Eu vim de Aruanda. Esta é minha origem, não tem como negar. O ecoar dos tambores, o entoar dos Ogans, o chamado dos Orixás. Isto preenche meu vazio, arrepia todo o corpo, traz sentido aos mistérios... Não. Este não é um texto religioso, é compartilhamento de experiências.
Não é segredo de que a perda do meu filho (Rocky, meu rotweiller) me fez desanimar e desistir de muita coisa. Natural, afinal ele dava grande sentido à minha humilde encarnação, trazendo-me alento e conforto com seus olhares, lambidas, abraços, mordidas, patadas, rosnadas...
Não há nada mais natural que, após uma grande perda, exista um enorme vazio. Mas já dizia Kardec: “O acaso não existe”. Em anos de prática de Karate, o Zen Budismo me acompanhou e ensinou muito. Mas eu não estava preparado para esta perda. Acho que ninguém está.
Para quem não acompanhou: cresci no catolicismo. Conheci as religiões de matriz Africana e me apaixonei. Pratico o Zen Budismo. Já estive em várias Igrejas evangélicas. Ou seja, não restam dúvidas de que Deus existe. O que existe é a falta de crença mesmo.
E foi em um convite descompromissado que O reencontrei. Convidado para participar do “Cerco de Jericó”, em uma Igreja Católica, lá fui eu. Afinal, eu só tinha a ganhar. Banho tomado, partiu Igreja.
É estranho para um Umbandista, mesmo tendo crescido no catolicismo, entrar em uma Igreja. Os olhares preconceituosos, as músicas, o sacerdote... tudo muito diferente. Mas não demorou muito para que eu entender o que fazia ali.
Já no início da celebração, a fé de uma Igreja que cantava em alto e bom som todas as músicas, e que vibrava boas energias eram nítidas. Chegou a arrepiar. E quanto mais o padre seguia adiante com o sermão, parecia que falava diretamente a mim.
Lembrei, por diversas vezes, de como me arrepiava em um terreiro, de como as conversas com os guias me acalmam, de como os passes nos deixam leve, de como os pontos e os tambores me arrepiam...
Mas foi naquela Igreja que alcancei a paz que precisava. Depois de um ano complicado, mudança de estado, de trabalho, de sonhos, de vida... Eu estava realmente perdido, e foi ali que me vi novamente. E quando ouvi o convite, ainda brinquei: “Ok, vamos lá cercar o Jericó”.
E no final da semana, o cerco foi vencido, as muralhas foram sendo derrubadas e as batalhas vencidas uma a uma. Claro que existem várias lutas pela frente, muitas batalhas ainda serão enfrentadas. Mas uma de cada vez. O mais importante, foi me reencontrar com Deus. Reafirmar minha fé nos Orixás. Ter certeza dos ensinamentos de Buda. Encontrar com Jesus.
E para os preconceituosos de plantão, é preciso entender que não existe uma verdade absoluta. Cada pessoa é feliz com a sua prática religiosa. Se eu tenho mais de uma, ótimo. É perfeito pra mim. Sinal de que não me canso de ter fé. E como diz Alexandre Pires: “Deixa que digam, que pensem que falem... Já diz o ditado, Quem cala consente... Se Deus é por nós, quem será contra a gente... Tô com sangue nos olhos, transbordando de crença... Eu vim pra fazer a diferença”
sábado, 28 de julho de 2018
segunda-feira, 11 de junho de 2018
O que fazer
O que fazer quando se sente perdido
Que nada faz sentido
Que o mundo não tem cor
Quando você tentar estudar
Acredita que deve trabalhar
Quando pensa que tudo terminou
Você até tenta mudar
Embora não consiga aceitar
Que a dor não acabou
E olha para o lado
Percebe o local esvaziado
Por mais pessoas que estejam ali
Tem gente querendo ajudar
Mas do caos não consegue se salvar
E tudo parece um pesadelo
Tudo o que você tem, é o escrever
E que sabe, alguém, talvez, possa ler
O que não está só no seu olhar
Pois sim, a tristeza está presente
Embora o sorriso da gente
Estampe uma máscara infinita
Aquela que todos acreditam
e faz com que, alguns, até reflitam
O quão vazio a vida pode ser
Estes são só alguns versos
Talvez, de um poeta controverso
Que não consegue se expressar
Linhas vazias de um pensamento
Que pensa a todo momento
Em qual vida levar
Certo é que desta vida não levamos nada
Apenas a memória daquela vitrola quebrada
Que não toca mais os versos da canção
Aquela que já não faz mais sentido
Mas, que em um lacrimejar escondido
Faz alegrar o coração
Pode ser em Minas ou Vitória
No Espírito Santo, até Juiz de Fora
Já não existe mais este lugar
Em que encontre a paz cobiçada
Por tantas vezes, intensamente desejada
Mas sem nunca ter sido encontrada
Que a gente consiga localizar
O sentimento que todos querem encontrar
Que traz conforto ao coração
E que estes versos façam sentido
E que, por aí, encontrem abrigo
Que possa ser motivo de inspiração
*Há muito tempo eu não escrevia em versos... precisamente há 18 anos... espero que alguém goste!
