quarta-feira, 21 de maio de 2014

Quadrilha usa o nome da Maçonaria para aplicar golpe de R$ 4 milhões

Investigação identificou, no mínimo, 20 vítimas; chefe do grupo já foi preso.

Falsa sede da Maçonaria também usava a internet e programas de televisão para conseguir novos integrantes (Foto: Reprodução)Falsa sede da Maçonaria também usava a internet e programas de televisão para conseguir novos integrantes (Foto: Reprodução)
Mandados de busca e apreensão e de prisão são cumprindo nesta quarta-feira (21) pela Polícia Civil do Paraná para desarticular uma quadrilha que utilizava irregularmente o nome da Maçonaria para aplicar golpes em Curitiba e em Campo Largo, na Região Metropolitana. Os suspeitos, de acordo com a polícia, angariaram cerca de R$ 4 milhões, com a promessa de que os contribuintes teriam retorno financeiro. A quadrilha mantinha a Grande Loja Mista do Rito Memphis-Misraim, um luxuoso templo em forma de castelo, em Campo Largo, como a suposta  sede da Maçonaria. O grupo também utilizava programa televisivo e também uma página na internet para conquistar novos participantes. Já foram identificadas 20 vítimas, mas a polícia acredita que mais pessoas tenham sido enganadas.
Com o nome de Castelo de Areia, a operação é fruto de dois meses de investigação. Segundo o delegado chefe da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas de Curitiba, Marcelo Lemos de Oliveira, o golpe era aplicada há anos. “Eles montaram uma maçonaria, mas era tudo golpe para atrair pessoas e angariar dinheiro com as adesões. As pessoas faziam adesão e começavam a contribuir com determinado valor”, explicou o delegado, que preferiu não dar detalhes sobre a investigação enquanto os mandados são cumpridos.
Falsa sede da Maçonaria ficava em Campo Largo (Foto: Reprodução)Falsa sede da Maçonaria ficava em Campo Largo
(Foto: Reprodução)
A Maçonaria não convida ninguém para participar da ordem, entretanto, no site utilizado pelos suspeitos, existe um espaço para os interessados preencherem uma ficha. Também há divulgação de um conta bancária para doações.

Segundo a polícia, o grupo criminoso era bem articulado, com a divisão clara de funções. Prova disso, complementou o delegado, é que foram expedidos mandados de prisão preventiva. O homem apontado como o chefe da quadrilha e a esposa dele já foram presos. Ele tem antecedentes criminais por estelionato e por apropriação indébita.
O número exato de lesados só será conhecido após a análise de todo o material que está sendo apreendido por meio dos mandados. A polícia orienta que as pessoas que suspeitam terem sido vítimas, procurem a Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas.

Serviço
Delegacia de Estelionaro e Desvio de Cargas
Telefone: (41) 3261-6600
Enderenço: Rua Professora Antonia Reginato Vianna, 1177, Capão da Imbuia - Curitiba
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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Analfabetismo funcional

A condição de analfabeto funcional aplica-se a indivíduos que, mesmo capazes de identificar letras e números, não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas mais elaboradas. Tal condição limita severamente o desenvolvimento pessoal e profissional. O quadro brasileiro é preocupante, embora alguns indicadores mostrem uma evolução positiva nos últimos anos.

