, a seguinte opinião de que, ainda que se torne uma atleta de Artes Marciais atuante, a mulher psíquica e fisiologicamente normal não perde seus atributos de feminilidade e nem a faculdade da procriação.
Na busca para manter a boa forma, física e mental, cada vez mais mulheres adotam a prática, que fisicamente é o ideal, pelo intenso exercício dos membros inferiores do corpo, como pernas e glúteos, característica importante para o público feminino. O gasto calórico e o ganho muscular são muito intensos, fazendo das artes marciais uma das práticas esportivas mais completas.
Os benefícios são numerosos, mas pode-se destacar o aumento da segurança e melhora da autoestima como os mais facilmente observados. As lutas trabalham também a parte de concentração, disciplina, agilidade, coordenação motora, alongamento, noções de defesa pessoal, autoconfiança e equilíbrio, entre outros. A sensação de segurança somada ao corpo durinho são os fatores que mais contribuem para elevar a autoestima daquelas que praticam algum tipo de luta.
Outra característica essencial é o controle emocional proporcionado por todas as artes marciais. O trabalho disciplinar é sempre muito rigoroso e o combate constante ao estresse. Além de exercitarem e aprenderem a defesa pessoal, as mulheres também têm condições de entrar em forma.
As mulheres da sociedade moderna aprenderam estas técnicas e deram continuidade ao processo evolutivo praticando defesa pessoal, Jiu-Jitsu, Karatê, Taekwondo, Kung Fu e MMA (Mixed Martial Arts). As mulheres de hoje também têm se desenvolvido como líderes nas artes marciais, ensinando, competindo, escrevendo e estrelando em filmes e demonstrações. Enquanto as artes marciais de hoje são bastante diferentes (tecnicamente falando) das artes marciais do passado, elas ainda oferecem grandes desafios para as mulheres.
Algumas mulheres que vêm tomar a sua primeira aula podem nunca ter sido envolvidas em um esporte de contato ou algumas podem ter sido vítimas de violência sexual. Como ainda é uma atividade dominada pelos homens, as mulheres podem sentir-se intimidadas pelos homens em suas aulas. O que elas precisam saber é que muitas mulheres vieram antes delas e tornaram-se líderes e modelos para as futuras gerações. Cada mulher que persevera no estudo de uma arte marcial está prestando uma contribuição valiosa às futuras gerações.
Conforme as artes marciais foram se modificando para atender às necessidades de uma sociedade moderna, as mulheres começaram a participar de várias maneiras. Há muitas mulheres neste século que fizeram contribuições valiosas para as artes marciais modernas. Elas não só contribuíram por espalhar a popularidade do esporte, mas deram um grande passo na criação de igualdade em suas artes individuais, bem como na competição.
As mulheres também inspiraram e serviram de modelos para as mulheres que continuam a juntar-se ao esporte. Originalmente, as mulheres eram excluídas do tatame ou eram completamente separadas dos homens na hora da prática.  Agora, as mulheres estão envolvidas em quase todos os aspectos das artes marciais, incluindo o ensino, administração de suas próprias escolas, e como os principais árbitros em competições de alto nível.
Há certamente, ainda, barreiras para as mulheres nas artes marciais hoje. Quando uma mulher anda em qualquer escola de artes marciais, ela é susceptível de ser intimidada pelo predomínio do sexo masculino nas aulas. Ela também por vezes pode experimentar ser tratada de forma diferente por alguns parceiros ao fazer exercícios ou em treinos livres. Nada disso deve ser motivo para que essas mulheres vitoriosas que já percorreram um longo caminho desistam do treinamento.
Dentre várias artes marciais praticadas por mulheres, podemos destacar algumas e seus respectivos benefícios.
Muay Thai
É conhecida como boxe tailandês e caracteriza-se pelo uso combinado de punhos, cotovelos, joelhos e pés, associado a uma forte preparação física que a torna uma luta de contato total poderosa e eficiente. O Muay Thai ajuda na parte aeróbica, como um excelente meio de exercitar o corpo, como uma maneira de aliviar o stress do dia a dia e ajuda a melhorar a coordenação e a flexibilidade. Além de ser um eficiente meio de defesa pessoal.