terça-feira, 15 de maio de 2018
Foi em um dia cinza, que eu parei de ver as cores
Ele tinha 32 dias quando nos
conhecemos. Foi amor à primeira vista, à primeira lambida, ao primeiro olhar. Empinou
o focinho, me olhou nos olhos, rosnou e sorriu. Foi assim. Lembro como se fosse
hoje.
Levei ele pra casa e, no caminho,
paramos em uma sorveteria. Fizemos muitas fotos (mas se perderam com o Orkut).
Ali na praça São Januário (Ubá/MG), caminhando em direção à estátua do Cristo,
ele ganhou seu nome: Rocky! Não tinha como ser outro, tinham acabado de lançar
o último filme do Rocky Balboa. Altivo, feroz, doce... ele precisava de um nome
à altura.
Durante 60 dias dormimos juntos,
dividindo um colchão no chão da sala, para nos acostumarmos um com o outro.
Brigamos, brincamos... fizemos de tudo neste tempo... Ô saudade dele
pequenininho... Entrava no carro e corria para o meu colo. Gostava de dirigir!
Colocava as patinhas no volante e me olhava como quem dizia: - Vamos!
Sabe quando você tem a certeza de
que algo ou alguém te completa. Sim. Esta é a mais simples tradução do que
tínhamos. Ele era meu filho, um pedaço de mim, o melhor pedaço, a minha metade
mais perfeita.
Durante 11 anos fomos nós dois
contra o mundo. Algumas pessoas chegaram, outras saiam, mas éramos sempre nós
dois. Indissolúveis, inseparáveis. Um ao lado do outro. Sorríamos juntos, chorávamos
juntos, nos consolávamos. Porto firme, ponto forte um do outro. Sempre nos
protegemos, nos cuidamos. Éramos nós dois contra o resto.
E agora ele não está mais aqui.
Agora eu não posso mais apertar ele, morder sua orelha, provocar e sair
correndo, jogar a bolinha, ter você em meu colo, te dar banho... fiquei
incompleto. Perdi minha melhor parte. Aquele que por 11 anos esteve ao meu lado
com um amor puro, incondicional, sempre me esperando com aquele olhar dizendo:
- qual o motivo da demora?
O dia amanheceu chuvoso. Ele
descansou. Sentia muitas dores. Brigamos juntos o quanto pudemos. Não
desistimos e enfrentamos juntos todos os momentos. Quando ele se foi, eu estava
lá... senti ele indo... e eu ali, fraco, impotente, sem poder ajudar meu melhor
e maior amigo... meu Deus... quanta dor...
Meu bebê, meu filhotinho, meu filho,
meu cachorro, meu grandão, meu amigo, meu monstrinho, meu amor... A dor, talvez,
passe um dia... não ter você pra passear, pra conversar, pra me aconselhar, pra
me olhar nos olhos e dizer: se nada der certo, eu estou aqui, com você!
Vai em paz, meu filho. Que Deus permita
que eu possa te encontrar de novo. Obrigado por tudo que me proporcionou.
Desculpa pelas minhas faltas. E saiba que meu amor por você, é eterno, tanto
quanto a saudade que dói em meu peito. Te amo, Rocky!
Talvez um dia o arco íris volte a
ser colorido. Talvez um dia o mundo volte a fazer sentido! Talvez um dia eu
volte a sorrir. Mas nada disso com o mesmo brilho de antes. Foi assim, em um
dia cinza (15/05/2018), que eu parei de ver as cores.
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Tchau 2017, foi um prazer...
Sim. Está terminando 2017. Um ano
cheio de vitórias. Não, não estou confundindo as palavras. Este foi,
literalmente, um ano de vitórias. Um ano daqueles para que devemos esquecer.