Uma variação do analfabetismo funcional parece estar presente no topo da pirâmide corporativa e na academia. Em uma longa série de entrevistas realizadas por este escriba, nos últimos cinco anos, com diretores de grandes empresas locais, uma queixa revelou-se rotineira: falta a muitos profissionais da média gerência a capacidade de interpretar de forma sistemática situações de trabalho, relacionar devidamente causas e efeitos, encontrar soluções e comunicá-las de forma estruturada. Não se trata apenas de usar corretamente o vernáculo, mas de saber tratar informações e dados de maneira lógica e expressar ideias e proposições de forma inteligível, com começo, meio e fim.
Na academia, o cenário não é menos preocupante. Colegas professores, com atuação em administração de empresas, frequentemente reclamam de pupilos incapazes de criar parágrafos coerentes e expressar suas ideias com clareza. A dificuldade afeta alunos de MBAs, mestrandos e mesmo doutorandos. Editores de periódicos científicos da mesma área frequentemente deploram a enorme quantidade de manuscritos vazios, herméticos e incoerentes recebidos para publicação. E frequentemente seus autores são pós-doutores!
O problema não é exclusivamente tropical. Michael Skapinker registrou recentemente em sua coluna no jornal inglês Financial Times a história de um professor de uma renomada universidade norte-americana. O tal mestre acreditava que escrever com clareza constitui habilidade relevante para seus alunos, futuros administradores e advogados. Passava-lhes, semanalmente, a tarefa de escrever um texto curto, o qual corrigia, avaliando a capacidade analítica dos autores. Pois a atividade causou tal revolta que o diretor da instituição solicitou ao professor torná-la facultativa. Os alunos parecem acreditar que, em um mundo no qual a comunicação se dá por mensagens eletrônicas e tuítes, escrever com clareza não é mais importante.
O mesmo Skapinker lembra uma emblemática matéria de capa da revista norte-americana Newsweek, intitulada “Why Johnny can’t write”. Merrill Sheils, autora do texto, revelou à época um quadro preocupante do declínio da linguagem escrita nos Estados Unidos. Para Sheils, o sistema educacional, da escola fundamental à faculdade, desovava na sociedade uma geração de semianalfabetos. Com o tempo, explicou a autora, as habilidades de leitura pioraram, as habilidades verbais se deterioraram e os norte-americanos tornaram-se capazes de usar apenas as mais simples estruturas e o mais rudimentar vocabulário ao escrever, próprios da tevê.

Entre as diversas faixas etárias, os adolescentes eram os que mais sofriam para produzir um texto minimamente coerente e organizado. E o mundo corporativo também acusou o golpe, pois parte de sua comunicação formal exige precisão e clareza, características cada vez mais difíceis de encontrar. Educadores mencionados no artigo observaram: um estudante que não consegue ler e compreender textos jamais será capaz de escrever bem. Importante: a matéria da Newsweek é de 1975!
Quase 40 anos depois, os iletrados trópicos parecem sofrer do mesmo flagelo. Por aqui, vivemos uma situação curiosa: de um lado, cresce a demanda por análises e raciocínios sofisticados e complexos. E, de outro, faltam competências básicas relacionadas ao pensamento analítico e à articulação de ideias. O resultado é ora constrangedor, ora cômico. Nas empresas, muitos profissionais parecem tentar tapar o sol com uma peneira de powerpoints, abarrotados de informação e vazios de sentido. 
Na academia, multiplicam-se textos caudalosos, impenetráveis e ocos. Se aprender a escrever é aprender a pensar, e escrever for mesmo uma atividade em declínio, então talvez estejamos rumando céleres à condição de invertebrados intelectuais.
Fonte: Revista Carta Capital

terça-feira, 6 de maio de 2014

Brasil: uma tragédia anunciada!

Eu pensei em escrever várias coisas sobre o assassinato de uma mulher após a divulgação de um boato por uma página do facebook. Covardia? Barbárie? Penso que é um fato difícil de acreditar. Em virtude disso, eu queria dar parabéns aos "jornalistas" da página que divulgaram uma informação sem pesquisar, um retrato falado feito em 2012 e uma série de outros erros.
Jornalismo sério é feito por jornalistas que possuem formação! Você iria a uma consulta com uma pessoa que se diz médico? Você trataria de dente com uma pessoa que se diz dentista? Você se deixaria defender por uma pessoa que se diz advogado?
Pois bem. Acreditaram em informações de uma pessoa (ou um grupo) que se dizem jornalistas. Vejam o que aconteceu. E viva o Brasil, o país da Copa, das Olimpíadas e das tragédias anunciadas!!!