Krav Magá
Apesar de não incitarem ao combate, as aulas acabam deixando a mulher mais confiante no dia a dia. A modalidade é reconhecida mundialmente como arte de defesa pessoal. De origem israelense, ela tem feito muito sucesso entre as mulheres, principalmente porque não se baseia na força física para aplicar golpes certeiros, e sim na transferência do próprio peso e velocidade máxima do músculo.
Boxe
Ótimo para queimar calorias, o boxe conta com um intenso programa de exercícios que melhora o condicionamento cardiorrespiratório, como pular corda, proferir golpes em acolchoados e sacos de areia, corrida e exercícios localizados, divididos em períodos de alta, média ou baixa intensidade. O treino pode ser feito em dupla ou individualmente, dependendo do objetivo do atleta. Além do ritmo, da coordenação motora e da resistência muscular, o esporte melhora a flexibilidade e gera intensa perda calórica.
Taekwondô
Do coreano, taekwondô significa, literalmente: saltar, voar, chutar ou quebrar com o pé (tae), socar ou destruir com os punhos (kwon) e arte, caminho, método (do). Voltado para a defesa pessoal, as técnicas da modalidade envolvem o uso de pés, das mãos e dos punhos, em uma combinação de movimentos do judô, caratê e boxe tailandês. Os exercícios são benéficos para a parte cardiorrespiratória e melhoram a coordenação e a flexibilidade.
Jiu-jitsu
Usando técnicas de autodefesa baseadas nos princípios do equilíbrio, o jiu-jitsu, ou "arte suave", era praticado por monges budistas na Índia. A modalidade usa o sistema de articulação do corpo e das alavancas, dispensando o uso de força ou de armas. Chegou ao Japão após passar pelo sudeste asiático e pela China. No Brasil, a modalidade foi rebatizada como jiu-jitsu brasileiro, com regras modificadas.
Judô
Idealizada no ano de 1882, a filosofia da luta procura integrar corpo e mente. As técnicas usam os músculos e a velocidade de raciocínio para vencer o oponente. Segundo o mestre Kano, fundador do judô, a vitória representa um fortalecimento espiritual: não é suficiente apenas aprender como lutar com perfeição. Antes, é necessário tornar-se um grande ser humano.
Aikido
O Aikido é uma Arte Marcial puramente defensiva, no qual se difere das demais por não existir o espírito de combate ou competições, não sendo violento ou tão pouco agressivo. No Aikidô, as mulheres se destacam pela sua facilidade no aprendizado, principalmente devido ao conceito de não utilizar força para dominar o adversário, conceito esse que é mais difícil de ser absorvido pelos homens. Ao estudar esta arte aprende-se a não utilizar a força muscular, mas sim desenvolver e utilizar a força interna. Por este motivo no Japão, Canadá e Europa o Aikido é muito popular entre as mulheres, por suas técnicas não utilizarem a força física para sua eficácia.
Hapkido
Hapkidô ou Hapkido é uma arte marcial coreana especializada em defesa pessoal, e aprendizado de técnicas de socos, chutes, rolamentos, escapes, esquivas e torções, além de englobar técnicas com armas diversas como bastões, espadas, bengalas, facas, leques, e também ensinar seus praticantes a auto defesa com praticamente qualquer objeto. Atualmente as mulheres vêm se tornando uma cena das mais comuns em diversas academias de Hapkido, razão pela qual não é necessário força física para aplicação das suas técnicas, o que torna essa arte ideal também para o sexo feminino. Além da eficaz defesa pessoal, os exercícios do Hapkido, proporcionam uma boa condição física, fortalecendo os seus sentidos, suas articulações e o equilíbrio das funções cardiovasculares, ajudam a evitar o sobrepeso e a obesidade, sem deixar o corpo masculinizado, assegurando a sua beleza e feminilidade.