Nenhum detalhe. Todos devem e merecem ser lembrados.
Cada momento de 2017 foi um
aprendizado. Tanto quanto 2016. Aliás, de uns anos para cá o nível de
aprendizado foi aumentando e só agora me dei conta disso. A cada pequena (ou
grande) queda, me foram apresentadas várias outras oportunidades. Umas simples
e cômodas, outras bem complexas e demoradas. Como bom brasileiro, optei pelas
tarefas mais difíceis.
A cada momento deste tempo
passado, algumas pessoas foram aparecendo, trazendo outras e outras. Claro que nem
todas permaneceram. Umas pouco ficaram. Algumas permaneceram.
Citando exemplos, posso falar do
meu velho amigo Zé. O melhor deles. Sempre desconfiado e com seus tic’s. Mas
sempre ao meu lado. Paralelamente, apareceram a Luluzinha, o novo Zé e o Henrique,
tia paty, tia Gi, pretinha. Sem mencionar a esquisitinha (de JF) que eu mais gosto, a pequena,
Gabeats, tia mimi, drink’s... Sim, somente eles serão capazes de saber que estou
falando deles.
(Re) Aprendi a confiar nas
pessoas. E a vida, que não tinha cores, começou a se mostrar novamente. As
dores? Foram muitas. Mas nem por isso conseguiram me derrubar. Tem um ditado
que diz que “aquilo que não me mata, me fortalece”. E eu achei a minha força
nos amigos e no karate-do.
Mudanças aconteceram. Melhor ou
pior? Não sei, foram necessárias. Foi necessário reaprender muita coisa. É como
um novo nascimento. Foi necessário aprender a andar, a falar, a correr.
Relembrar que a capacidade do discernimento era fundamental.
E quando achei que não tinha mais
forças, aprendi que a puxada de rede não traz só o alimento do corpo, também
alimenta a alma. Aquela prova cancelada, que foi remarcada. Aquele sonho
apagado, reavivado. E aos poucos as forças voltam.
O dia a dia na Gym, o bate papo
com a feiosa, os alunos, os treinos em Anchieta, as rodas (de samba e de capoeira),
os passeios diários com o Rocky (meu amigo diário nos últimos dez anos – 70 no
tempo dos cachorros, e espero que tenha mais 500). Colo de mãe e irmã. Abraços
diários das sobrinhas.
Uma mistura de sentimentos tão
intensa, que talvez seja difícil explicitar. Principalmente na solidão de um
quarto branco, acompanhado de duas katanas e um saidan para Funakoshi. Uma nova
medalha, meus gnomos, guias e livros.
Fui acolhido de uma maneira que
não esperava, conheci pessoas, lugares, sabores, pôr do sol, ilha. Tudo novo de
novo. A cada banho de mar uma experiência nova, seja solitário ou na companhia
de tartarugas. Mas nunca deixando de lado aquele bate papo comigo mesmo. Eu
falo, eu respondo, eu dou alternativas, eu acho a saída.
Eu achava que meu divã era o
tatame. Afinal ele me acompanha desde os 9 anos. Mas descobri que ampliei as
possibilidades, e que meu divã é o tatame sim, mas ainda tenho o mar e a roda.
Minha análise diária me permite ser quem eu teimava esconder de mim, mas que
não me cabia mais. Estava maior que eu.
Então sai de mim, deixando o
jornalista, o karateca e o flamenguista incorporar o nadador, o capoeirista, o
motociclista, o ciclista... Vários outros de mim, que talvez já existissem, mas
que eu teimava em manter longe, sem saber o motivo.
Este texto não é para exaltar ou
entristecer. É só um texto. Algo para demonstrar que, mesmo sem a total
recuperação, é necessário exaltar a batalha. A valorização dos passos dados,
mesmo que pequenos. É um texto para mostrar que sim, é possível acreditar que tem
alguém lá em cima que tem planos maiores.
As cores da vida vão além de um
arco íris. E quando o mar e o céu se fundem lá na frente, mostram que sempre
vai haver um horizonte para quem tem esperança e sonhos. Que venha 2018 e
traga um novo rumo repleto de bênçãos, de prosperidade, de vitórias, de
conquistas...
Que cada conquista possa ser
comemorada e que cada tombo seja respeitado diante do caminho a ser traçado. A
vida é assim: feita de altos e baixos. Que sejamos capazes de enquanto
estivermos no alto, manter os pés no chão. E caso estejamos em baixa, que possamos
nos levantar com dignidade e respeito.