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

DOJÔ, SEUS LEMAS E PROCEDIMENTOS


O Dojô é o lugar onde se pratica o Karate-Do. Esta palavra é oriunda do Budismo e significa “Lugar da Iluminação”. São de suma importância à hierarquia existente nos Dojôs e as normas e procedimentos necessários para seguir um caminho de evolução dentro dele.
Com o estabelecimento de normas e procedimentos teremos um ensino de qualidade, embasados em profundos conceitos filosóficos. O Dojo-Kun são os princípios, os lemas que norteiam e dirigem o karateca dentro de seu aprendizado. O Dojo-Kun deve ser colocado por escrito no Kamiza,  na parte frontal do Dojô, ao lado direito do Kamizama ou abaixo dele. O Kamizama é o nome do templo, geralmente feito de madeira, que representa a nossa ligação com o Oriente, a linhagem do Karate, o espírito das artes marciais.
Devemos colocá-lo no Kamiza, região frontal e central do Dojô. Deve ficar de preferência longe da porta de entrada para não ter contato com influências negativas que venham a adentrar ou se posicionar na entrada do Dojô. É recomendável que, durante a saudação final da aula, depois do Mokussô, o aluno mais graduado depois do Sensei ou um dos alunos, escolhido pelo Sensei, deve falar o Dojo-Kun em voz alta, clara e pousada para auxiliar a concentração e facilitar a reflexão sobre os princípios. Cada lema deve ser repetido por todos os alunos. São eles:

Dojô-Kun
ESFORÇAR-SE PARA A FORMAÇÃO DO CARÁTER
CRIAR O INTUITO DO ESFORÇO
RESPEITAR ACIMA DE TUDO
CONTER O ESPÍRITO DE AGRESSÃO
FIDELIDADE PARA COM O VERDADEIRO CAMINHO DA RAZÃO

Procedimentos para a Aula no Dojô
Pontualidade: A aula deve começar sempre pontualmente. Isso demonstra responsabilidade e comprometimento. O aluno que chegar depois do ritual do cumprimento deve se colocar em posição seiza na entrada do Dojô e fazer zazen até o professor autorizá-lo a entrar.
Posicionamento no Dojô: Os alunos, sob o comando de início da aula do professor, devem se posicionar pela hierarquia do Dojô em posição Seiza:
Kamiza: O Sensei que comandará a aula se posicionará em frente ao Kamizama. Este lugar é denominado Kamiza e é destinado ao mestre e seus convidados de honra.
Joseki: Os Professores Assistentes devem se posicionar entre a porta de entrada e o Kamizama. São os homens de confiança do Sensei e possuem conhecimentos para substituí-lo numa eventual necessidade. Este lugar é denominado Joseki.
Shimoza: Os karatecas deverão perfilar na posição seiza, em ordem hierárquica, no lado em frente ao mestre, olhando para ele, sendo que os alunos mais graduados devem ficar mais a esquerda do mestre. Este lado é chamado de Shimoza.
Shimoseki: os alunos menos graduados sentarão do lado à direita do mestre chamado shimoseki.
Obs.: Aqueles que porventura tenham alguma lesão que o impeçam de ficar na posição Seiza(ajoelhados, sentados sobre os calcanhares) devem adotar a posição Agura ( pernas cruzadas).
Cumprimentos Iniciais: Após o Zazen iniciam-se os cumprimentos seguindo a ordem de comandos:
SHOMEN NI REI ou KAMIZAMA NI REI: referendando a saga do Karate-DO, os ancestrais da arte e os deuses do templo Kamizama no altar
SENSEI NI REI: referendando, saudando o Sensei que ministrará a aula.
Zazen: Deve-se iniciar o Zazen após o término da saudação inicial com a duração média de um minuto. Se no início da aula, o professor notar alguma agitação ou turbulência pode-se adotar um tempo maior de Zazen.
Mokussô: Os alunos sob o comando do professor de fim da aula devem se posicionar do mesmo modo que do início da aula. Deve-se se iniciar o Mokussô com a duração média de um minuto. Após o Mokussô iniciam-se os mesmos cumprimentos do início da aula.
Cumprimentos Finais: Após o Mokussô iniciam-se os cumprimentos seguindo a ordem de comandos:
SHOMEN NI REI ou KAMIZAMA NI REI: referendando a saga do Karate-DO, os ancestrais da arte e os deuses do templo Kamizama no altar
SENSEI NI REI: referendando, saudando o Sensei que ministrou a aula.

