Os representantes de rádio e TV em nada inovaram nas rodadas de negociação deste ano de 2012. Como em todos os anos jogam muita conversa fora, adiam ao máximo suas propostas e depois vêm com sugestões ridículas.
Ignorando uma defasagem salarial que se arrasta há mais de uma década, que chega a mais de 15%, ofereceram 5% de reajuste, sendo o mesmo índice aplicado sobre o piso salarial e ao abono dado no ano passado.
Abono não é aumento. Recebemos uma vez e pronto. Não é incorporado ao salário. Além de um valor ridículo ele em nada incide nas demais cláusulas econômicas. O piso salarial ainda é pior. O estudante paga caro pelos estudos, pelo material didático, investe pesado em conhecimento e quando ingressa no mercado de trabalho toma um choque ao perceber que seu salário chega a metade de categorias que não investiram tanto tempo e dinheiro em se especializar.
Também se negam a extinguir o banco de horas, sistematicamente descumprido por eles próprios, que nos últimos 12 anos renovam essa cláusula e a descumprm a partir do dia seguinte. Haja vista as inúmeras reclamações recebidas pelo sindicato sobre essa cláusula nefasta.
Nós jornalistas queremos cumprir nossa jornada, receber por ela dignamente e irmos embora pra casa. Mas os patrões insistem em trabalhar com equipes reduzidas, não pagar pelo excesso de trabalho e ainda manter uma cláusula que certamente gerará passivo trabalhista.
Precisamos estar atentos à mobilização por dignidade. Não podemos mais aceitar essa situação. Está na hora de mostrar a eles que sem jornalista não há informação de qualidade, produto que os patrões vendem a seus diversos segmentos (rádio, tv, internet, e outros meios) e pagam um único salário ao profissional.
O Sindicato continuará insistindo nas propostas aprovadas pela categoria:
- PISO SALARIAL DE R$ 2.400
- FIM DO BANCO DE HORAS
- AUMENTO REAL E SALÁRIO DIGNO
* Haverá nova rodada na próxima segunda-feira 2 de abril.