Como disse meu mestre, a
candeeiro jogou uma corda e eu a peguei. Agora é hora de escalar. Voltar a
acreditar e buscar a minha verdade. Aquela que deixei para trás. Mas que vou
reencontrá-la, pode ter certeza. Aos poucos. Mas o importante é o fato de eu
querer. E eu quero. Eu quero. Eu posso. Eu vou. Força. Foco. Fé.
Feliz 2018
terça-feira, 18 de julho de 2017
Mudou de novo
Mudou de novo. Pois é. Mais uma
mudança. Mudança de atitude, mudança de pensamento, mudança de foco... mudança.
Mudou de novo. Mudou a política econômica,
mudaram as figuras políticas, mudou as mãos que seguravam o poder, mudou as consequências
dos atos de figuras políticas, mudou a crença do povo brasileiro na justiça.
Mudou de novo. Mudaram os
jogadores do seu time de futebol, mudaram as pessoas que trabalhavam em sua
empresa, mudou o trabalho, mudou o salário, mudou a legislação trabalhista.
Mudou de novo. Mudou quem está
sendo preso, mudou quem está usando as tornozeleiras eletrônicas, mudou quem
está sendo condenado, mudou quem seria candidato, mudou a opinião de quem
acreditava que estava certo e de quem não sabia no que pensar.
Mudou de novo. Mudou a música que
faz sucesso, mudou o cantor, mudou a novela, mudaram os atores, mudou o tema,
mudaram as discussões, mudaram os valores, mudaram as atitudes da população,
mudou o sentimento das pessoas, mudou o comportamento coletivo e individual.
Mudou de novo. Mudaram os
comentaristas, mudaram os narradores, mudaram os personagens, mudou o conceito
de credibilidade, mudou sua personalidade, mudaram as atitudes.
Mudou de novo. Mudou de casa,
mudou de vizinhos, mudou de cidade, mudou de roupa, mudou de sapato, mudou de
perfume, mudou de carro, mudou para ser aceito, mudou para acompanhar, mudou para
contribuir. Foram muitas as mudanças. Tanto se mudou que as mudanças não param
de mudar.
Mudou de novo. Não são poucas consequências
de uma mudança, mas é preciso saber absorvê-las. Entender o que vem pela
frente, enfrentar novos desafios, criar novos sonhos... nada disso é fácil,
embora ninguém tenha dito que seria. E com tantas mudanças, é preciso entender
que mudar é preciso.
domingo, 5 de fevereiro de 2017
O Petista
É o cara que se escandaliza com Bolsonaro, mas não vê problema algum em Graça Foster, em Dilma, em Lula.
É o cidadão que se preocupa com os centavos da passagem de ônibus, mas ignora os milhões da Petrobras.
É a moça que defende o aborto, mas considera a palmada um crime hediondo.
É aquele que odeia os judeus e quer a destruição do Estado de Israel, mas faz campanha contra o racismo e xinga os adversários de nazistas.
É aquele que acusa Bolsonaro de ser apologista do estupro, mas ignora o professor que defendeu o estupro de Rachel Sherazade.
É aquele que chama empresário de sonegador, mas aceita a maquiagem fiscal da Dilma.
É aquele que protesta quando morre um traficante, mas festeja quando morre um policial militar.
É aquele que não se importa em destruir a vida do adversário, se isso for importante para a causa.
É aquele que passa a odiar sua cidade quando a maioria não vota em sua candidata.
É aquele que chama o caso Celso Daniel de "crime comum"
É aquele que usa a expressão "ação penal 470" para se referir ao mensalão.
É aquele que prega a estatização do financiamento eleitoral.
É aquele que usa a palavra "estadunidense".
É aquele que tem uma grande simpatia pelos nanicos da linha auxiliar do PT.
É aquele que não vê nada demais no fato de o PIB per capita da Coreia do Sul ser de 32 mil dólares e o da Coreia do Norte, de 1.800 dólares. Afinal, a Coreia comunista é mais igualitária.
É aquele que apoia o movimento gay, mas também apoia o regime cubano, que já fez campos de concentração para homossexuais.
É aquele que acredita em governo grátis, mesmo quando o País trabalha até maio só para pagar impostos.
É aquele que odeia a censura, mas quer o controle social da mídia.
É aquele que faz tudo para acabar com a família e a igreja, pois sabe que elas são os principais focos de resistência ao poder do Estado e dos movimentos sociais.
