segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O KOBUDO DE OKINAWA

Kobudo-Okinawa

O Kobudo de Okinawa (também conhecido como Ryukyu Kobujutsu, Ryukyu Kobudo, ou apenas Kobu-Do) é um termo japonês que pode ser traduzido como “Caminho das Antigas Artes Marciais de Okinawa” – Ko (koryu) = antigo, Bu (Buguen) = Arte Marcial e Do = Caminho, via. Refere-se, de maneira geral, às armas tradicionais de Okinawa, especialmente o Rokushakubo (mais conhecido como Bo), Sai, Tonfa, Kama e Nunchaku, e também às menos tradicionais, como o Tekko, Tinbe-Rochin e Surujin. Também há as armas menos comuns, como o Tambo e o Eku.
HISTÓRIA
Definir a origem exata do KoBu-Do não é tarefa das mais simples, pois a maior parte dos documentos escritos sobre esta arte marcial foram destruídos em incêndios e bombardeios ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial. Na versão mais aceita pelos historiadores, as restrições impostas aos camponeses de Okinawa, proibindo-os de carregar armas, fez que estes passassem a adaptar ferramentas agrícolas, criando um sistema marcial desenhado para que pudessem se defender de possíveis ataques.Todavia, atuais estudantes de artes marciais não foram capazes de encontrar reforço histórico para esta teoria, e as provas colhidas por vários historiadores ligados às artes marciais apontam para a casta guerreira Pechin (equivalente à dos samurais no Japão) como aquela que praticava e estudava estas artes, diferentemente dos Heimins, ou camponeses.É verdade que o povo de Okinawa, sob regência dos poderes estrangeiros, foi proibido de portar armas ou utilizá-las em público, mas a luta armada que estes praticavam secretamente (e os tipos de armas com as quais praticavam) tinha fortes raízes chinesas, e exemplos de armas similares foram encontrados a China, provenientes de épocas anteriores asa adaptações de Okinawa.As tradições do Kobudo foram desenhadas partindo das técnicas nativas de Okinawa, que nasceram a partir dos ajis, a classe dos nobres, e por métodos importados da China e possivelmente de outros países que comerciavam com os Ryukyus. A maioria das tradições do Kobudo moderno, que sobreviveram aos tempos difíceis durante e depois da Segunda Guerra Mundial, foram preservadas e passadas às gerações seguintes por Taira Shinken e Kenwa Mabuni, e desenvolvidas para um sistema de práticas por Motokatsu Inoue, em conjunto com Taira Shinken. Outros mestres dignos de nota, que tiveram seus nomes adotados em katas de KoBu-Do, são Chotoku Kyan, Shigeru Nakamura e Shinko Matayoshi.O Kobudo é considerado por alguns estudiosos como o precursor do Karate-Do e vários estilos desta arte incluem algum grau de treinamento de Kobudo, como parte de seu currículo. Similarmente, não é incomum ver um chute ou outro golpe de “mãos limpas” em um kata de Kobudo. Em alguns estilos, as técnicas das duas artes são tão fortemente relacionadas, evidenciadas pelo uso de armas e de “mãos vazias” em um determinado kata, por exemplo, Kanku-daí, Kanku-sai Gojushiho e Gojushiho-no-sai; embora estes sejam Katas de Kobudo, não são formas tradicionais deste, mas foram desenvolvidos a partir de katas do Karate-Do. Outros katas do Kobudo demonstram elementos da técnica de “mãos vazias”, mantidos das formas antigas; Soeisi No Daí, uma forma de kata de Bo, é um dos poucos tipos de autêntico kata de Kobudo que utiliza chutes com técnica secundaria.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Armas dos Samurais

 