Cumprimento de Todos: No final da aula, os alunos se posicionam em fila em frente ao professor, que estará no Kamiza e se cumprimentam dos modos japonês ( inclinação de tronco )e brasileiro ( aperto de mão ). Após cumprimentar o Sensei deverão retornar aos seus lugares iniciais, até todos se cumprimentarem. Ao término dos cumprimentos o Sensei comanda o cumprimento final com “OSS!” e o comando de “Dispensados”.

O desenvolvimento do Kata no Karatê

Kata (, forma) é uma sequência de movimentos — técnicas de ataque e defesa — cujo fito é proporcionar ao praticante o aprendizado mais aprofundado da arte e, simultaneamente, experiência de luta. Também é conhecido por "balé da morte". Antes do advento do karatê moderno, e da criação de métodos mais básicos e simplificados de transmissão do conhecimento, a arte marcial era ensinada somente pela prática ostensiva de kata.
O kata possui outras facetas além do treinamento físico. Cada forma possui, também, um componente psicológico, pois prepara o karateca para um combate real, e um componente filosófico, que busca transmitir valores e pensamentos críticos, para avaliar as situações serenamente, situações essas não limitadas a embates físicos.
Teoricamente: Sequência de técnicas, em simulação de luta.
Sabe-se que o te, a arte marcial autóctone de Okinawa, já era estabelecida quando se deu a majoração da influência chinesa, mas, não se tem como precisar como era exatamente transmitida, devido aos escaços registros. A arte marcial chamada de Okinawa-te foi justamente, e grosso modo, a evolução das técnicas locais insulares sob influência de mestres de chuan fa, e é o kata a exata marca dessa evolução.
Sabe-se que os mestres chineses faziam a transmissão de seus conhecimentos por intermédio de exercícios pré-estabelecidos, de origem vetusta e que eram uma expressão do Tao. O Tao, de forma bem simples, quer dizer caminho e que por essa via as coisas devem ser aprendidas como se fossem uma consequência natural, então os mestres transmitiam seus conhecimentos por esses "caminhos", esses "taos".
Antes da influência chinesa no te não há recordações de haverem sido praticados os kata. Em todo caso, o ensino por meio dos kata aprofundou a tal modo que os mestres tradicionais chegam a repudiar qualquer outro.
No karatê tradicional não há lembrança também de Dojôs, um estabelecimento dedicado à transmissão e ao ensino da arte marcial, mas, por outro lado, havia apenas um esquema de mestre-aprendiz muito simples, no qual o mestre repassava somente para quem de confiança, ou ainda somente da família. E tudo sob o mais velado segredo. Ou seja, o que um mestre sabia somente aqueles venturosos discípulos tinham a honra de lhes ser ensinado.
A despeito de os kata terem sua origem na China, não se lhes pode retirar a originalidade nascida em Okinawa, pois são claras as modificações desenvolvidas pelos mestres do te. Não se pode esquecer que o karatê surgiu como uma necessidade de defesa com as mãos nuas contra agressores portando punhais e/ou espadas e, às vezes, usando armadura. Por conseguinte, aqueles movimentos considerados supérfluos ou ineficientes nesse tipo de embate, foram ou suprimidos ou adaptados: os movimentos acrobáticos (saltos) praticamente sumiram.
No karatê moderno, que é praticado em escolas, até, sentiu-se a necessidade de uma simplificação do aprendizado, pois alguns katas são ainda muito complexos, pelo que foram introduzidos os kihon, por Anko Itosu e Gichin Funakoshi.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Entendendo o Dojo Kun