No fundo ele sabe que o país está sendo saqueado, exaurido, violentado - mas diz que o problema é o Bolsonaro.
É aquele que nunca perdoa.
É aquele que apoiou o impeachment de Collor e acha que foi legitimo, mas falar no impeachment de Dilma é golpismo.
Publicado originalmente no Jornal de Londrina.
Se você não é do PT e concorda com o texto, repasse, compartilhe, para o bem de todos.
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quinta-feira, 12 de maio de 2016
Entre mortos e feridos, que salvem o Brasil!
O que aconteceu na madrugada de hoje (12/05) foi histórico: vimos o segundo processo de impeachment ser autorizado pelo Senado Federal. Não pretendo discutir o mérito do processo, mas considero fundamental visualizarmos o momento do país.
A economia brasileira está entregue às moscas, temos uma máquina inchada, ministérios inoperantes, políticas públicas estagnadas, e um infindável processo corruptível da classe política a ser investigado.
Não está na hora de chorar pelo leite derramado. Está na hora de nos unirmos pelo Brasil. Precisamos juntar forças para erguer o que restou de nossa pátria, voltar às ruas e exigir a investigação de todos os políticos envolvidos em corrupção. Caíram Dilma Rousseff, Eduardo Cunha e Delcídio do Amaral. Foi aberto processo de investigação contra Aécio Neves. Que venham todos os processos e que caiam todos os corruptos.
Quero o meu Brasil de volta. Quem tem o coração valente é o povo, que não tem direito a altos salários e verbas de gabinetes para manter suas famílias. Na verdade, há quem o faça com menos de um salário mínimo.
Temos que combater estes privilégios da classe política. Que eles usem o Sistema Único de Saúde (SUS), que recebam no máximo dois salários, que trabalhem para pagar suas acomodações em Brasília.
Lutemos, todos, pelo nosso país. Este deve ser o nosso maior foco. Políticos vem e vão. E a história nos mostra que seu legado não tem sido tão importante para o nosso povo. Ao lutarmos pelo país, lutamos por aqueles que não possuem mais forças.
Pelos nossos direitos! Salvemos o Brasil!
quinta-feira, 6 de agosto de 2015
As graduações no Karatê Shotokan
A história das graduações dentro do Karate Shotokan é muito polêmica e com isso, a equipe do site resolveu escrever um pequeno texto contando um pouco da história de como surgiu o sistema de graduações dentro do Karate Shotokan. Boa leitura!
Primeiramente vale lembra que Gichin Funakoshi Sensei era considerado um “estrangeiro” e não um japonês de fato, por ter nascido em Okinawa, então ele teria que se colocar em uma posição de inferioridade para registrar o Karate como uma arte japonesa, e para isso ele teve que seguir algumas regras que na época eram impostas por uma instituição que controlava as artes marciais japonesas, a Dai Nippon Butoku Kai.
As exigências impostas pela Dai Nippon Butoku Kai eram:
1- Usar o sufixo “DO (道)” como parte do nome;
2- Adaptar-se a metodologia de ensino das artes marciais japonesas;
3- Usar o Dogi (que era o uniforme do Judô e que foi imposto a todas as artes);
4- Adotar o sistema de graduação Kyu/Dan existente na época, que era composto da faixa branca para iniciantes, marrom para intermediários, preta para os avançados. Mais tarde incluiu a faixa branca e vermelha (coral) para quem já tivesse uma proficiência de mestre, a faixa vermelha e por ultimo, conta-se, a branca mais larga para fundador de estilo. Esse sistema de graduação era chamado de sistema Kano (pois fora desenvolvido por Jigoro Kano, fundador do Judô, Ministro da Educação, primeiro japonês membro do Comitê Olímpico Internacional e a maior autoridade das artes marciais japonesas da época).
Gichin Funakoshi Sensei possuía a maior graduação possível na época, de 5º Dan. Foi só no início da década de 1960 que foram incluídos os graus de 6º a 10º Dan no sistema Kano, após a morte de Funakoshi. Concluímos, com isso, que o Pai do Karate Moderno nunca usou a faixa coral (inserida no sistema para diferenciar os possuidores de grau Dan –Yudansha- dos peritos que eram antigos no grau Dan –Kodansha- e que era outorgada a partir do 6º Dan). A Japan Karate Association resistiu até o final da década de 1960 para incluir os outros cinco Dan e a Shotokai nunca os incluiu. Esse é o motivo pelo qual ninguém nunca usou a faixa coral no Shotokan. Nenhum grande mestre gostaria de ofender a memória de Funakoshi sensei usando uma faixa que representa um nível superior ao dele (coral ou vermelha), portanto mesmo aqueles graduados 10º Dan, como Masatoshi Nakayama, Hirokazu Kanazawa ou Tetsuhiko Asai sempre usaram a faixa preta.