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A origem das artes marciais japonesas está relacionada às tradições e aos costumes dos guerreiros samurais, na medida em que o exercício destas artes permitia que estes guerreiros tivessem uma melhor resistência física e psicológica.
São muitas as armas dos Samurais e eles deviam saber usar todas, independente do seu comprimento ou alcance. Para cada tipo de combate havia uma equipamento ideal. A diversidade de confrontos determinava a conduta a ser adotada e exigia do guerreiro um treinamento das armas e da melhor maneira de utilizá-las.
Seu aprendizado iniciava-se na infância e durava toda a vida e, assim, ele ia sendo versado nas diversas disciplinas marciais tanto com armas, quanto sem elas, ou seja, no combate de mãos nuas. Neste contexto, as artes marciais sem armas eram chamadas de jujutsu, enquanto a aprendizado na luta com armas era chamado de kobudô.
O termo Kobudo significa, em uma tradução literal, “artes marciais antigas”, portanto, o termo é utilizado para descrever as artes marciais praticadas pelos antigos guerreiros samurais.
Normalmente o Kobudo é associado à prática de três modalidades:
Kenjutsu
– Trata-se da arte da espada, ou seja, a arte mais antiga e tradicional do Japão. Sua prática, nos tempos dos samurais era diária e tão importante quanto comer ou dormir, ou seja, algo natural no dia-a-dia do samurai. Naquele tempo, os iniciantes praticavam com o Bokuto e quando atingiam uma fase adulta passavam a praticar com o Kataná.
Iaijutsu
– Neste modalidade, também praticada com o kataná, o samurai treinava o desembainhar da espada; seu princípio consistia em sacar a espada com um rápido e mortal golpe, finalizando a luta de forma rápida e eficaz. Sua criação data do século XV e foi aperfeiçoada durante os séculos seguintes, resultando na criação de diversos estilos.
Jojutsu
– Considerada a arte da paz, o jojutsu consiste na arte do bastão Jô contra a espada Kataná; por se tratar de uma arma – a princípio – não letal ela foi muito utilizada por samurais pacifistas e posteriormente por monges, para se defender de bandidos na estrada. Atualmente é utilizada pela polícia de Tóquio.
Entretanto muitas outras armas completam o arsenal dos guerreiros do Japão, sejam eles Samurais, Ninjas, ou guerreiros da afastada Okinawa (Kobudo de Okinawa).

 Kataná

10510_503728649656877_957095758_nA katana é a espada japonesa utilizada pelos guerreiros samurais. Consiste em um sabre cuja lâmina mede em torno de 70 a 90 centímetros, sendo ligeiramente curva e com gume apenas de um lado.
Registros históricos atestam que surgiu no período Muromachi, contudo, há indícios de que no período Kamakura (1185-1333) já era comum entre os guerreiros este modelo de espada.
O elo que os samurais criaram com esta arma era quase sagrado. Eles acreditavam que a kataná estava ligada a sua própria alma e com isso esta arma passou a ser um símbolo de distinção desta classe, ao ponto que os samurais eram os únicos que poderiam portá-la na cintura.
Waikisashi
A espada curta carregada pelo samurai; seu tamanho variava entre 30 e 60 centímetros de lâmina, sendo essas últimas quase no comprimento de uma kataná. A wakisashi era forjada de forma diferente da kataná e possuía uma seção transversal também diferente.
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Quando portada junto à kataná, o conjunto chamava-se Daisho e significava que seu portador era um samurai.
A wakisashi foi muito utilizada no Japão feudal e contrário do que muitos pensam, a wakisashi não era uma versão pequena da kataná, pois além de se portar como uma arma própria para ambientes fechados, em ambientes abertos poderia ser utilizada sozinha como em conjunto com a kataná; um celebre Samurai que soube fazer uso das duas espadas, como nenhum outro, foi Miyamoto Musashi.
Outra curiosidade sobre a wakisashi é que o samurai, mesmo quando se separava de sua kataná, em reuniões ou ambientes que não permitia a portabilidade da espada, mantinha-se com sua wakisashi na cintura.
Tanto
tanto
Consiste em um punhal ou faca que completa o conjunto de armas portadas pelo samurai. Normalmente utilizada para tarefas mais simples ou para o ritual do sepukku (suicídio ritual). Diferente da Kataná e Wakizashi, o tanto era guardado dentro das vestes do samurai. Podia acompanhar o design da daisho ou ter design próprio.
Yari
O Yari era uma lança, provavelmente originária da China; seu uso data do período Nara (710-794), contudo entre 1334-1400 seu uso se popularizou e grande parte das milícias de samurais a utilizavam.
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Durante a invasão mongol, os samurais conseguiram infringir inúmeras baixas no exército invasor por meio desta arma. Ao longo dos séculos ela foi sofrendo algumas alterações em sua forma e design. Durante o feudalismo japonês foram criados vários modelos (Sankaku Yari, Ryo-Shinogi Yari, Fukuro Yari, Kikuchi Yari, Jumonji Yari e Hoko Yari).
Geralmente suas lâminas eram feitas em aço semelhante ao das katanás e decoradas com motivos naturais e ornadas com pedras preciosas No período do feudalismo japonês
A lenda da criação do Japão, aliás, retrata os deuses Izanami e Izanagui com uma Yari que após revolverem o oceano primordial, com a lança de jade (Ame-no-nuboko), ao retirarem-na as gotas do oceano que pingaram de sua lâmina formaram as ilhas do Japão.
Naginata
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A naginata é basicamente uma lâmina de katana montada em um cabo de lança. Já existia na China Han. Com a proibição de qualquer pessoa, no Japão Medieval, exceto samurais portarem ou treinarem com katanas, mulheres e monges se especializaram no uso destas armas, capazes de desmontar cavaleiros e, ao mesmo tempo, manter uma distância segura do inimigo. Sua desvantagem é que são armas pouco discretas e exigem o uso treinado das duas mãos.
Armas semelhantes são encontradas na China Ming, bem como na Europa medieval.

