segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O desenvolvimento do Kata no Karatê

Kata (, forma) é uma sequência de movimentos — técnicas de ataque e defesa — cujo fito é proporcionar ao praticante o aprendizado mais aprofundado da arte e, simultaneamente, experiência de luta. Também é conhecido por "balé da morte". Antes do advento do karatê moderno, e da criação de métodos mais básicos e simplificados de transmissão do conhecimento, a arte marcial era ensinada somente pela prática ostensiva de kata.
O kata possui outras facetas além do treinamento físico. Cada forma possui, também, um componente psicológico, pois prepara o karateca para um combate real, e um componente filosófico, que busca transmitir valores e pensamentos críticos, para avaliar as situações serenamente, situações essas não limitadas a embates físicos.
Teoricamente: Sequência de técnicas, em simulação de luta.
Sabe-se que o te, a arte marcial autóctone de Okinawa, já era estabelecida quando se deu a majoração da influência chinesa, mas, não se tem como precisar como era exatamente transmitida, devido aos escaços registros. A arte marcial chamada de Okinawa-te foi justamente, e grosso modo, a evolução das técnicas locais insulares sob influência de mestres de chuan fa, e é o kata a exata marca dessa evolução.
Sabe-se que os mestres chineses faziam a transmissão de seus conhecimentos por intermédio de exercícios pré-estabelecidos, de origem vetusta e que eram uma expressão do Tao. O Tao, de forma bem simples, quer dizer caminho e que por essa via as coisas devem ser aprendidas como se fossem uma consequência natural, então os mestres transmitiam seus conhecimentos por esses "caminhos", esses "taos".
Antes da influência chinesa no te não há recordações de haverem sido praticados os kata. Em todo caso, o ensino por meio dos kata aprofundou a tal modo que os mestres tradicionais chegam a repudiar qualquer outro.
No karatê tradicional não há lembrança também de Dojôs, um estabelecimento dedicado à transmissão e ao ensino da arte marcial, mas, por outro lado, havia apenas um esquema de mestre-aprendiz muito simples, no qual o mestre repassava somente para quem de confiança, ou ainda somente da família. E tudo sob o mais velado segredo. Ou seja, o que um mestre sabia somente aqueles venturosos discípulos tinham a honra de lhes ser ensinado.
A despeito de os kata terem sua origem na China, não se lhes pode retirar a originalidade nascida em Okinawa, pois são claras as modificações desenvolvidas pelos mestres do te. Não se pode esquecer que o karatê surgiu como uma necessidade de defesa com as mãos nuas contra agressores portando punhais e/ou espadas e, às vezes, usando armadura. Por conseguinte, aqueles movimentos considerados supérfluos ou ineficientes nesse tipo de embate, foram ou suprimidos ou adaptados: os movimentos acrobáticos (saltos) praticamente sumiram.
No karatê moderno, que é praticado em escolas, até, sentiu-se a necessidade de uma simplificação do aprendizado, pois alguns katas são ainda muito complexos, pelo que foram introduzidos os kihon, por Anko Itosu e Gichin Funakoshi.