E as cores das faixas?
Inicialmente no sistema Kano, também usado no Shotokan, haviam só as faixas branca (para iniciantes) e marrom (para intermediários) precedendo a faixa preta (destinada aos especialistas). Foi muito tempo depois que as faixas verde e roxa foram incluídas para ajudar a diferenciar melhor os estágios de aprendizado dos iniciantes. Há muito pouco tempo vem sendo usadas outras faixas coloridas no Japão (amarela, laranja e azul), principalmente para estimular as crianças. Cada país, porém, criou um sistema próprio de classificação dos iniciantes e adotou diferentes cores para esses estágios.
Um dos primeiros sistemas com outras cores surgiu na Inglaterra, em 1927, elaborado por Gunji Koizumi Sensei, que instituiu em Londres as cores para diferenciar os Kyu. Essa ideia se espalhou pelo mundo.
As escolas de Karate que funcionavam dentro das YMCA (ACM no Brasil) também criaram e adotaram seu sistema. O sistema que parece ter inspirado a classificação de cores mais usada no Brasil, porém, foi o sistema Kawaishi. Nesse sistema (criado pelo instrutor de Judô e Karate Mikinosuke Kawaishi), as cores usadas eram amarelo, laranja, verde, roxo, marrom e, por fim, a preta. Ninguém sabe ao certo, porém, quem inseriu a faixa vermelha, destinada aos detentores de 9º e 10º Dan das outras escolas, entre os Kyu do Shotokan do Brasil. A hipótese que melhor explica a sequência brasileira de cores vem das artes plásticas: nessa área do conhecimento, é um saber comum e banal que amarelo e vermelho unidos dão origem ao laranja, e que verde e roxo misturados dão origem ao marrom. Alguém provavelmente supôs que assim ficaria agradável ao público, mas não há registros dessa criação, a verdadeira razão segue um mistério…
E as faixas com fitas?
As faixas com uma linha branca bem no meio que alguns estilos usam servem para diferenciar um Kyu pro outro. Originalmente, no Judô, as faixas dos homens eram da cor cheia e a das mulheres era da mesma cor, porém com a fita no meio, pois elas eram menos exigidas em exames de graduação, nos treinamentos e por um tempo não puderam competir. Isso foi uma herança da mentalidade higienista do início do século XX. Com a revolução feminista muitas coisas mudaram e uma das coisas a ser abandonadas no Judô foi a fita no meio da faixa, pois passou a ser vista como uma forma de evidenciar que a mulher era inferior ao homem na arte marcial. Recentemente, com os sistemas incluindo cada vez mais Kyu e a escala de cores das fábricas restritas, vem se usando ou a fita no meio ou faixas com duas cores para a diferenciação das classes.
Outros utilizam fitas para marcar o seu Dan na faixa, mas isso tecnicamente não existe no Karate Shotokan.
No Judô, usava-se linhas brancas até o 5º Dan para diferenciar os graus. No 6º Dan as cinco linhas eram substituídas por um retângulo com mais uma linha em cima. No Karate de Okinawa e no estilo Kyokushinkai é comum ver o uso dessas fitas. Nesses estilos as fitas ou linhas bordadas brancas simbolizam do 1º ao 5º Dan. Depois de uma 1 a 5 linhas douradas (sem as linhas brancas), simbolizam do 6º ao 10º Dan. Mesmo assim, alguns estilos de Okinawa, como o Shorin, adotaram as faixas coral e vermelha. Isso tudo porém, nunca será observado em um mestre do estilo Shotokan possuidor de graduação 6º a 10 Dan. Nem as fitas, nem as faixas de outras cores, nem faixas de duas cores, nem com linhas no meio, nem camufladas, rosa, etc…
E as graduações ofertadas?
Sim, existem no Karate as graduações ofertadas, que são graduações dadas para alguém por mérito, falecimento ou outro motivo.