Tsukubo, Sasumata, Sodegarami
TSUKUBO, SASUMATA, SODEGARAMI
Além das lanças convencionais, os japoneses confeccionaram armas mais sofisticadas com utilidades bastante específicas: A Tsukubo e a Sasumata serviam entre outras coisas, para desmontar um cavaleiro durante um combate, dilacerando partes da armadura e levando-o ao chão ou até a morte.
Já o Sodegarami serve para penetrar a armadura do samurai, se prendendo à carne do adversário e dilacerando suas entranhas. Apesar de sua utilidade não eram muitos os samurais que utilizavas esta arma, sendo mais adequada para a infantaria.

Kanabo
Bastão de madeira com pontas agudas, usado no Japão feudal pelos guerreiros samurais. Ao longo dos séculos, outras armas foram desenvolvidas a partir deste modelo, como o konsaibo, tetsubo, e ararebo.
Havia vários tamanhos e formas de kanabo.
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Os mais altos tinham que ser erguidas com as duas mãos, enquanto que os menores eram mais leves e não passavam do comprimento de um antebraço.
O principal propósito da arma kanabo nas guerras era esmagar as armaduras dos inimigos e também quebrar as pernas dos cavalos. A arte de usar kanabo exigia habilidade e equilíbrio nas mãos e nos pés.
Tessen
TENSEN
Os tessen, ou leques de guerra, foram muito utilizados como instrumentos de ataque e defesa por praticantes de artes marciais da China, do Japão e da Coréia. Como uma arma, é feito com hastes de metal afiadas na ponta e seda endurecida. Fechado, pode ser usado como um pequeno punhal e aberto pode ser usado para “esfaquear” o oponente. É normalmente considerado arma de kung-fu na China e no Japão das Kunoishi (mulheres Ninja).
Apesar de atualmente os leques serem mais conhecidos como objetos de decoração, ainda são utilizados como instrumentos em treinos de artes marciais como o Tai Chi Chuan. São também utilizados em artes marciais como o Ninjutsu.
Hichiwari
Consistia em uma barra de metal pontuda e curvada com um gancho perto da manopla. Usada pelo samurai na mão esquerda, enquanto a espada ficava na mão direita. Servia principalmente para furar uma armadura, repartir um capacete ao meio ou servir de arma de esmagamento. Esta arma de batalha, cujo desenho é atribuído ao renomado ferreiro Goro Nyudo Masamune, deu origem ao Jitte.
Jitte (Jutte)
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Parecida com um cassetete esta arma era mais comumente usada pelos oficiais da polícia. Muito parecida com o Hichiwari, o mesmo gancho ou uma forquilha, que servia para prender a lâmina de uma kataná ou wakisashi e até quebrá-la durante um combate. Servia, portanto, para desarmar pessoas, sem o derramamento de sangue. O pai do famoso Samurai Miyamoto Musashi era mestre no combate com esta arma.
Seu uso maio se deu durante o período Edo por oficiais da polícia, a jitte parece ter servido de influência inspiradora para a criação de outras armas, entre elas o Sai, arma utilizada em Okinawa.
Manrikigusari 
MANRIKIGUSARI
Esta arma é composta de uma corrente com peso nas pontas, medindo 70 cm a um metro. Em combate utilizava-se para defesa, enquanto no ataque utilizava-se arremessando para inutilizar a espada do oponente.
A Marinkigusari foi desenvolvida no começo do século 18. Este é um outro exemplo de arma que foi desenvolvida com a preocupação de não ferir o inimigo e sua criação é atribuída ao chefe da segurança do Castelo de Edo.
Seu uso foi adotado por agentes da polícia para pegar criminosos, quando usadas como as boleadeiras gauchas, ou seja, arremessadas para enrolar nas pernas do adversário.
Yumi
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Trata-se do arco japonês, ou seja, uma arma de tiro com flecha. Diferente dos seus pares de outras partes do mundo, o arco japonês é enorme, possuindo mais de dois metros de comprimento. Outra diferença é que ele é empunhado pelo arqueiro no ser terço inferior, deixando dois terços livres, fazendo com que a braço que segura a flecha fique acima da cabeça.
De todas as armas a que mais está ligada à nobreza do samurai é o arco. O primeiro imperador Jimmu (500 a.C) era retratado portando um arco.
Os primeiros samurais eram, sobretudo, arqueiros montados, a espada era arma secundaria do samurai. A ética dos arqueiros montados era que cada um deles caído deveria levar muitos inimigos com ele. Isto só se consegue sem combate corpo-a-corpo.
Não por acaso, que uma das cerimônias mais tradicionais dos samurais unia – como os povos das estepes – o uso do cavalo com o arco, na prática chamado Yabusame.
Kusarigama
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Kusarigama é uma arma tradicional japonesa que consiste de uma kama (foice) com uma longa corrente presa ao cabo e um peso de metal na outra extremidade da corrente. Embora o kusarigama seja derivado de uma foice de agricultor, e embora a foice fosse frequentemente usada como arma pelos agricultores durante a era feudal do Japão, é importante notar que esses agricultores não usavam a kusarigama.
Seu uso consistia em balançar a corrente com o peso fazendo um grande círculo sobre a cabeça, e então chicoteia para frente ao enlaçar a arma ou até mesmo imobilizar os braços ou pernas do adversário. Isso permitia ao usuário do kusarigama avançar facilmente e atacar com a foice.
Bo
BO
O Bo consiste em uma espécie de barstão que mede cerca de 1,82 m (Rokushaku Bo), podendo medir também 2,80 m (Kyushaku Bo) e um metro (Sanshaku Bo). Foi desenvolvido provavelmente a partir de uma ferramenta agrícola chamada Tenbin, que era uma vareta, colocada por trás dos ombros, com cestas ou sacos pendurados de cada lado.
