Kata (型, forma) é uma sequência de movimentos — técnicas de ataque e
defesa — cujo fito é proporcionar ao praticante o aprendizado mais aprofundado
da arte e, simultaneamente, experiência de luta. Também é conhecido por
"balé da morte". Antes do advento do karatê moderno, e da criação de
métodos mais básicos e simplificados de transmissão do conhecimento, a arte
marcial era ensinada somente pela prática ostensiva de kata.
O kata possui
outras facetas além do treinamento físico. Cada forma possui, também, um componente
psicológico, pois prepara o karateca para um combate real, e um componente
filosófico, que busca transmitir valores e pensamentos críticos, para avaliar
as situações serenamente, situações essas não limitadas a embates físicos.
Teoricamente:
Sequência de técnicas, em simulação de luta.
Sabe-se que o te,
a arte marcial autóctone de Okinawa, já era estabelecida quando se deu a
majoração da influência chinesa, mas, não se tem como precisar como era
exatamente transmitida, devido aos escaços registros. A arte marcial chamada de
Okinawa-te foi justamente, e grosso modo, a evolução das técnicas locais
insulares sob influência de mestres de chuan fa, e é o kata a exata marca dessa
evolução.
Sabe-se que os
mestres chineses faziam a transmissão de seus conhecimentos por intermédio de
exercícios pré-estabelecidos, de origem vetusta e que eram uma expressão do
Tao. O Tao, de forma bem simples, quer dizer caminho e que por essa via as
coisas devem ser aprendidas como se fossem uma consequência natural, então os
mestres transmitiam seus conhecimentos por esses "caminhos", esses
"taos".
Antes da
influência chinesa no te não há recordações de haverem sido praticados os kata.
Em todo caso, o ensino por meio dos kata aprofundou a tal modo que os mestres
tradicionais chegam a repudiar qualquer outro.
No karatê
tradicional não há lembrança também de Dojôs, um estabelecimento dedicado à
transmissão e ao ensino da arte marcial, mas, por outro lado, havia apenas um
esquema de mestre-aprendiz muito simples, no qual o mestre repassava somente
para quem de confiança, ou ainda somente da família. E tudo sob o mais velado
segredo. Ou seja, o que um mestre sabia somente aqueles venturosos discípulos
tinham a honra de lhes ser ensinado.
A despeito de os
kata terem sua origem na China, não se lhes pode retirar a originalidade
nascida em Okinawa, pois são claras as modificações desenvolvidas pelos mestres
do te. Não se pode esquecer que o karatê surgiu como uma necessidade de defesa
com as mãos nuas contra agressores portando punhais e/ou espadas e, às vezes,
usando armadura. Por conseguinte, aqueles movimentos considerados supérfluos ou
ineficientes nesse tipo de embate, foram ou suprimidos ou adaptados: os
movimentos acrobáticos (saltos) praticamente sumiram.
No karatê
moderno, que é praticado em escolas, até, sentiu-se a necessidade de uma
simplificação do aprendizado, pois alguns katas são ainda muito complexos, pelo
que foram introduzidos os kihon, por Anko Itosu e Gichin Funakoshi.