Abaixo estão as graduações ofertadas conhecidas pela equipe do site:
Abaixo estão as graduações ofertadas conhecidas pela equipe do site:
1- Meiyo-Dan (名誉段): Um faixa preta honorário, um título que é oferecido à pessoa que contribui para a divulgação do Karate, em sua maioria não são praticantes de karate, neste caso sua graduação não permite examinar ou lecionar;
2- Suisen-Dan (推薦段): Grau por antiguidade do praticante, em que ele treina regularmente, mas não possuindo nível técnico para receber uma faixa preta, mas recebe a faixa preta como reconhecimento ao seu empenho.
Quando um karateca é aprovado oficialmente para a faixa preta, se dá o nome de Jitsuryoku-Dan (実力段). Nas escolas tradicionais apenas um Jitsuryoku Yudansha (有段者)/Kodansha (高段者) pode examinar alunos para novos graus Kyu e Dan, ser instrutor pago para dar aulas e árbitro em competições oficiais.
E os uniformes pretos, coloridos e os apelidos???
Pessoal, essa é a pior parte. Se você encontrar alguém ensinando com um uniforme que não seja branco ou que estiver chamando os alunos Kyu por apelidos conquistados em seu exame de faixas CORRA COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ! O Karate Shotokan, assim como os demais estilos de Karate (sim, isso vale para todos) nunca adotou um uniforme que não seja da cor branca. Karate veste Dogi branco e ponto final, não há discussão para isso. Infelizmente, pelo Brasil, está assim. Você atinge tal Kyu, pode usar calça preta, depois casaco preto, depois (ou antes) ganha um apelido, um nome de guerra, na mais descarada cópia da Capoeira e ferindo horrivelmente a tradição do Budô. Diferenciação no uniforme é usada em algumas escolas de arte marcial coreana, nunca nos estilos e escolas japonesas. Uniformes vermelhos, multicolor, feitos pelo próprio atleta pra uma apresentação… Tudo isso são distorções absurdas do Karate. Fique ligado!
Osu.'.
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
Conheça os 7 Princípios do Bushido
1. 義 Gi – Justiça, Retidão e Honestidade
Seja honesto em
todas as suas relações. Acredite na Justiça, não a que é dada pelos outros, e
sim na sua própria justiça. Para um autêntico samurai não existem tons de cinza
em relação à honestidade e justiça. Só existe o certo e o errado. E pra ser
justo é necessário fazer o julgamento correto em relação à tudo em sua vida.
2. 勇 Yuu – Coragem, Bravura heroica
Um samurai deve ter
coragem heroica. Viver é arriscado e perigoso e esconder-se como uma tartaruga
se esconde em sua concha não é a maneira mais adequada de viver. Devemos
aprender a viver a vida ao máximo, intensamente. Substitua o medo pelo respeito
e cautela. A coragem heroica não é cega, ela é inteligente e forte.
3. 仁 Jin – Compaixão, Benevolência
Através de um
treinamento intenso o samurai torna-se rápido e forte, porém ele usa essas
habilidades para fazer o bem para as pessoas e tem compaixão por elas. Amor,
amizade, solidariedade e nobreza de sentimentos são considerados como os
maiores atributos da alma. Ajude seus colegas em todas as oportunidades que
houver.
4. 礼 Rei – Respeito, Polidez e Cortesia
O Samurai não tem
nenhuma razão para ser cruel. Não há necessidade de provar a sua força. Um samurai
é cortês até mesmo para com os seus inimigos. Se não fosse assim, ele não seria
melhor do que qualquer animal. Um samurai é respeitado não só por sua coragem,
mas também pela forma como eles tratam os outros.
5. 诚 Makoto – Honestidade, sinceridade absoluta
Mentir é um ato
considerado covarde e desonroso e portanto quando um samurai diz que vai fazer
tal coisa, é como se ele já tivesse feito. Nada no mundo conseguirá impedi-lo
de concretizar o que disse. Um samurai não precisa dar a sua palavra e nem precisa
prometer nada. Quando um samurai fala, é porque ele vai agir.
6. 名誉 Meiyo – Honra, Glória
O verdadeiro
samurai só tem um juiz de sua honra, e este juiz é ele mesmo. As escolhas que
você faz e como você trabalha para obtê-las são um reflexo de quem você
realmente é. Você não pode se esconder de si mesmo. Muitas das nossas decisões
são influenciadas pelos outros, o que nos faz parecer hipócritas.
Dizemos muitas
vezes o que os outros querem que digamos, vemos o que os outros querem que
vejamos. Ouvimos o que os outros querem que ouçamos. O valor da nossa dignidade
pessoal está implícito na palavra honra. “Desonra é como uma cicatriz em uma
árvore que o tempo, em vez de curar, só ajuda a aumentar.”