O Bo era também usado possivelmente com cabo de ancinho ou de pá. Juntamente com variações mais curtas, como o Jô e o Hanbo, pode também ter sido desenvolvido a partir de bengalas utilizadas por viajantes, especialmente monges.
Costuma-se dizer que o Bo foi uma das primeiras armas de Okinawa, sendo considerado o “rei” de todas elas, e é tradicionalmente feito de carvalho branco ou vermelho.
Jo
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Criado à partir do bastão Bo, o bastão Jô é menor, medindo 1,28m de comprimento e é feito normalmente de carvalho. Atribui-se a criação desta arma não letal a Muso Gonnosuke.
A tradição oral revela que o Jo surgiu do duelo entre o espadachim Miyamoto Musashi e Muso Gonnosuke, que utilizando-se de uma bastão bô, reforçado com anéis de metal, fora derrotado pelo lendário samurai. Inconformado, Muso Gonnosuke se isolou no alto de uma montanha e supostamente sonhou com um bastão menor (1,28m), qual seria ideal para vencer a kataná. Imediatamente desceu a montanha e fabricou o bastão jô, buscando Musashi por todo o Japão, até que os dois se enfrentaram novamente.
Atualmente o bastão Jo é utilizado pela polícia de Tóquio.
Sai
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Outra prova da criatividade japonesa. A sai é basicamente uma adaga que presta principalmente para golpes de ponta, de baixo para cima ou de cima para baixo, mas é o seu formato de mini-tridente que possibilita aparar uma lâmina de katana e quebrá- la com uma torção do punho do usuário da sai.
O Sai é considerado por alguns estudiosos como uma variação de uma ferramenta utilizada para criar sulcos no solo, porém, o material utilizado para sua confecção, inicialmente era a madeira, serviria desta forma muito melhor aos propósitos dos camponeses, ou Heimins. Somente quando seu propósito passou a ser a guerra é que começou a ser feito em metal
Consiste em uma pequena barra de ferro forjado, com dois grandes ganchos partindo de sua empunhadura, utilizados para defesa contra ataques de sabre. Sua ponta pode também ser afiada e servir como um estilete; sua medida deve ser igual (nunca superior) à do antebraço do usuário. Quando só possui um gancho é conhecido como Jitte ou Jutte.
Tonfa
Tonfas
A criatividade japonesa para armas práticas era imensa. A tonfa é um cassetete que pousando ao longo do antebraço se torna um poderoso escudo e graças a seu cabo ortogonal é capaz de vibrar golpes de ponta e giratórios tão devastadores quanto os de um mangual ou nunchaku.
A tonfa, em seu formato moderno, é facilmente reconhecida devido à sua semelhança com o cassete da polícia, embora seu uso seja diferente. Supostamente, originou-se do cabo de uma pedra mó, utilizada para triturar grãos. É tradicionalmente feita de carvalho vermelho, e pode ser segura tanto pela curta empunhadura perpendicular quanto pelo punho mais longo.
Nunchaku
Nunchaku
O Nunchaku é uma arma feita de dois pedaços de madeira (ou metal, em concepções modernas) ligados por uma corrente ou corda.
Muitas armas surgiram de fins pacíficos. O nunchaku era usado na antiga China para debulhar arroz, trigo e painço. O nun significa numero dois (dois bastões ligados por corrente curta). A versão ferramenta agrícola poderia ter até 3 bastões. Seu conjunto articulado pela corrente amplia a velocidade conseguida na ponta do bastão porque não está seguro na mão do usuário. Assim o golpe é bem mais devastador do que de uma clava de mesmo peso.
Há muita controvérsia sobre suas origens: alguns dizem que é proveniente da China, outros que evoluiu do malho (arma antiga que possuía um cano atado a uma bola de ferro com pontas por uma corrente), enquanto uma das teorias propõe que foi desenvolvido a partir de freios utilizados em cavalos. O Nunchaku chinês tende a ser redondo, enquanto o japonês é octogonal, e originalmente os dois pedaços de madeira eram unidos com crina de cavalo. Há inúmeras variações do Nunchaku, compreendendo desde o cassetete de três secções (san-setsu-kon) até os menores multiseccionados.
O Nunchaku foi popularizado por Bruce Lee, que o utilizou em vários filmes, produzidos tanto em Hong Kong quanto em Hollywood
Kama
Kamas
A última das armas maiores de Okinawa é o Kama (grafado também como Gama), qual também deriva de instrumentos da lavoura. Trata-se de uma foice tradicional, e é considerada como uma das mais difíceis de aprender a manejar, devido ao perigo inerente à prática com tal arma.
Esta arma também pode ser vista em várias partes do mundo como instrumentos de lavoura e mais recentemente de esportes de escalada.
No ponto em que a lâmina se une ao cabo, normalmente, há uma concavidade, destinada à defesa contra ataque de Bo, que pode ali ficar preso; embora esta seja uma das vantagens desta arma, é também um ponto fraco em seu design.
Chukonu 
CHUKONU
As bestas mais antigas são chinesas. O maior know-how deste povo permitiu atacar o principal problema das bestas: recarregá-la. O chukonu era uma besta de repetição. A tentativa da infantaria chinesa superar a cadência de tiro dos arqueiros montados turco-mongóis, seus vizinhos nômades do norte e oeste.
Os japoneses logo introduziram em suas fileiras esta arma que era mais fácil de portar e recarregar que o arco Yumi.
O chukonu era uma arma cara, seu mecanismo era complexo e talvez não pudessem produzir o número necessário, não sendo seu uso, exclusivo dos samurais.

