Foi nos dias 18 e 19 de abril que
aconteceu a 10ª edição do Campeonato Brasileiro Militar e Copa Ary Barroso de
Karatê. O evento, que aconteceu no ginásio do Sesi/Ubá(MG), contou com a
presença de atletas de São Paulo, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
No sábado (primeiro dia), o
evento foi exclusivamente dedicado aos militares. Marinha, Exército, Aeronáutica
e Polícia Militar enviaram seus representantes. Dividido em suas modalidades (Kata
e Kumite), os atletas desfilaram um karatê de auto nível, demonstrando toda sua
técnica ao público presente. Já no domingo coube aos atletas civis mostrar sua
performance. Mais de 200 atletas mostraram todo seu conhecimento e seu espírito
guerreiro (Zanshin).
Único fator destoante foi a
arbitragem. À cargo de árbitros do Rio de Janeiro, muitos resultados foram
contestados. Reclamações até mesmo dos árbitros laterais.
Que o assunto arbitragem é alvo
de polêmica, isso é fato. Independente da modalidade esportiva praticada. Nas Artes
Marciais não é diferente. Mas vamos entender:
No Karatê, são cinco árbitros,
sendo quatro laterais (um em cada “ponta” do koto/tatame) e um central. Como no
futebol que possui auxiliares (bandeirinhas), a decisão majoritária é sempre do
árbitro central (ou do “juiz”). Não é permitido interferência em momento algum
na decisão do árbitro, correto?
Infelizmente, não foi o que se
viu. Vimos árbitros centrais invertendo pontuação e permitindo interferência
externa, sem mencionar consultas a menos graduados. Eu fui um dos árbitros
laterais que se ausentaram do koto por não concordar com a conduta de uma
árbitra central.
Sabemos que o karatê exige
contato, mas fico preocupado quando crianças (categoria 9 e 10 anos) se
machucam por excesso de força e quando é possível observar a irresponsabilidade
de uma arbitragem que não permite que os professores/técnicos orientem seus
alunos/atletas para que não tenham este comportamento.
Sob a bandeira da Federação de Karatê
Interestilos do Rio de Janeiro, esta árbitra desrespeitou todo o ensinamento do
Shihan Ginchin Funakoshi (Esforçar-se para formação do caráter! Criar
o intuito de esforço! Respeito acima de tudo! Conter o espírito de agressão! Fidelidade
para com o verdadeiro caminho da razão!).
Temos a certeza de que a ação de
uma única pessoa não vai apagar todo o brilhantismo do evento. Esperamos que, em
2016, a organização tenha critérios quanto aos árbitros e sua conduta dentro e
fora dos kotos. Que venha o próximo Campeonato Brasileiro Militar e Copa Ary
Barroso de Karatê.
Só mais uma pergunta? Qual é
qual?