Dojo Kun é o código de honra do karateca. São os princípios estabelecidos para contribuir na formação moral do praticante.
1. “Esforçar-se para a formação do caráter”
O caráter de uma pessoa é aquilo que a distingue diante das outras: é aquilo que lhe é próprio. Nosso caráter é desenvolvido pela educação recebida dos pais, professores, pela cultura de nosso povo e pelos padrões de comportamento veiculados pelos meios de comunicação, que tão grande impacto tem exercido no desenvolvimento da pessoa humana.
No entanto, nosso caráter, isto é, nossa propriedade, aquilo que nos define diante dos demais, pode ser desenvolvido não apenas como reflexo de uma educação externa, mas também com a nossa participação consciente. O Karatê é um processo de autoconhecimento e de investimento no crescimento pessoal e, como tal, resulta em frutos que podem ser de grande valia para o indivíduo.
O “caminho do karatê” é o autoconhecimento, e você terá de estudá-lo com a maior seriedade desde o princípio. O Karateca deve sempre manter atitudes corretas. Utilizar as técnicas apenas como último recurso, como autodefesa, em causa nobre. O maior tesouro de um indivíduo é sua honra, e para ser uma pessoa respeitável, é preciso disciplina.
Tente falar menos e ouvir mais, procure “aprender a aprender”. Nossa forma de encarar a vida determina nosso destino. Seja honesto, calmo, sereno, simpático, alegre, sábio, sincero e otimista. Um karateca de verdade mantém sua palavra, e honra seus compromissos.
2. “Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão”
Fidelidade tem dois significados: Em primeiro lugar, quer dizer que nós acreditamos em um determinado princípio. Em segundo lugar, significa que somos fiéis a esse princípio. Na realidade, o sentido da fidelidade só é encontrado naqueles que são fiéis, não naqueles que apenas afirmam que acreditam no princípio.
Quanto à razão, afirma um grande pensador que ela é o maior bem distribuído entre os homens. Com ela é possível diferenciar as coisas e adquirir conhecimento. No entanto, ser dotado de razão não quer dizer que se vive de acordo com a razão: “não basta ter espírito bom, é necessário dirigi-lo bem”.
O espírito do homem é rico em possibilidades, mas se for mal dirigido, acabará por negar a sua própria riqueza. A prática do Karatê nos proporciona o maior fruto do espírito: “o equilíbrio”.
O verdadeiro caminho da razão é sempre fazer e desejar às outras pessoas o que gostaria que também fizessem a você. O Karateca deve ignorar o que não é bom, e adotar o bom. Sem que percebamos, a lei da ação e reação determina nossa vida: tudo o que fizer ou pensar, voltará para você como experiência. Talvez de uma maneira diferente, mas voltará. Seja a recompensa, o amor, a felicidade, o castigo, o ódio ou a desgraça. São nossas ações e pensamentos que atraem os acontecimentos, para o bem ou para o mal.
3. “Criar o espírito de esforço”
Quando vemos uma pessoa apresentando esforço no rosto, ou algum movimento do corpo, podemos ir mais além e verificar que o esforço, na realidade, não está no corpo, mas no sentimento interior, no espírito e no pensamento das pessoas.
Uma pessoa que alimenta ideias de persistência e de otimismo é alguém que desenvolve o espírito de esforço. Esse espírito pode ser visto, por outro lado, em rostos e corpos que não aparentem o menor movimento, porque o espírito tranquilo gera energias, enquanto o espírito exaltado e agitado as consome.
No Karatê, aprende-se a lidar na vida com calma, porém com firmeza, e é nisto que consiste o espírito de esforço: não no esgotamento da força, mas no estágio mais desenvolvido de nosso espírito, na sua conservação e na geração de serenidade e de tranquilidade.
Onde há esforços não há violência. Este esforço pode ser traduzido na sentença de Funakoshi: “Nós não aprendemos para lutar, nós lutamos, isto é, nos esforçamos, para aprender”. O espírito de esforço é a força do espírito. O intuito de esforço e persistência nos mostra que tudo é possível. Você precisa acreditar que, se outros podem, você também pode.