Shuriken
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O shuriken são armas de arremesso utilizadas pelos guerreiros shinobi (ninjas). Podiam ser utilizadas para perfurar ou ferir o adversário e se tornavam ainda mais perigosas se adicionadas a venenos ou nas mãos de arremessadores treinados. Boas na emboscada, mas não em guerra.
Muitos samurais sucumbiram ao ataque por meio destas armas. Cada estrela da morte vinha no formato do emblema do clã, quando não se queria anonimato. Normalmente eram portadas em bolsos escondidos na roupa do shinobi.
Devido ao fascínio que esta arma causou nos ocidentais, seu uso foi frequente em produções cinematográficas.
Tetsubishi
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Os Tetsubishis são objetos pontiagudos, de material natural ou não, com três ou mais pontas afiadas que, conforme deixadas no chão, permaneciam com uma das pontas para cima, pois são jogados no chão em fuga para retardar o oponente perseguidor.
Eram muito usados pelos ninjas, pois tinham a grande vantagem de serem de fácil uso e não necessitarem de técnicas elaboradas. São correspondentes aos estrepes europeus.
Por seu uso ser exclusivo dos ninjas, não há relatos de haver sido usada nas guerras samurais, e atualmente, mesmo no ninjutsu moderno, não se costuma treinar o uso desta arma.
Chigiriki 
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O chigiriki é uma arma japonesa feitas de uma madeira sólida ou oca (às vezes de bambu) ou bastão de ferro com um peso de ferro e uma corrente no final, as vezes retrátil.
O chigiriki é uma variação mais agressiva da arma kusarigama. Ele pode ser usado para atacar ou embaraçar o adversário, bem como para esquivar dos golpes e capturar ou neutralizar a arma dos adversários.
Na foto vemos uma variação que se assemelha as maças europeias.

