Sim. Está terminando 2017. Um ano
cheio de vitórias. Não, não estou confundindo as palavras. Este foi,
literalmente, um ano de vitórias. Um ano daqueles para que devemos esquecer.
Nenhum detalhe. Todos devem e merecem ser lembrados.
Cada momento de 2017 foi um
aprendizado. Tanto quanto 2016. Aliás, de uns anos para cá o nível de
aprendizado foi aumentando e só agora me dei conta disso. A cada pequena (ou
grande) queda, me foram apresentadas várias outras oportunidades. Umas simples
e cômodas, outras bem complexas e demoradas. Como bom brasileiro, optei pelas
tarefas mais difíceis.
A cada momento deste tempo
passado, algumas pessoas foram aparecendo, trazendo outras e outras. Claro que nem
todas permaneceram. Umas pouco ficaram. Algumas permaneceram.
Citando exemplos, posso falar do
meu velho amigo Zé. O melhor deles. Sempre desconfiado e com seus tic’s. Mas
sempre ao meu lado. Paralelamente, apareceram a Luluzinha, o novo Zé e o Henrique,
tia paty, tia Gi, pretinha. Sem mencionar a esquisitinha (de JF) que eu mais gosto, a pequena,
Gabeats, tia mimi, drink’s... Sim, somente eles serão capazes de saber que estou
falando deles.
(Re) Aprendi a confiar nas
pessoas. E a vida, que não tinha cores, começou a se mostrar novamente. As
dores? Foram muitas. Mas nem por isso conseguiram me derrubar. Tem um ditado
que diz que “aquilo que não me mata, me fortalece”. E eu achei a minha força
nos amigos e no karate-do.
Mudanças aconteceram. Melhor ou
pior? Não sei, foram necessárias. Foi necessário reaprender muita coisa. É como
um novo nascimento. Foi necessário aprender a andar, a falar, a correr.
Relembrar que a capacidade do discernimento era fundamental.
E quando achei que não tinha mais
forças, aprendi que a puxada de rede não traz só o alimento do corpo, também
alimenta a alma. Aquela prova cancelada, que foi remarcada. Aquele sonho
apagado, reavivado. E aos poucos as forças voltam.
O dia a dia na Gym, o bate papo
com a feiosa, os alunos, os treinos em Anchieta, as rodas (de samba e de capoeira),
os passeios diários com o Rocky (meu amigo diário nos últimos dez anos – 70 no
tempo dos cachorros, e espero que tenha mais 500). Colo de mãe e irmã. Abraços
diários das sobrinhas.
Uma mistura de sentimentos tão
intensa, que talvez seja difícil explicitar. Principalmente na solidão de um
quarto branco, acompanhado de duas katanas e um saidan para Funakoshi. Uma nova
medalha, meus gnomos, guias e livros.
Fui acolhido de uma maneira que
não esperava, conheci pessoas, lugares, sabores, pôr do sol, ilha. Tudo novo de
novo. A cada banho de mar uma experiência nova, seja solitário ou na companhia
de tartarugas. Mas nunca deixando de lado aquele bate papo comigo mesmo. Eu
falo, eu respondo, eu dou alternativas, eu acho a saída.
Eu achava que meu divã era o
tatame. Afinal ele me acompanha desde os 9 anos. Mas descobri que ampliei as
possibilidades, e que meu divã é o tatame sim, mas ainda tenho o mar e a roda.
Minha análise diária me permite ser quem eu teimava esconder de mim, mas que
não me cabia mais. Estava maior que eu.
Então sai de mim, deixando o
jornalista, o karateca e o flamenguista incorporar o nadador, o capoeirista, o
motociclista, o ciclista... Vários outros de mim, que talvez já existissem, mas
que eu teimava em manter longe, sem saber o motivo.
Este texto não é para exaltar ou
entristecer. É só um texto. Algo para demonstrar que, mesmo sem a total
recuperação, é necessário exaltar a batalha. A valorização dos passos dados,
mesmo que pequenos. É um texto para mostrar que sim, é possível acreditar que tem
alguém lá em cima que tem planos maiores.
As cores da vida vão além de um
arco íris. E quando o mar e o céu se fundem lá na frente, mostram que sempre
vai haver um horizonte para quem tem esperança e sonhos. Que venha 2018 e
traga um novo rumo repleto de bênçãos, de prosperidade, de vitórias, de
conquistas...
Que cada conquista possa ser
comemorada e que cada tombo seja respeitado diante do caminho a ser traçado. A
vida é assim: feita de altos e baixos. Que sejamos capazes de enquanto
estivermos no alto, manter os pés no chão. E caso estejamos em baixa, que possamos
nos levantar com dignidade e respeito.
Como disse meu mestre, a
candeeiro jogou uma corda e eu a peguei. Agora é hora de escalar. Voltar a
acreditar e buscar a minha verdade. Aquela que deixei para trás. Mas que vou
reencontrá-la, pode ter certeza. Aos poucos. Mas o importante é o fato de eu
querer. E eu quero. Eu quero. Eu posso. Eu vou. Força. Foco. Fé.
Feliz 2018