Se você tem um sonho, não importa o tamanho dele, ele pode ser alcançado. Precisamos nos esforçar da maneira correta e persistir muito, a ponto de nunca desistir diante dos obstáculos. A principal diferença entre as pessoas de sucesso e as que sempre fracassam está na persistência: “Caia dez vezes, e levante-se onze”. Nunca desista, e será um vencedor! O sucesso não ocorre por acaso, existem razões bem mais sólidas do que a sorte para realizarmos os nossos sonhos.
O grande segredo é sabermos exatamente “aquilo” que desejamos, então definimos metas e objetivos a serem executados; definimos um plano de ação. “Quem não sabe para onde vai, não chega a lugar nenhum”. Devemos sempre escrever nossos objetivos. Por exemplo: Em 2016 serei Faixa Preta de Karatê (ou campeão mundial, farei faculdade, terei minha casa própria, serei saudável, vou me casar, etc.).
Agora, devemos colocar a imaginação para funcionar; A imaginação aliada à força de vontade chama-se fé. A fé é capaz de realizar qualquer feito, transformar qualquer sonho em realidade. Precisamos imaginar nosso objetivo já concretizado. Isto é ensinado há muitos anos pelos  grandes mestres: Quando você decide ser ou ter algo, precisa ter certeza de que já conseguiu, antes mesmo de começar.
Em um combate, vencerá aquele que estiver determinado a lutar totalmente: “Ouse fazer, e o poder lhe será dado”.
4. “Respeito acima de tudo”
Apesar dos Códigos legais imporem penas aos que desrespeitam seus semelhantes, eles não têm possibilidade de alcançar o interior das pessoas e influenciá-las, isto é tarefa dos educadores. O Karatê como atividade educativa, tem como princípio levar o indivíduo a perceber a si mesmo e o seu semelhante, não só isso, mas, também, conscientizá-lo do valor do Respeito, não só ao semelhante, mas a si mesmo. O Respeito pelo outro não significa uma anulação do próprio ego e o respeito por si não quer dizer a anulação do outro.
Uma pessoa pode desrespeitar a si mesma, adotando comportamentos agressivos para com seu próprio corpo, ou para com seu espírito: é sempre adequado indagar qual a finalidade das decisões que tomamos em relação ao nosso bem estar e ao nosso desfrute sadio da vida. Podemos evitar maus alimentos, más conversas, maus ambientes, más leituras e maus hábitos. Assim, estaremos conservando o respeito por nós mesmos.
Por outro lado, uma pessoa pode também respeitar a seu próximo, não porque os Códigos Legais são punidores, mas porque todo ser humano tem um valor como pessoa e porque a “boa vontade” é uma virtude do espírito que pode ser desenvolvida e aperfeiçoada. O Karatê é uma maneira de se chegar a ela e ao respeito. Desse ponto de vista, o Karatê apresenta uma grande utilidade para o desenvolvimento humano e a paz social e política, não só entre os cidadãos de um mesmo país, mas entre todos os homens e todos os países.
O Karatê começa e termina com cortesia. O respeito deve ser uma atitude contínua do estudante do Karatê. Do cumprimento dos lutadores, no início e final de uma luta, até as regras de etiqueta e convivência social. As boas maneiras são o melhor exemplo para todos, nenhuma palavra vale mais do que atitudes. O karateca deve manter o mesmo padrão de comportamento dentro e fora do Dojô.
5. “Conter o espírito de agressão”
Se por um lado, o espírito tranquilo gera energias e serenidade, o espírito exaltado e agitado gera agressividade, contra a própria pessoa e contra os outros. O lutador de Karatê é ponderado e prudente. Ele aprende que os Kata começam com defesas e que no Karatê não há golpes de agressão. O principal objetivo da arte do Karatê não é o outro como alvo, mas a própria pessoa. Isto vai provocar uma caminhada para a consciência de si mesmo e para a superação de aspectos negativos do comportamento e da mente.
Na realidade o Karatê é uma reeducação da mente e dos padrões de comportamento. Quando se diz: “Conter”, afirma-se que o homem é capaz de mudar os padrões de pensamentos agressivos em pensamentos de respeito e equilíbrio. A prática do Karatê vai aos poucos, modificando os padrões de pensamentos e substituindo os pensamentos de agressão por pensamentos de harmonia.
Os Kata iniciam sempre com defesas. Assim, o Karateca deve adotar a “não-violência”, sempre dominando sua agressividade. O bem e o mal existem, mas vencerá aquele que você mais alimentar. A paz está em seu interior, e vencer a si mesmo é mais difícil do que vencer os outros.