7. 忠 Chuu – Dever e Lealdade
Um samurai é
extremamente leal àqueles que estão sob seus cuidados. Por quem ele é
responsável, ele permanece fiel. Suas palavras e suas ações pertencem à você,
assim como todas as consequências que se seguem a partir delas. “A palavra de
um homem deve ser como sua impressão digital: Você deve levá-la aonde quer que
vá”.
Seguir o bushido é
dar ênfase à lealdade, fidelidade, coragem, justiça, educação, humildade,
compaixão, honra e acima de tudo, viver e morrer com dignidade”. Quando
aplicamos esses princípios em nossa vida conseguimos melhorar nosso potencial
humano. Pra finalizar, uma frase do samurai Miyamoto Musashi:
segunda-feira, 3 de agosto de 2015
O KOBUDO DE OKINAWA
O Kobudo de Okinawa (também conhecido como Ryukyu Kobujutsu, Ryukyu Kobudo, ou apenas Kobu-Do) é um termo japonês que pode ser traduzido como “Caminho das Antigas Artes Marciais de Okinawa” – Ko (koryu) = antigo, Bu (Buguen) = Arte Marcial e Do = Caminho, via. Refere-se, de maneira geral, às armas tradicionais de Okinawa, especialmente o Rokushakubo (mais conhecido como Bo), Sai, Tonfa, Kama e Nunchaku, e também às menos tradicionais, como o Tekko, Tinbe-Rochin e Surujin. Também há as armas menos comuns, como o Tambo e o Eku.
HISTÓRIA
Definir a origem exata do KoBu-Do não é tarefa das mais simples, pois a maior parte dos documentos escritos sobre esta arte marcial foram destruídos em incêndios e bombardeios ocorridos durante a Segunda Guerra Mundial. Na versão mais aceita pelos historiadores, as restrições impostas aos camponeses de Okinawa, proibindo-os de carregar armas, fez que estes passassem a adaptar ferramentas agrícolas, criando um sistema marcial desenhado para que pudessem se defender de possíveis ataques.Todavia, atuais estudantes de artes marciais não foram capazes de encontrar reforço histórico para esta teoria, e as provas colhidas por vários historiadores ligados às artes marciais apontam para a casta guerreira Pechin (equivalente à dos samurais no Japão) como aquela que praticava e estudava estas artes, diferentemente dos Heimins, ou camponeses.É verdade que o povo de Okinawa, sob regência dos poderes estrangeiros, foi proibido de portar armas ou utilizá-las em público, mas a luta armada que estes praticavam secretamente (e os tipos de armas com as quais praticavam) tinha fortes raízes chinesas, e exemplos de armas similares foram encontrados a China, provenientes de épocas anteriores asa adaptações de Okinawa.As tradições do Kobudo foram desenhadas partindo das técnicas nativas de Okinawa, que nasceram a partir dos ajis, a classe dos nobres, e por métodos importados da China e possivelmente de outros países que comerciavam com os Ryukyus. A maioria das tradições do Kobudo moderno, que sobreviveram aos tempos difíceis durante e depois da Segunda Guerra Mundial, foram preservadas e passadas às gerações seguintes por Taira Shinken e Kenwa Mabuni, e desenvolvidas para um sistema de práticas por Motokatsu Inoue, em conjunto com Taira Shinken. Outros mestres dignos de nota, que tiveram seus nomes adotados em katas de KoBu-Do, são Chotoku Kyan, Shigeru Nakamura e Shinko Matayoshi.O Kobudo é considerado por alguns estudiosos como o precursor do Karate-Do e vários estilos desta arte incluem algum grau de treinamento de Kobudo, como parte de seu currículo. Similarmente, não é incomum ver um chute ou outro golpe de “mãos limpas” em um kata de Kobudo. Em alguns estilos, as técnicas das duas artes são tão fortemente relacionadas, evidenciadas pelo uso de armas e de “mãos vazias” em um determinado kata, por exemplo, Kanku-daí, Kanku-sai Gojushiho e Gojushiho-no-sai; embora estes sejam Katas de Kobudo, não são formas tradicionais deste, mas foram desenvolvidos a partir de katas do Karate-Do. Outros katas do Kobudo demonstram elementos da técnica de “mãos vazias”, mantidos das formas antigas; Soeisi No Daí, uma forma de kata de Bo, é um dos poucos tipos de autêntico kata de Kobudo que utiliza chutes com técnica secundaria.
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