segunda-feira, 3 de junho de 2013

Políticas públicas: sua implementação, avaliação e monitoramento

Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. As políticas públicas correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens materiais ou imateriais.
As políticas públicas podem ser formuladas principalmente por iniciativa dos poderes executivo, ou legislativo, separada ou conjuntamente, a partir de demandas e propostas da sociedade, em seus diversos seguimentos. A participação da sociedade na formulação, acompanhamento e avaliação das políticas públicas em alguns casos é assegurada na própria lei que as institui.
A Lei Complementar n.º 131 (Lei da Transparência), de 27 de maio de 2009, quanto à participação da sociedade, assim determina:
“I – incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”;
“II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público”;
Assim, de acordo com esta Lei, todos os poderes públicos em todas as esferas e níveis da administração pública, estão obrigados a assegurar a participação popular. Esta, portanto, não é mais uma preferência política do gestor, mas uma obrigação do Estado e um direito da população.
As políticas públicas normalmente estão constituídas por instrumentos de planejamento, execução, monitoramente e avaliação, encadeados de forma integrada e lógica, da seguinte forma: planos; programas; ações; e atividades.
Os planos estabelecem diretrizes, prioridades e objetivos gerais a serem alcançados em períodos relativamente longos. Os programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e específicos focados em determinado tema, público, conjunto institucional ou área geográfica. Ações visam o alcance de determinado objetivo estabelecido pelo Programa, e a atividade, por sua vez, visa dar concretude à ação.
A fim de que possamos melhorar a implementação destas políticas, é necessário vislumbrar uma maneira da população beneficiada não permanecer dependente desta ação, governamental ou não. É necessário que possamos visualizar “uma luz no fim do túnel” de maneira a fornecer aos congratulados pelas políticas públicas que tenham o entendimento que estas ações não são um “favor”, “contribuição” ou “troca de votos”. São maneiras de garantir o direito à cidadania, além de direitos básicos previstos na Constituição Federal.
Para que todos os cidadãos estejam conscientes de que estas ações não são atos eleitoreiros, é necessário que se faça o monitoramento e avaliação destas, para que seja possível que, sobremaneira, apenas os necessitados façam parte destas políticas públicas. Não devemos entender necessitados como “pobreza, segregação ou coisa do tipo”, mas a parcela da população que se encontra em estado de vulnerabilidade socioeconômica que mais necessita de determinada contribuição/intervenção, seja público ou privada.
E como melhorar estes quesitos? Aperfeiçoamento da fiscalização, melhores condições aos servidores e/ou colaboradores para garantir que estas políticas cheguem à parcela da população que realmente precisa de tais ações, aprimorar a comunicação e conscientização da população que se deseja alcançar.
Somente com conscientização poderemos aperfeiçoar programas como o bolsa família, que atende a milhões de famílias em todo o país. Embora o número de agraciados seja grande, existe uma parcela da população que recebe o benefício e não necessita dele. Outra parcela tem apenas este benefício como fonte de renda.
É necessário que todos tenhamos condições de entender que estes programas são para beneficiar uma parte da população menos favorecida. É preciso que o governo entenda que estes programas não devem ser explorados em propaganda eleitoral, já que o motivo da criação desta política pública não foi político eleitoreira. É fundamental que o governo propicie a estas famílias uma forma de não depender mais das políticas públicas, promovendo, desta forma, o engrandecimento da democracia brasileira.
Caso houvesse mais divulgação e vontade política, seria possível informar à população de vagas em cursos profissionalizantes, técnicos e superiores oferecidos pelo governo em todos os estados. Não nos faltam políticas públicas, o que nos falta é uma maneira de não ser dependente do Estado e acreditar que o Estado deve nos prover.

Fontes:
http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/promulher/manuais/MANUAL%20DE%20POLITICAS%20P%C3%9ABLICAS.pdf