Kunai
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Kunai é uma arma ninja que consiste em uma lâmina de ferro com um grande furo na base, destinado a amarrar cordas, originário da era Tensho no Japão. Eram destinadas ao arremesso com ou sem corda, a fim de ferir o inimigo à grande distância. Muito utilizada por ninjas em casos de assassinatos.
Kunai é uma arma muito eficiente e que pode ser destinada para diversos fins. Os ninjas utilizavam-na para arremesso, servir de uma espécie de pinos de escalada, para fazer armadilhas, etc.
Assim como a shuriken, a kunai poderia assumir diversos formatos, conforme o clã.
Shakuhachi
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Trata-se de uma arma alternativa, assim como o leque; a princípio uma simples flauta, que para muitos era um instrumento musical tradicional, nas mãos de uma guerreiro treinado se tornava uma arma moral.
Seu uso – como instrumento musical – geralmente estava associado ao zen-budismo e à meditação, porém, logo passou a ser usada por ronins no período Edo. Muitos desses samurais errantes se juntaram os monges Komusô para pregar a doutrina do vazio e do nada.
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Diversas disputas entre clãs e a proibição aos monges do uso de armas, levou os komusô a uma inteligente alternativa. Sendo um de seus poucos direitos civis o uso da flauta, reza a lenda que os monges a redesenharam, usando a raiz do bambu, para fazê-la maior, mais resistente e longa, passando a usá-la como uma espécie de cassetete.
Não se pode considerar propriamente como uma arma samurai, mas um objeto que em situação de perigo poderia ser convertida em arma de defesa.
Kansashi
Esta arma foi adaptada dos antigos pinos utilizados para prender o cabelo das mulheres de Samurais do Japão feudal.
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O Kansashi, portanto, tratava-se de pinos de 15 cm que se escondiam na forma de adereços para os penteados das mulheres de samurais e serviam em caso de luta para perfurar o pescoço ou tórax do agressor.
Muitas Kunoishi (mulheres samurais) utilizavam esta arma escondida em seus cabelos, e ao se aproximar pelo jogo de sedução de um samurai, ou nobre, utilizavam o Kansashi para matar suas vítimas.
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Trata-se das armas de fogo utilizadas no século XV a XVII no Japão. Esta arma significou para o povo japonês uma mudança nas estratégias de guerra. Sua introdução no país se deu com a chegada dos primeiros comerciantes portugueses em 1543, e pouco tempo depois já havia se espalhado por todo o arquipélago.

10 coisas fascinantes que, provavelmente, ninguém te contou sobre os samurais

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Os samurais e o seu código de lealdade sempre exerceram um fascínio muito grande, principalmente no mundo ocidental. Porém, algumas peculiaridades históricas dessas figuras lendárias ainda são desconhecidas e obscuras. Veja agora alguns fatos curiosos que cercaram a vida e a rotina desses guerreiros japoneses tão famosos.
1. Mulheres podiam ser “samurais” (onna-bugeishas)
Creative Commons

