Muitos guerreiros dos dias de
hoje estão “disfarçados”de operários, professores, médicos, empresários, jornalistas,
advogados, comerciantes, pedreiros, administradores etc. Muitas vezes estes
chamados “guerreiros”fazem do seu campo de batalha seu trabalho e usam o BUDO
como forma e estilo de vida. Nunca desanimar, e aprender com os desafios formam
a base do praticante de karate, por exemplo que utiliza preceitos de
ensinamentos dirários dentro do tatame no campo da vida pessoal. Assim usam
estes ensinamentos como pontos motivadores para o crescimento físico e mental.
Vamos conhecer aqui um pouco mais do significado do BUDO, mas nunca esqueçam
que isso é para ser praticado, vivenciado e não somente apreciado.
Existe uma capacidade de assumir
as duas posturas, ataque e defesa, de acordo com as circunstâncias que pode ser
chamada, atualmente, de Budô, filosofia que inspirou todas as artes marciais
japonesas atuais, como Aikido, Judo, Jukendo, Karate do, Kendo, Kyudo,
Naguinata, Shorinji-kempo e Sumo. Formada pelos ideogramas “bu”, que significa
“guerreiro”, e “do”, que significa “caminho”, essa filosofia tem forte
influência do zen-budismo, uma vez que estipula como meta final a iluminação do
ser.
Portanto, pode-se dizer que a
prática do Budô vai muito além das lutas nos tatame. Ela é a bússola para o
caminho espiritual do budoka, praticantes dessa arte. Aos olhos de todas as
artes marciais japonesas modernas, o Budô é compreendido como a relação entre a
ética e a cultura japonesas. Não desanimar diante das adversidades, mas sim
aprender com os desafios, ser disciplinado e respeitar o oponente são alguns
dos ensinamentos do Budô.
Os grandes budokas dizem que é
com o espírito em harmonia que a pessoa criará uma percepção para agir com
energia e coragem a diversas situações que a vida lhe apresentar. “A missão do
Budô é fazer com que cada praticante, por meio das boas maneiras, se torne um
cidadão melhor para a sociedade”, acredita Fuminori Nakiri, presidente do Budo
Gakkai, instituição japonesa que pesquisa essa filosofia.
Pensando assim, não só um
praticante de artes marciais, como qualquer pessoa pode utilizar os
ensinamentos do Budô para controlar suas emoções e impulsos, tornando-se assim,
um verdadeiro guerreiro iluminado.
História
O Budô foi uma derivação do antigo
bujutsu, conjunto de disciplinas que eram colocadas em prática nas batalhas
durante o período Sengoku-jidai, que durou cerca de 150 anos, entre a metade do
século 15 e início do século 17. “No Sengoku-jidai, os samurais lutavam por
sobrevivência.
Ao contrário do conturbado
período de guerras do Sengoku-jidai, o período Edo (1603 - 1867), também
conhecido como Período Tokugawa, foi marcado pela paz no arquipélago. Com o fim
das guerras, as técnicas de lutas que os guerreiros travavam foram ensinadas às
pessoas comuns. Criou-se, então, um código oral em que o “espírito da esgrima”
(ken-no-kokoro), considerado a base do Bushidô (caminho do samurai), foi
transmitido para os praticantes. E como não havia um inimigo, as lutas ganharam
características de competição. Para que o caráter competitivo não tomasse conta
dos treinamentos, o Budô foi introduzido para ser o caminho espiritual por meio
do qual o praticante das lutas de artes marciais atingiria a iluminação.
Pode-se então dizer que os
objetivos do Budô estão intimamente ligados ao objetivo definitivo da filosofia
Zen, que consiste na eliminação do ego, dos preconceitos e ilusões criadas pela
mente humana, apegada aos prazeres da Terra.
Durante o Período Edo, surgiram
centenas de escolas e modalidades de bujutsu (práticas de combate) com
diferentes técnicas, definições e métodos. Essas novas lutas se caracterizaram
nas atuais artes marciais japonesas que tem como fonte principal o Budô.
Assim como a técnica requer
prática, para um budoka atingir suas metas, ele precisa praticar
incessantemente as premissas do Budô. Aliada à prática, o estudo teórico também
é importante para atingir a serenidade diante das situações complicadas da
vida.