Você precisa buscar o autoconhecimento: lendo livros, assistindo palestras, ouvindo CDs de relaxamento e praticando Zazen (meditação – esvaziar a mente). Somente o treinamento físico não é suficiente, pois se assim fosse, um praticante de qualquer outro esporte seria uma pessoa altamente desenvolvida espiritualmente. O karatê é um caminho, não o único, mas um dos melhores para a revelação interior, para transcender os dualismos. O treinamento físico é um meio de educação e disciplina, o caminho da paz.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A felicidade

Sim, eu sou feliz. Faço o que gosto e mantenho por perto quem gosta de mim. Não, isso não é privilégio. É opção de vida. Problemas? Todo mundo tem. Os meus não são piores ou melhores que os de ninguém. Opinião? Vivo com a minha, até que consigam (e não é fácil) me convencer do contrário.
Vamos recorrer ao dicionário Priberam: fe·li·ci·da·de: (latim felicitas, -atis) substantivo feminino 1. Concurso de circunstâncias que causam ventura. 2. Estado da pessoa feliz. 3. Sorte. 4. Ventura, dita. 5. Bom êxito.
Novamente voltando ao dicionário, vamos explicitar o significado de feliz. fe·liz (latim felix, -icis) adjetivo de dois gêneros. 1. Que tem ou revela felicidade, contentamento. = ALEGRE, CONTENTE, RADIANTE ≠ TRISTE 2. Que causa felicidade. ≠ TRISTE 3. Que tem muita sorte. = AFORTUNADO, DITOSO, SORTUDO ≠ AZARADO 4. Que se sente satisfeito, realizado. = CONTENTE ≠ DESCONTENTE, INSATISFEITO 5. Que é favorável. ≠ DESFAVORÁVEL 6. Abençoado, bendito. 7. Que foi bem imaginado ou bem executado. = CONSEGUIDO 8. Que teve sucesso. = BEM-SUCEDIDO, PRÓSPERO.
Vivo em estado de felicidade por ser feliz, por alcançar os meus objetivos, por entender que dependo única e exclusivamente de mim para que minhas metas sejam obtidas. Feliz, por ser bem casado, por ser formado, por continuar estudando, por ter cachorros, por ser um eterno aprendiz.’., por ter amigos, por ter família, por ter saúde...
Sei que você que está lendo tem problemas. Sei que, neste momento, os seus problemas são os piores do mundo (pelo menos para você). Sei que você acredita, piamente, que seus problemas não tem solução.
Você já experimentou agradecer por ter problemas? É! Agradecer! Simples assim! Não é um discurso religioso, não. Ficamos tão preocupados em pedir, que nos esquecemos de agradecer o que temos.
Tens dívidas? Ótimo, teve oportunidade de comprar. Problemas no casamento? Ótimo, você conheceu o amor e passou pelo inesquecível momento do casamento. Problemas no trabalho? Quantas pessoas estão desempregadas? Problema, todo mundo tem. Uns sabem lidar com eles e aprendem. Outros ficam apenas remoendo.
O que eu faço nesses casos? Vou andar de bicicleta, passear com minha mulher, rir com meus amigos, brincar com meus cachorros, coloco o kimono e treino como um louco, vou pra academia malhar, escrevo... não existe uma fórmula. Aliás, existe sim. Enfrente seus problemas de peito aberto. A vida é um aprendizado constante. Solucionaremos alguns e outros aparecerão.

Quer agradar a todos? Nem Jesus conseguiu. Não gostou do texto? Leu até agora... Seja firme e siga em frente. Assim seja.’..