Nas famílias de samurais, era tradição que as mulheres recebessem treinamento em artes marciais e estratégias de guerra, para que pudessem defender suas famílias quando o não estivesse presente. Conhecidas como onna-bugeishaselas participavam de batalhas ao lado dos homens e lutavam usando as naginatas (lanças com uma lâmina curvada na ponta). O arco e flechas também era uma arma bastante utilizadas pelas “mulheres-guerreiras”.
Apesar das habilidades bélicas, elas se vestiam com quimonos luxuosos de seda fina e estavam sempre maquiadas, com os cabelos impecáveis, demonstrando cuidado especial na preservação de sua feminilidade.
Os textos históricos contêm poucas referências à essas guerreiras, mas é possível que elas tenham sido mais numerosas do que se imagina. Análises feitas no local onde ocorreu a batalha de Senbon Matsubaru, no ano de 1580, mostraram que dos 105 corpos encontrados, 35 eram de mulheres.
Tomoe Gozen foi uma das guerreiras mais famosas cuja história ficou registrada. Ela era esposa deMinamoto Yoshinaka, do clã Minamoto. Nascida em 1157 numa família samurai, ela foi treinada para manusear a naginata e proteger a família. Lutou nas Guerras Genpei (1180 – 1185), uma disputa que durou 5 anos entre os clãs Taira e Minamoto pelo controle do Japão.
2. As armaduras não limitavam os movimentos
Foto: Felice Beato

As armaduras dos samurais, cujo peso poderia variar de 5 a 40 kg, eram confeccionadas com placas de couro, madeira ou metal e cobriam todo o corpo do guerreiro. Elas sofreram mudanças de acordo com o período histórico, o clã e a classe do samurai. Porém, ao contrário do que parece, elas eram pensadas para também preservar a liberdade de movimentos, tão essencial para as lutas e o manuseio das armas.
O capacete, chamado de Kabutoera desenhado para proteger o pescoço das flechas e dos ataques de espada, vindos de vários ângulos. Eles eram também um símbolo do poder e do status do samurai. Há quem defenda a tese de que o kabuto dos samurais inspirou a máscara utilizada por Darth Vader em Star Wars.
Já a aparência demoníaca das máscaras servia a um duplo propósito: proteger o rosto do guerreiro e assustar os inimigos.
3. Existiu, pelo menos, um samurai negro…
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No final do século 16, Oda Nobunaga, o mais poderoso senhor da guerra do Japão, tinha um escravo africano que não era apenas uma curiosidade cultural, mas também seu guarda-costas e que alcançou bastante prestígio entre os japoneses daquele tempo.
Ele ficou conhecido como Yasukemas ninguém sabe ao certo seu nome verdadeiro. Consta em um dos relatos que Yasuke teria cerca de um 1.90 de altura e, se assim foi, a sua estatura teria sido muito impressionante para os japoneses da época. Nobunaga não acreditou que a aquela pele negra fosse real e suspeitava que os jesuítas, com os quais o africano chegou ao Japão, estivessem tentando pregar-lhe uma peça.
Mandou que seus vassalos lavassem Yasuke e, só depois de ver que nada se alterava na pele do africano,Nobunaga se convenceu de que ali não havia nenhuma enganação. Encantado com a descoberta, conseguiu dos jesuítas que Yasuke se colocasse ao seu serviço. Os rumores eram de que o escravo ia ser feito um Daimyo (senhor feudal japonês).
Concretamente, porém, os registros dos jesuítas revelam que Nobunaga deu a Yasuke uma casa e uma espada katana, arma que somente os samurais manuseavam. Nobunaga também lhe atribuiu o distinção de carregar a sua lança pessoal e vestir uma armadura, privilégio que era reservado apenas para os nascidos em famílias de samurais.
4. …e alguns estrangeiros
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Os registros históricos indicam que, pelo menos, quatro ocidentais tiveram a honra de se tornar samurais: o aventureiro inglês William Adams e seu companheiro holandêsJan Joosten van Lodensteijn; o oficial da marinha francesa Eugene Collache e o comerciante de armas Edward Schenell, proveniente da Prússia.
O Filme O Último Samurai, protagonizado por Tom Cruise em 2003, baseou-se na história de dois homens que realmente existiram, mas que não chegaram a se tornar samurais. Eles eram Frederick Townsend Ward eJules Brunet.
5.  Eles eram muito numerosos
Divulgação: O Último Samurai