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Mensagem de fim de ano

Terminou o ano. Mais uma vez, o ciclo irá recomeçar. As festas estão chegando e com elas a esperança de um mundo melhor, de paz, de prosperidade... Muitos são os pedidos que chegam à Deus, à Oxalá, à Alah, ao GADU.’. ...
Estamos sempre em conexão com um poder superior através de pedidos. Mas será que não nos cabe tentar fazer com o nossos sonhos se realizem? Será que o que nos cabe é ficar sentado esperando uma graça divina?
Acompanhamos por todo o país (a internet mostra tudo e todos democraticamente) várias situações e pessoas, todas a seu modo, vivendo sua vida de acordo com sua consciência. Basta uma pequena dificuldade, para recorrermos, todos, a uma instância superior, a uma divindade, a algo que nos conforte.
E o agradecimento? E quando estas dificuldades não existem? Você se lembra de alguém? Vamos exemplificar: quando uma rua está com buracos, na hora culpamos os políticos. Mas quando a rua é calçada, eles não fizeram mais que sua obrigação.
Infelizmente, não temos a cultura do agradecimento. Mas penso que deve ser uma prática que todos devemos adotar. Não somente neste período do natal, mas durante toda a vida, em todos os sentidos. Não agradecemos ao garçom, por exemplo. Há quem diga, ainda, que ele está sendo pago pra atender. Se for assim, de que modo você paga a Deus?
Não quero que ninguém corra pra Igreja, terreiro, loja, centro ou mesquita, muito menos que vire santo de uma hora pra outra. Não estou propondo mudanças de religião. O que estou tentando dizer, e cabe a qualquer um – e a mim também, é que precisamos mudar de atitude.
Comece mudando suas ações dentro de casa, com sua família. Trate as pessoas como gostaria de ser tratado. Tente entender a opinião alheia e, caso não concorde, respeite. Perdemos os valores, o mundo está diferente.
A ambição e o consumismo desenfreados minaram os valores, os sentimentos e as boas ações. A televisão não deve ser referência para ninguém. Estou falando de todos os canais. A personagem da novela é só uma personagem. Não existe, é ficção. O mundo virtual é virtual. Aqui qualquer um pode ser o que quiser. Seja você, busque melhorar por suas ações, através do seu trabalho. Criticar por criticar é fácil, tentar fazer igual, ou melhor, é que é complicado.

Finalizando, quero que você tenha um ano cheio de realizações e reflexões. E que seus sonhos se realizem através do seu trabalho. Boas festas!

Martim Barbosa.'.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Começaram as seletivas para o TUF Brasil 3

O UFC realizou no dia 11 de novembro, no Rio de Janeiro, as seletivas para a terceira temporada do reality show The Ultimate Fighter Brasil - Em Busca de Campeões, ou TUF Brasil, como já ficou conhecido. Entre as centenas de candidatos que apareceram num hotel na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, para tentar uma vaga na casa, estavam veteranos que já flertaram com o UFC, nomes já conhecidos do circuito nacional e desconhecidos buscando um lugar ao sol.
As seletivas foram realizadas para pesos-médios, pesos-meio-pesados e pesos-pesados. Figuras carimbadas do Jungle Fight, Bitetti Combat e Wocs estavam presentes, entre eles, o ubaense Éder Bambu Souza.
Joe Silva, matchmaker (responsável pelo casamento de lutas) do UFC, afirmou que os cartéis profissionais de cada lutador são os dados mais importantes para ele na seleção. Antes de serem entrevistados pelos produtores, os atletas passam pela sua avaliação. Todavia, ele reconheceu que as entrevistas são muito importantes para quem segue adiante.
“É um programa de televisão. Minha parte é dizer que este lutador é bom o suficiente na parte da luta: ele tem o cartel e tem as habilidades. Mas aí, vai para os produtores, e eles têm que fazer entrevistas, e eu digo aos lutadores que esta é a parte difícil, porque eles não estão acostumados com isso. Estão acostumados aos treinos e lutas, mas não a estar em frente a uma câmera, com um microfone na cara, e a mostrar sua personalidade. Depois de passarmos pela minha parte, eu digo, 'Esta é a parte difícil, vocês têm que marcar um golaço aqui', porque às vezes eles estão cansados, acabaram de fazer manopla, entram na entrevista e começam com o 'Sim. Não. Que seja' e não mostram sua personalidade. Essa é sua hora de brilhar”, explicou Silva, que descartou que os lutadores que conhecem ou treinam com atletas do UFC tenham vantagem na seleção.
“Sempre que temos uma seletiva, todo mundo no UFC me liga dizendo, 'Joe, eu tenho um cara que tem que estar lá dentro! Dá uma chance a ele!' Eu olho para todos. Eu não me importo com quem você está, mas com o que você fez. Se você é talentoso e tem um bom cartel, é isso que vai te fazer entrar”, concluiu o dirigente.