Nos tempos de ouro dos samurais, eles chegaram a representar cerca de 10% da população do Japão.Em virtude de serem tão numerosos, existe uma teoria de que cada cidadão japonês tenha, pelo menos, um pouco de “sangue samurai”.
Esse fato tornou-se um problema quando a classe dos samurais foi erradicada, por volta de 1870. Sem emprego, alguns foram obrigados pela necessidade a se tornar comerciantes, uma classe que sempre foi considerada inferior por eles mesmos.
6. As roupas eram elegantes, mas práticas
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As roupas dos samurais deveriam refletir o respeito que lhes era devido pelas outras classes sociais. Porém, aliado a isso, elas deveriam também facilitar combates repentinos. As calças, chamadas de hakamaseram largas e permitiam uma mobilidade ilimitada. O cumprimento impedia que o inimigo pudesse ver a posição das pernas do guerreiro, o que garantia o “elemento surpresa” nas lutas.
Há dois tipos de hakama: o umanori e oandon. O umanori, feito para ser usado ao cavalgar, parece uma calça comum, mas com as pernas bem separadas. O andon não tem as pernas separadas e era usado durante os tempos de paz.
Uma outra curiosidade sobre o hakama é que ele apresenta sete dobras: cinco na frente e duas atrás. As dobras representam as sete virtudes do Bushido (bushi=guerreiro e do=caminho): Retidão (gi), coragem (yu), benevolência (jin), respeito (rei), honestidade (shin), honra (meiyo) e lealdade (chugi).
kimononormalmente usado por baixo da hakama, era feito de seda, tecido nobre, leve e maleável. Nos pés, eles usavam as sandálias warajique eram feitas de palhas de arroz trançadas. Também usavam as tabi que eram meias com separação nos dedos, para facilitar o uso das waraji.
As meias de dedos separados são amplamente usadas no Japão dos dias atuais. As hakama também são utilizadas com frequência nas apresentações de artes marciais modernas.
7. Não carregavam só a espada, mas diversos tipos de armas
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Os samurais não usavam apenas a katana, espada tradicional e mais comumente associada à imagem do guerreiro. A gama de armas que eles carregavam variava de punhais a lanças e as mais conhecidas são:
Waikisashi, uma espada curta que variava de 30 a 60 cm de lâmina que, quando usada em conjunto com akatana chamava-seDaishoe identificava que seu portador era um samurai; Tanto era um punhal que completava o conjunto de armas utilizadas pelo samurai. Era empregado em tarefas mais simples ou para o ritual do sepakku (suicídio).
Uma série de outras armas mais específicas e sofisticadas eram utilizadas pelos guerreiros no seu dia-a-dia e nos campos de batalha. 
8. Eram muito cultos, estudavam diversas artes
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O código Bushidoprevia que os samurais deviam estudar diversos assuntos que não tinham relação direta com as batalhas. Eles precisavam estar preparados para qualquer eventualidade ou adversidade e o conhecimento adquirido permitia que se destacassem na sociedade.
Eram iniciados em artes como literatura, poesia, pintura , música, jardinagem e arranjos florais. Além disso, tinham profundo conhecimento de matemática, história e prática impecável da caligrafia.
9. Eram de baixa estatura

Segundo os diversos registros históricos, os verdadeiros samurais que viveram no século 16 tinham, em média, entre 1,60m e 1,65m de altura. Em comparação com os cavaleiros europeus, que tinham estatura média de 1,80m a 1,96m isso representava uma grande diferença, mas garantia também muita agilidade nas lutas corporais.
Também se acredita, baseado nos registros históricos, que muitos samurais descendiam do grupo étnico ainuEssa etnia tinha a característica de possuir mais pelos no corpo e pele mais clara do que a maioria da população japonesa da época.
10. O sepukku, ritual de suicídio, podia ser bastante longo
Cena do filme Harakiri, de Masaki Kobayashi

Como forma de recuperar a honra perdida, o samurai poderia praticar osepukku ou, como é vulgarmente conhecido no ocidente, harakiriO ritual fazia parte de uma cerimônia bastante elaborada e, normalmente, executada na frente de espectadores.
De maneira mais informal, o guerreiro poderia cortar a própria barriga com sua espada e, em seguida, ser decapitado por um companheiro ou amigo, para diminuir o sofrimento. Na versão mais clássica, o guerreiro se vestia de branco, comia uma última refeição especialmente preparada e escrevia um poema antes de se matar.
seppuku era um processo extremamente lento e doloroso de suicídio que servia para demonstrar a coragem, o auto-controle e a forte determinação do samurai, que escolhia morrer de forma gloriosa ao invés de cair nas mãos dos inimigos. Em razão disso, não era raro que o ritual demorasse longas horas como prova dessa coragem.
Oficialmente, a prática do sepukku foi abolida em 1868.